A gente da Transformação

Estar PresenteA gente da Transformação>> A gente é agente, pois senão a gente não é gente. Anônimo

IDENTIFICANDO-SE COM O MUNDO

O mundo está se transformando, é evidente isso.

Mas o mundo, pelo que sabemos, sempre esteve se transformando.

Acontece que as transformações que estão ocorrendo nesse momento da história são aparentemente mais dramáticas pelo simples fato de que as estamos vivendo.

Temos observado entre clientes e conhecidos uma reação um tanto dramática ao momento que a humanidade atravessa.

Algumas pessoas estão se identificando com questões coletivas, atentados terroristas, guerra, e permitindo que isso se reflita em suas vidas através de um movimento depressivo, crises existenciais profundas.

É claro que existe a crise proveniente da necessidade de transformação pessoal, mas em alguns casos o que ocorre é uma identificação com os acontecimentos exteriores, trazendo-os para o mundo interno e vivendo essa experiência como se fosse um problema pessoal e particular.

Porque isso acontece?

O que existe em comum entre uma pessoa e suas transformações, sua evolução e essa questão da transformação coletiva?

Porque e com o que é possível ocorrer uma identificação entre o indivíduo e o organismo social como um todo?

Podemos supor várias possibilidades, dentre elas, o apego à uma velha fórmula de comportamento, a fixação em um modelo de conduta dentro do qual é estabelecido um padrão de comportamento que implique na repetição e manutenção perpétua de valores e posturas, de tal forma que nada mude e tudo aparentemente continue sempre sob controle.

Tanto o indivíduo quando a sociedade podem ser vistos dentro dessa condição, dentro de um tipo de micro e macrocosmos social e humano.

Mas a mutação, a transformação é uma condição da natureza, e todos estamos sujeitos a vive-la, tanto quanto o crescimento e evolução do organismo são condição inexorável do corpo físico, e por isso, tanto os indivíduos quanto à sociedade estão passando por uma crise de consciência.

talvez um ponto de saturação e ruptura de velhos padrões, e por isso tantas coisas estão acontecendo em nossas vidas e em nosso planeta, coisas densas e muitas vezes dramáticas, todas elas exigindo uma transformação, uma nova postura, um novo olhar para a vida e para si mesmo.

APARECE UM NOVO SER

Por isso tudo, um novo ser humano está surgindo. É praticamente uma necessidade da evolução da espécie humana.

Se olharmos para os lados com atenção, veremos que um velho padrão de comportamento está sendo mudado, e para que haja coerência com essa mudança, é necessário um novo tipo de pessoas, ou uma mudança radical nas expectativas e no comportamento das pessoas.
As condutas e valores não são os mesmos que eram há 10, 20 ou 30 anos atrás. São bastante diferentes.

Parece que muitas pessoas se desiludiram, deixaram de acreditar em coisas que até bem recentemente faziam parte de suas vidas, eram modelos considerados saudáveis e normais de comportamento e de relacionamento humano.

E desta desilusão, está surgindo uma nova maneira de ver as coisas e a si mesmo. Se pensarmos bem, a palavra “desilusão” etimologicamente quer dizer “sair da ilusão”, desconectar-se da ilusão.

Mas que ilusão é esta que estamos abandonando?

De acordo com D. Juan Matus, foi estabelecido um acordo há muitos séculos.

Um acordo que dizia como deveríamos nos comportar, como deveríamos viver, como um homem deve se relacionar com uma mulher, com uma criança, com outro homem, o que é certo e o que é errado, e segundo estes mesmos xamãs, nós não estávamos presentes quando este acordo foi feito, e portanto, não temos nenhuma obrigação de nos submeter a ele.

Parece que algumas pessoas estão começando a descobrir que o paradigma que estabelece padrões de “certo e errado” que temos seguido há tantos anos, e para o qual fomos devidamente condicionados em nossa infância, não tem sido de forma alguma um caminho para a felicidade e para a plenitude do ser humano.

Está surgindo cada vez mais forte a vontade e talvez necessidade de transgredir os velhos acordos.

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O “certo e errado” de nossos pais, professores, legisladores e formadores de opinião em geral, conduziu a humanidade a viver um padrão no qual apenas o que possuímos, seja conhecimento, seja prestígio, sejam bens materiais, determina o que somos.

