O Misterioso Erictônio e seu mito
O Misterioso Erictônio e seu mito
Embora seu mito seja pouco conhecido, sua história tem mais importância do que se poderia supor.
Primeiramente, Erictônio era filho da deusa patriarcal Atená.
Uma deusa completamente comprometida com os valores patriarcais, nascida da cabeça do pai, Zeus
Quanto ao pai, era nada mais nada menos do que Hefesto, o marido sistematicamente traído por sua esposa, Afrodite.
Duas deusas virgo, embora opostas em seus atributos, assim como em seus valores.
Diz o mito que Atená teria procurado Hefesto para que o artesão/ourives do Olimpo lhe aviasse um pedido. Com relação ao objeto encomendado também existe muita controvérsia. Cada mitólogo descreve objetos os mais diversos.
No entanto, no que todos concordam é em relação à sua ida até Hefesto para encomendar um objeto.
Da mesma forma, todos concordam com o fato de que Hefesto se tomou de desejos pela deusa e partiu para cima dela disposto a estuprá-la.
Atená resiste o quanto pode e sai correndo de sua oficina. Hefesto contudo, ejaculou em suas coxas.
Tomada de pavor e nojo, Atená limpa sua coxa com um pedaço de algodão de suas vestes e joga sobre a terra.
O esperma de Hefesto brota da terra com a forma de uma criança. Gaia não assume a maternidade e avisa a Atená que se responsabilizasse pela criança que era filho dela.
Segundo alguns mitólogos, da cintura para baixo a criança tinha o formato de uma serpente. Entretanto, outros afirmam que a criança nasceu enrolada pela serpente.
As duas hipóteses, analogamente, justificam o nome que lhe fora atribuído. De origem egéia, significa senhor de muitas terras. Ou ainda, senhor nascido da terra.
Brotou de Gaia, a mãe terra e está simbioticamente associado a um animal ctônico: uma serpente.
Para Atená era o símbolo de sua vergonha e humilhação. A maternidade não era coisa cogitada jamais pela deusa.
Novamente, surgem as controvérsias. Agora, em relação à sua criação.
Alguns mitólogos afirmam que foi guardado num baú dentro do cofre de Atená. Entretanto, outros, afirmam que Atená arrumou uma ama para que cuidasse da criança bem afastada dela.
O fato é que a criança cresceu, se tornou homem, e mais tarde veio a ser o primeiro rei da cidade de Atenas. Cidade que recebeu esse nome em homenagem à sua mãe.
Embora não tendo sido penetrada por Hefesto, no pedaço de algodão com que limpou suas coxas, misturaram-se tanto o esperma de Hefesto quanto às líquidos de seu próprio corpo.
Mãe e filho, decerto, tiveram um nascimento atípico. Atená ainda em estado fetal foi engolida por seu pai e nasceu de sua cabeça. Erictônio, seu filho, nasceu de uma mistura sua com Hefesto que fecunda a terra e gera uma criança.
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