A Mitologia dos Doze Signos – Parte I
A Mitologia dos Doze Signos
Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, temos a seguinte definição para a palavra mitologia:
Mi·to·lo·gi·a
Substantivo feminino
1 Conjunto de mitos próprios de um povo, de uma cultura determinada ou de uma tradição: Mitologia grega.
2 Ciência cujo objetivo é o estudo e a interpretação dos mitos, de sua origem, de seu significado, considerados do ponto de vista filosófico, antropológico e cultural.
ETIMOLOGIA
gr mythología.
Ou seja, mitologia é o estudo de histórias, lendas e a interpretação dos mesmos inserida em uma cultura. Geralmente, populares e com fundo religioso, traz muitas visões passadas das pessoas de geração em geração.
Cada povo tem seu conjunto de histórias, folclore, mitos. Sejam eles gregos (talvez a mais difundida), romanos, africanos, nórdicos, hindus, astecas, incas, guaranis. Enfim, narrativas que ajudaram na educação e desenvolvimento de cada região.
Inegavelmente, a mitologia utiliza-se de uma linguagem simbólica, a fim de retratar e descrever a origem e suposições de alguma cultura, contar a criação do mundo, do universo, ou qualquer assunto de difícil explicação.
Neste sentido, estas heranças culturais também serviram para desenhar a linguagem astrológica moderna.
Mitos e signos são coisas diferentes. Mas, os mitos são fundamentais para o melhor entendimento do arquétipo de cada signo.
Bem como, os próprios planetas receberam os nomes de deuses romanos e nos ajudam a fazer uma analogia de seus significados.
Conheça um pouco de alguns mitos ligados aos doze signos do zodíaco:
ÁRIES
JASÃO E OS ARGONAUTAS
Jasão é o herói que parte em busca do Velocino de Ouro para poder assumir seu lugar ao trono que era de direito.
Quando ainda era novo, Jasão foi banido do reino, quando seu tio usurpou o trono, matando seus pais. Os deuses se compadecem pelo jovem, levando-o para ser treinado por Quíron até que possa voltar e reclamar seu direito ao trono.
Assim, quando retorna, seu tio o desafia a buscar o famoso Velocino de Ouro como troca pelo trono. Jasão reúne seus amigos guerreiros, chamando-os de Argonautas e partem para a aventura. Enfrentam seres mitológicos e monstros. Ele apaixona-se pela feiticeira Medeia e, seguindo seus conselhos, consegue pegar o velocino.
Quando retorna, prova seu heroísmo e ao invés de reinar, parte para uma nova jornada.
Assim, podemos entender um pouco mais do arquétipo do signo de Áries, que busca aventuras, desafios, paixões e quando conquista, pode não aproveitar e simplesmente, resolver partir para um novo desafio.
TOURO
O RAPTO DE EUROPA E O MINOTAURO
Zeus apaixonou-se por uma linda donzela chamada Europa, ao vê-la tomando banho na praia. Ele se transformou num grande touro branco com cascos de prata para encantar a menina. Assim, Europa monta em seu dorso e Zeus se joga ao mar, levando-a para ilha de Creta.
Do romance, nasceu Minos, que governou Creta, rica e fértil. Mas, queria sempre mais. Em um acordo com Poseidon para aumentar sua riqueza, prometeu ao deus do mares, seu touro mais bonito. Poseidon deu-lhe mais riquezas, mas Minos não cumpriu o acordo, não abrindo mão do seu animal.
Como castigo, Minos teve um filho metade homem e metade touro, o famoso Minotauro. Que no final, foi morto por Teseu, um herói de Atenas, com a ajuda de Ariadne, também filha de Minos.
Com este mito, entendemos a relação do signo de Touro com a beleza, fertilidade e principalmente, a fartura, riqueza e o não abrir mão dos seus bens.
GÊMEOS
CASTOR E PÓLUX
Filhos de Leda, foram fecundados por Zeus, que estava em formato de cisne. Na mesma noite, ela também foi fecundada pelo marido, que era rei de Esparta. Dessa dupla união, nasceram dois ovos. Em um deles estavam Castor e Clitemnestra, mortais, filhos de Leda e seu marido. Do outro ovo, nasceram Pólux e Helena, filhos de Zeus e então, imortais.