E se, de alguma forma o que somos está sempre vinculado à quantidade de bens que possuímos, – sejam bens objetivos ou subjetivos -, acabamos muitas vezes nos confundindo com aquilo que temos, e vamos nos distanciando daquilo que somos realmente, ou que pelo menos poderíamos ser.

O Ser humano está, cada vez mais, rompendo este acordo, está se desconectando da ilusão, esta começando a querer se desenvolver, – palavra que quer dizer “sair do envolvimento” -, e com esta nova orientação, está se libertando do casulo que o envolvia, se transformando em um novo tipo de pessoa, com outras exigências, construindo um novo modelo de realidade e de existência, se apoiando em novas expectativas, bastante diferentes daquelas que conduziram o mundo ao estado em que se encontra.

Podemos encontrar esse novo ser atuando em movimentos que lutam para salvar o Planeta.

Encontramos também esse novo ser aprendendo a meditar e buscando um contato maior com seu próprio espírito.

Encontramos este novo ser preocupado com a qualidade de vida, mais que com a quantidade de bens que possua.

Encontramos ainda este novo ser aprendendo a se relacionar com mais liberdade e autenticidade, e menos preocupado com os padrões aprendidos de relacionamento, menos preocupado com o mero formato e a aparência de suas relações, menos dependente das convenções que a nada conduziram, e mais focalizado no amor e na felicidade propriamente ditos.

Existe a possibilidade de um novo paradigma existencial que atende as expectativas desse ser que está aflorando, e existe um velho paradigma que corresponde ao modelo do qual tanta gente está se desvinculando.

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ASTROLOGIA EM TRANSFORMAÇÃO A astrologia por muitos séculos serviu eficientemente ao modelo de homem comprometido com o velho paradigma.
E ainda serve, pois uma grande parte da humanidade, use ou não a linguagem astrológica, está lutando bravamente para manter o padrão que está acostumado a viver, está lutando pelo mundo da posse e da forma, pois aprenderam que isto é o certo, e nada deve ser mudado.

Mas, da mesma maneira que pessoas de todas as áreas do conhecimento estão começando a perceber uma outra possibilidade de se construir a realidade, muitos praticantes de astrologia, conectados com os ritmos e movimentos do universo, estão também sintonizados com este movimento de libertação, e os mais ousados, aqueles que já perceberam que na verdade temos todos muito pouco a perder, pois só nos resta a vida que temos para viver, estes estão recriando a linguagem astrológica, e tentando ver como ela pode ser usada em benefício deste novo ser, deste novo mundo, desta nova realidade.

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É importante lembrar que, toda proposta para uma mudança de paradigma, provoca a reação daqueles que estão acomodados.

Não devemos estranhar, portanto, que entre os astrólogos muitas vozes se levantem em nome da “tradição”, criticando e até condenando qualquer tentativa de mudança na pratica e na interpretação dos símbolos astrológicos.

Alguns tendem a simplesmente ignorar qualquer nova proposta, pois estão muito comprometidos com os limites da verdade de sua prática.

Outros podem agir com mais veemência, combatendo qualquer tentativa de apresentar uma astrologia transformadora, que liberte as pessoas do poder de “autores do destino” que alguns profissionais incorporam.

Uma das características que observamos neste novo tipo de Ser que está surgindo, é seu descomprometimento com velhas formulas.

Nenhuma coisa parece ser mais importante que outra coisa. Nenhuma pessoa é de fato mais ou menos importante que outra.
Todos importam, tudo importa, e ao mesmo tempo, nada importa.

Esta é uma condição fundamental para se libertar de um velho modelo no qual a auto-importancia era uma das referencias de comportamento, e na manutenção da auto-importancia, todos os esforços foram concentrados.

E para manter esta importância pessoal, as comparações dos objetos, das pessoas, das qualidades, é um procedimento essencial.

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Reconhecer nossa verdadeira dimensão diante da grandeza do universo, constatar que não somos realmente tão importantes quanto nos julgávamos, e não há dinheiro ou diploma que faça a gente ser mais importante que uma semente ou um rio, por exemplo, pode ser para muitas pessoas extremamente perturbador. A

vida às vezes até perde o sentido.

