Educação do Espírito – Doutrina Espírita
Educação do Espírito – Doutrina Espírita>> “Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação.
Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar caráters, aquela que cria os hábitos, porque educação é conjunto de hábitos adquiridos.” Allan Kardec
(questão 685a – O Livro dos Espiritos).
Educação do Espírito
Ao longo do desenvolvimento da humanidade vemos que os povos evoluíram acumulando técnicas e saberes que os fortaleceram e constituíram cabedal de conhecimentos, cujas características revelam os recursos dos ambientes que viveram e atuaram.
Esses saberes foram se perpetuando com o legado e as contribuições de cada geração, constituindo assim a Cultura típica de cada povo.
Na obtenção de recursos, os povos distintos assim como seus concorrentes, viam uns aos outros como ameaças de perdas e subjugação, e na defesa de si, a selvageria incitava ao ataque.
Esse ataque, era em decorrência da falta de uma conciliação que só ocorreria pelo respeito social, possível apenas como fruto da educação, para o bem e a preservação de todos os envolvidos.
Porém, ainda hoje no argumento da defesa, grupos cometem violências embasados nas ideologias, religiões e com atitudes extremas de fanáticos que lideres ou liderados, querem se apoderar tanto de recursos, territórios, bens e demais conquistas e saberes, aniquilando ou adotando suas culturas, como vemos nos processos de colonização.
Conquistadores romanos se apropriaram de várias culturas, aniquilando as sociedades que as produziram ou, por exemplo, incorporando ao seu escopo os elementos culturais e científicos dos gregos, conquanto, para isso, preservaram alguns destes cidadãos escravizados para ensinarem aos romanos a usufruírem do alto grau da Cultura grega por eles pouco compreendida.
Essa postura de respeito à cultura diversa denota um embrionamento de uma sociedade realmente civilizada, onde o reconhecendo do outro em seu valor só é possível na excelência do ser pela educação.
Se antes as ações perante o diferente eram de destruição, aniquilamento, conquista, ou imposição de sua própria cultura, explorando os recursos materiais e humanos, com o passar dos tempos e pela educação se desenvolve o respeito à vida dos outros, aos elementos da natureza e aos saberes diversos.
Educação do Espírito
Ver a outros povos como dignos de respeito é sinal de que sentimentos elevados de fraternidade existem, e podem desse modo, as sociedades se desenvolverem com mais celeridade, com avanço melhor na sua evolução.
Nesse molde de desenvolvimento social, a educação não se limita apenas à transmissão de informações e conhecimentos úteis para fins técnicos materiais, mas também se abre onde os elementos humanos são reconhecidos, respeitados e desenvolvidos, e não mais cabem colonização cultural, imposição de valores ou doutrinação de ideias.
Ao se respeitar cada visão em suas diversidades, os grupos divergentes buscariam alguma concordância, elevando o desenvolvimento humano da selvageria à fraternidade e, desta para elevação espiritual, pois o diferente não seria mal visto e nem considerado ameaçador.
Na busca deste estágio de desenvolvimento social, a educação compreende que os aspectos espirituais devem fazer parte dos processos educativos, mas não confessional por uma catequese de quaisquer religiões, porém, introduzindo a espiritualidade na educação inter-religiosa, pois todas as religiões, bem como as ideologias não religiosas (que primam pelo bem comum), compreendem a dignidade, assim como, a igualdade de todos os seres humanos – atitudes de fraternidade, perdão e compaixão, e o devido valor aos recursos materiais, eliminando paulatinamente o desejo de posse e apropriação do que deve ser entendido como bens de usufruto por e para todos.
