SÍMBOLO, IMAGEM, ARQUÉTIPO
SÍMBOLO, IMAGEM, ARQUÉTIPO>> Existem duas formas de pensar, uma deles é prática, racional e se apoia na linguagem, porquanto é necessária para a comunicação.
A segunda forma de pensar é natural, espontânea e brota de nosso próprio inconsciente.
É um pensar simbólico e que não se exaure através da linguagem, porque o símbolo representa outra coisa que não o objeto em si.
Outrossim, ele representa outro objeto ou outra situação, mas que se faz representar daquela maneira.
Assim sendo, sabemos que a relação entre o objeto e seu símbolo, é uma relação abstrata, uma relação em termos de irrealidade.
O homem é o único ser que constrói o universo de forma simbólica.
Heidegger fala que :
“Sou eu que faço o mundo ser para mim”
O símbolo refere-se então, à uma relação entre o concreto e o abstrato, entre o visível e o invisível.
Cada objeto é símbolo de um mundo subjetivo.
Símbolo, sobre ele, Jung comenta:
“Um símbolo não encerra nada; ele não explica.
Ele remete para além de si mesmo, em direção a um sentido ainda no além, inatingível, obscuramente pressentido, que nenhuma palavra da língua que falamos poderia exprimir de modo satisfatório (…)¨
Através do símbolo, duas realidades se tocam, ele é unificador.
Simbolizar é unificar, equilibrar duas realidades nossas, e nos levar a um estado de maior equilíbrio.
Jung denominou o símbolo de equilibrador da psique
As imagens psíquicas no sonho, como em todas as outras manifestações, são modalidades e imagens da energia psíquica.
Do mesmo modo por exemplo, que uma queda d’água representa uma modalidade e imagem da energia.
Os símbolos não são forjados conscientemente, mas são conduzidos pelo inconsciente por uma via que chamamos de revelação ou intuição.
Posso dar um exemplo baseado em minha vida
Passei um longo período pintando aquarelas, nas quais, invariavelmente, pintava paisagens cujas árvores não tinham folhas.
Não conseguia pintar as folhas. Isso já estava chamando minha atenção.
Comecei a ler um livro sobre o feminino, que me levou a ler outro e mais outro, e assim por diante.
Essas leituras resultaram numa apostila de 70 páginas.
Analogamente, as árvores das minhas aquarelas passaram a ter folhas.
A árvore é um conhecido símbolo do feminino, ela é uma doadora de vida
Ela está arquetipicamente associada ao feminino, assim como, um poste estaria associado ao masculino.
Só depois de um tempo, me apercebi do processo sincrônico tanto em relação ao meu gestar a apostila, quanto a leitura dos livros, e ainda, as minhas aquarelas.
Cada uma daquelas aquarelas era símbolo de um tema que estava brotando em minha vida, só que elas não tinham folhas.
Os livros que eu lia eram sobre o feminino, mas conscientemente, eu nem sabia o que pretendia com aquele conhecimento.
Um belo dia, o estudo deu broto, nasceu a apostila, enquanto que, as folhas passaram a brotar nas árvores.
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