Na medida em que deixamos de nos dar tanta importância, paramos de nos ofender e nos incomodar com o julgamento que fazem de nós.

E abrimos mão também de julgar os outros pelos seus erros ou pela quantidade de diplomas, de bens, de beleza que possui.

Parando de nos julgarmos tão importantes, podemos mexer com certas instituições seculares, como a Astrologia, e isso é mexer com a importância pessoal de seus seculares praticantes.

Reconhecendo que não somos tão importantes, podemos abrir mão de uma série imensa de hábitos, crenças, modelos de conduta, que nos ofereciam subsídios para nossa importância pessoal, faziam a gente se sentir importante.

É o princípio do movimento em direção ao desapego e à liberdade.

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E livres, podemos começar a praticar uma astrologia dentro de um novo paradigma, sem nos identificarmos e sofrermos como vítimas da transformação e da evolução do mundo e da sociedade.

Podemos, a partir desse gesto consciente de libertação, nos sintonizarmos com a transformação pessoal e coletiva com alegria e leveza, como talvez façam os gatos e borboletas, os pássaros e as nuvens.

A gente pode até mesmo ser agente da transformação!

Como seria uma astrologia voltada para este “novo ser”, que toscamente tentamos descrever acima?

Acreditamos que uma de suas principais características e diferenças é o fato da astrologia estar deixando de ser uma linguagem basicamente descritiva.

Os signos e símbolos planetários sempre foram usados para descrever a personalidade e o comportamento dos interessados, com bastante precisão, muitas vezes provocando exclamações de espanto como “bateu tudo que o astrólogo falou”, ou “ele acertou tudo sobre mim”.

Para o novo paradigma de homem, descrever a personalidade é uma maneira de reforçar os padrões condicionados, e isto é o que ele não quer mais.

Portanto, o “você é assim” ou “você tem este potencial” , palavras chave que tem feito a alegria dos astrólogos e clientes durante décadas, já não servem mais para muita coisa.

É a parte menos útil da astrologia, e normalmente pode servir apenas para reforçar e justificar padrões adquiridos de comportamento, alimentar e manter o critério de realidade aprendido, e exaltar a auto-importancia através do polimento da vaidade do interessado.

As previsões, o “caviar” da astrologia, fundamento da maioria das práticas astrológicas, e elemento de maior fascínio, tanto dos astrólogos e estudiosos, quanto dos clientes, também foram muito úteis para um modelo de homem cuja vida estava delimitada por um padrão, por um acordo que existia além de seu próprio potencial e talento.

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Prever o futuro de alguém só é possível se este alguém estiver atuando a partir de um roteiro pré-definido, ou comprometido com um plano previsível e absolutamente rígido e padronizado, dentro do qual sua vontade e seu espírito não tenham o sagrado direito de escolher seus próprios caminhos.

Vejam bem. Não estou afirmando que as previsões não funcionam, ou invalidando as técnicas tradicionais de previsão da astrologia.

Estou apenas dizendo que para o novo ser elas não interessam, pois para um homem que não está comprometido com a descrição que a sociedade fez dele, para um homem que não quer se submeter ao acordo de certo e errado do qual não participou, o futuro é construído por ele mesmo, e é nesta tarefa de construir seu futuro que ele aprende a viver, ou melhor, que na verdade vive.

A gente da Transformação APRENDER É O PROPÓSITO

Como viemos a este planeta sem manual de instruções, temos que aprender a cada passo, e a vida é sempre uma surpresa imensa e deliciosa.

O novo ser não quer que nenhum possuidor de segredos determine suas escolhas e seu destino.

Ele quer escolher e aprender através dessas escolhas, exatamente como faz uma criança, até o momento que a sociedade lhe rouba o direito de aprender com seus erros e acertos, e o enquadra no padrão de normalidade instituído.

Acreditamos que o Novo Ser, que está cada vez mais presente em nosso mundo, não quer que lhe tirem o direito de viver a vida como uma aventura.

