SERMÃO DA MONTANHA V por Raul Branco
SERMÃO DA MONTANHA V e as bem aventuranças
“Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”.
Temos aqui, mais uma vez, outra maneira de apresentar a lei de causa e efeito.
Quem é misericordioso alcança a misericórdia.
Como dissemos inicialmente, os quatro temas fundamentais serão reiterados de diferentes maneiras.
SERMÃO DA MONTANHA V Esta era a didática do Grande Pedagogo
Decerto, fazer com que estes conceitos bem diferentes daqueles pelos quais o homem do mundo vive, fossem entendidos, absorvidos e, finalmente, passassem a ser também vivenciados.
O discípulo iluminado está consciente da unidade e sente naturalmente uma profunda compaixão por todos os seres.
Assim, em virtude da grande lei, ele alcança a compaixão divina.
Esse aforismo oferece uma orientação prática para a vida do discípulo e também mais um exemplo da aplicação da lei de causa e efeito.
SERMÃO DA MONTANHA V – Importância da lei de causa e efeito
A importância desta lei é tão fundamental que o Mestre menciona vários outros exemplos de sua aplicação mais adiante no Sermão da Montanha.
“Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus”.
A recompensa indicada para os puros de coração é ver a Deus.
Essa é a primeira realização dos místicos que alcançam o reino dos céus.
SERMÃO DA MONTANHA V – as tradições orientais e os sufis
Aqueles que leram algo sobre a vida dos místicos, não só da tradição cristã, mas das tradições orientais ou mesmo dos sufis, sabem o significado.
Porque uma das primeiras realizações dos místicos é alcançar visões interiores que eles interpretam como sendo ver a Deus.
A pureza referida não é somente uma pureza moral.
O sentido espiritual de pureza de coração é a completa libertação do desejo pessoal.
Quando há expectativa de retorno, em que a pessoa faz alguma coisa para obter algo, existe impureza de coração.
Trabalhar para obter uma vantagem é uma atitude natural em nosso mundo, mas não uma atitude espiritual.
No texto desta bem-aventurança está implícito, também, o estado de união com Deus.
Isto porque somente aqueles que se desapegaram inteiramente do eu, conseguem alcançar esta atitude de verdadeira pureza de coração.
SERMÃO DA MONTANHA V – sobre a paz
“Bem-aventurados os que promovem a paz porque serão chamados filhos de Deus”.
A paz deve ser promovida tanto no interior como no exterior.
Primeiramente, a paz aparece como decorrência da transformação do indivíduo, aguçando sua mente e despertando sua intuição.
Com isso ele passa a entender as leis do universo, as leis da manifestação que regem a vida do homem.
O resultado deste entendimento é uma aceitação da vida como ela é e não como gostaríamos que ela fosse.
Com essa aceitação vem uma profunda paz.
Uma vez alcançada essa paz interior, ela naturalmente se reflete na vida exterior do indivíduo, que não mais entretém motivações, pensamentos, palavras e, principalmente, ações egoístas ou cruéis.
Ele, então, está interiormente em paz e transmite esta paz àqueles que o cercam.
Portanto, aqueles que estabelecem a harmonia interior e transferem essa harmonia para o seu exterior, estão agindo como Deus espera de seus filhos.
Consequentemente, eles serão chamados filhos de Deus.
Essa é sem dúvida uma grande realização porque na nossa tradição, quem é chamado de Filho de Deus? Jesus.
O Cristo é o filho de Deus.
Então, aqueles que são os pacíficos, os que promovem a paz, estão expressando Cristo em sua vida diária, por isso são chamados de Filhos de Deus.
Segue….
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