Os dois irmãos, Castor e Pólux cresceram muito unidos. Mesmo um sendo imortal e o outro não, eram muito ligados. Um tinha a astúcia, o outro, a coragem. Um estava ligado ao céu e o outro, a terra. Viviam sempre em aventuras, foram treinados por Quíron também, ajudaram Jasão e os Argonautas.
Até que se apaixonaram, raptaram as jovens que já estavam comprometidas e foram perseguidos pelos noivos. Num lapso de tempo, Castor é transpassado por uma lança e fica à beira da morte.
Pólux pede a Zeus que não deixasse o irmão morrer. Mas, mesmo o grande deus não podia interferir e como alternativa, resolve passar a imortalidade para o irmão. Então, sempre que um está morrendo, recebe o poder do outro e assim, vão trocando a imortalidade. Dessa forma, sempre se encontram durante a passagem de céu a terra.
Este mito está atrelado ao signo de Gêmeos, por representar a dualidade, com sua astúcia e versatilidade, a persuasão e a negociação, o céu e a terra, a dinâmica de alterar o estado, a mudança.
CÂNCER
DEUSA TÉTIS E AQUILES
Segundo uma profecia, o filho de Tétis, a deusa do mar, seria maior do que seu pai e por isso, nenhum deus quis ter um filho com ela. Para garantir que seu filho fosse mortal, Zeus a fez casar-se com Peleu, um homem mortal e idoso.
Tétis então tem um filho e para protegê-lo, banha-o nas águas sagradas do rio Estige para torná-lo invulnerável. Mas, como teve que segurá-lo pelo calcanhar, ali se concentra toda sua fragilidade. Ou seja, o famoso calcanhar de Aquiles.
Aquiles vai lutar na guerra de Troia e sua mãe o adverte. Pode ter uma vida curta e gloriosa ou pode ficar, ter uma vida longa, mas esquecido. O herói então resolve ir a luta, morre com uma flecha no calcanhar, mas seu nome nunca mais foi esquecido.
Câncer é o signo da mãe protetora e que faz tudo por um filho. Além disso, representa o lar, o passado e a segurança. A mãe cuidadora e vulnerabilidade dos filhos.
LEÃO
HÉRCULES E O LEÃO DE NEMÉIA
Matar o Leão de Neméia foi o primeiro trabalho dado a Hércules. Era um leão com uma pele indestrutível e que aterrorizava os moradores de Neméia. O herói, conhecido por sua força, bravura, dignidade, mas também orgulho, foi enfrentar a fera com suas armas.
Em nada adiantava. Sempre que olhava nos olhos do leão, via sua própria imagem refletida. Depois de várias tentativas, entendeu que precisava usar a razão e assim, resolveu enfrentar o leão com suas próprias mãos.
Dessa forma, Hércules estrangulou o leão com seus próprios braços. Depois, usou sua pele como uma capa e a cabeça como um capacete em suas batalhas.
Como referência ao signo de Leão, temos a força, a bravura e a dignidade deste signo, ao mesmo tempo, o orgulho que pode definir o resultado de suas batalhas.
VIRGEM
DEMÉTER E O RAPTO DE PERSÉFONE
Deméter é deusa da fertilidade da terra, das colheitas e vivia com sua filha, Perséfone. Um dia, Hades, apaixonado pela donzela abre uma fenda no chão e a leva para seus domínios, o mundo dos mortos.
Desesperada, Deméter avisa Zeus que se Hades não devolver sua filha, nada mais brotará na terra. Zeus conversa com seu irmão e Hades então, permite que Perséfone volte a ver sua mãe. Porém, antes de ir, ele dá sementes de romã para a jovem comer, revelando vários mistérios do mundo inferior e criando um laço com ela.
A jovem então volta e vive metade do tempo com a mãe e a outra metade, retorna para Hades. Quando está na superfície, é fechada, reservada, pois não pode contar os segredos que viu. Quando volta para o submundo, se liberta, fica plena e poderosa.
Na relação com o signo de Virgem, temos o lado reservado deste signo, que consegue realmente mostrar sua verdadeira energia quando está em sua intimidade e com segurança.
Como podem ver, são histórias contadas para justificar os nomes dados às constelações e enredos paralelos. Assim, podemos entender melhor a analogia arquetípica entre as constelações e os signos zodiacais.
Continuaremos com o mitos dos demais signos no próximo texto.