Ele não está exatamente interessado em se enquadrar em um padrão social e cultural que não tem se mostrado exatamente ser fonte de prazer e felicidade.
Além do que, a consciência de que nossa vida é muito curta, e não podemos adiar o ato de existir para o próximo mês ou para o próximo ano, é própria deste novo paradigma, exatamente ao contrário do velho modelo que sempre julgou o homem eterno e negou a morte como um fato real e, de certa forma, útil para que procurássemos viver mais plenamente cada momento.

Acredito em destino.

Acredito mesmo que temos um destino, e nosso destino é o mesmo de uma célula de nosso corpo, ou seja, viver plenamente suas qualidades e potencialidades.

Potencializar-se a si mesma.

Viver integrada ao universo que ela habita, o corpo no caso da célula, e saber-se responsável pela continuidade e pela existência plena desse universo, tarefa de cada célula em nosso corpo e de cada um de nós no corpo de Deus.

Creio que isso é destino.

Não há como controlar ou programar esse destino, como não há como programar uma célula sem agredir sua natureza essencial.

Podemos apenas nos esforçar para viver plenamente e aproveitar os dons que temos.

Podemos e devemos viver e aprender e aprimorar nossos códigos e conteúdos, pois isso é nosso poder maior.

Viver e aprender é nosso destino nesse planeta, nesse organismo

Quando apresentamos a ideia de que o destino é o próprio ato de viver e o compromisso e responsabilidade para com o universo que habitamos, analogamente à célula no universo que habita, estamos propondo as bases de uma prática astrológica para o Novo Ser, e isto não invalida de forma alguma séculos de conhecimento conquistado pelos estudiosos de astrologia. Apenas estamos sugerindo que a direção dada a esta pratica pode ser diferenciada, e que os velhos estilos de interpretação astrológica já não atendem mais a expectativa de um grande número de pessoas que está começando a se tornar presente neste mundo.

Na verdade, estamos em geral muito comprometidos com as demandas da realidade.

Todos temos compromissos, contas a pagar, relacionamentos a viver, e de um modo geral, os modelos seculares de comportamento se impõem com muito vigor sobre todos nós, e por isso é tão difícil nos transformarmos e aceitarmos um novo modelo.

Vivemos o tempo todo com a sensação de que temos algo a perder, ou de que vamos ser hostilizados e até punidos pelo mundo das pessoas se não nos comportarmos de acordo com suas exigências.

A situação é bastante semelhante a de um animal domesticado, que se não seguir as regras, será castigado, ficará sem sua ração, e no caso dos homens, ficará sozinho, ficará sem amor.

Perderá a importância pessoal e o consequente reconhecimento de seus semelhantes.

Por isso tudo é bastante difícil reagirmos e começarmos a incorporar uma nova visão da astrologia em nosso cotidiano, em nossa prática.

É necessário considerar também o fato de não termos ainda bem definido o que seria este “novo ser”, quais seus reais interesses, o que podemos oferecer a ele.

Até que ponto a astrologia tem condições de proporcionar elementos que interessem de fato a este ser, que estamos apenas aprendendo a conhecer agora.

Mas podemos experimentar, podemos ousar um pouco, podemos começar a praticar e aprender juntos e, quem sabe, saímos sem grandes ferimentos de um mundo que está desmoronando a olhos vistos, entramos em um novo estágio da existência, criamos uma nova proposta, uma nova percepção da realidade, na qual o ser humano em si mesmo será prioridade, e não aquilo que possui e que na verdade está sempre fora dele.

De que forma podemos analisar o horóscopo então, a partir da ideia deste novo paradigma? Ele deixa de ser um mapa da personalidade, ou de mostrar qualidades e potencialidades da pessoa? É evidente que não.

Conhecer-se ainda é uma das condições básicas para evoluir e mudar.

Compreender as limitações e potenciais é base para supera-los e utilizar o melhor de cada um.

O que pode ser diferente é o ponto de vista do que fazer com este autoconhecimento, como aplica-lo, em que bases busca-lo, como se transformar.

Acreditamos que a grande diferença entre uma prática astrológica voltada para o “novo ser” e uma prática astrológica que tenha como finalidade atender a expectativa do velho modelo de homem é o caráter transformador da interpretação.

No caso proposto, a astrologia adquire o papel de mostrar perspectivas de mudança, de atualização constante de si mesmo, e no caso tradicional, ela tem a função de mantenedora de padrões e regras já experimentadas.
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