Os Druidas – parte I

Os Druidas – parte I

Os druidas foram membros de uma casta de pessoas que seguiam as mesmas Tradições e linguagem conhecidos como Celtas. Eram juizes, profesores, médicos, estrategistas, generais, astrônomos e cientistas. Mas que evidentemente não constituíam um grupo étnico dentro do mundo Celta. Eram conhecedores da geologia.

I – O papel do feminino:

As mulheres célticas gozavam de mais liberdades e direitos do que as de outras culturas contemporâneas. Incluindo-se, até mesmo, o direito de participarem de batalhas, de solicitarem divórcio e o direito de voto. Uma vez que os reis celtas eram eleitos. Neste contexto havia mulheres druidas. Na cultura Druida, portanto, a mulher tinha um papel igual ao homem. E isto em todos os sentidos. Posto que era um direito natural, não por argumentos falhos como imagem de alguma coisa.

No contexto religioso os druidas não eram sacerdotes, nem sacerdotisas. Uma vez que não havia essa definição no druidismo. Não eram dedicados ao aspecto feminino da divindade, nem ao masculino. Não adoravam qualquer definição de Deusa Mãe. Estas definições não foram introduzidas pelo Cristianismo, mas sim pelo Império Romano. Uma vez que os celtas nada tinham a ver com qualquer definição de religião.

Embora não cultuassem a Deusa Mãe ou Deus Pai. Mesmo assim admitiam que todos os aspectos expressos a respeito da Divindade eram ainda percepções imperfeitas do Divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais eram do que aspectos de um só Ser Supremo. Sob qualquer que fosse a sua denominação visto sob a ótica humana.

II – A origem incerta:

Na verdade, a palavra druida é incerta. Segundo o historiador romano Plínio – o velho, ela está relacionada com o carvalho. Que na realidade era uma árvore admirada para eles.

O povo celta não usava a escrita para transmitir seus conhecimentos aos não iniciados. De modo que, após o domínio do cristianismo, perdeu-se muito das informações históricas. Exceto aquilo que permaneceu zelosamente guardado nos registros de algumas Ordens Iniciáticas.

Por isto muito da historia dos Druidas até hoje é um mistério para os historiadores oficiais. Eles sabem que realmente existiram entre o povo Celta, mas que não nasceram nesta civilização.

Sendo assim impõe-se a indagação: de onde vieram os Druidas? Seriam Deuses? O pouco que popularmente é dito a respeito dos Druidas tem como base diversas lendas da Idade Média. Como a do Rei Arthur, onde Merlin era um mago Druida.

III – A perseguição dos Romanos:

Desde o domínio romano, a cultura Druida foi alvo de severa perseguição e repressão. E isto devido ao fato que com Druidas não haveria a Escuridão que se abate sobre a Humanidade. E Júlio César reconhecia a coragem que os druidas tinham em enfrentar a morte em defesa de seus princípios.

Os Druidas dominavam quase todas as áreas do conhecimento humano. Eles cultivaram a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia. E possuíam um avançado sistema filosófico, muito mais avançado que o dos neoplatônicos.

Os Druidas passaram ao povo celta uma tradição eminentemente oral. Não faziam uso da escrita para transmitir seus conhecimentos fundamentais para os gentis. Embora possuíssem uma forma de escrita intermediária conhecida pelo nome de rúnica. Usando a escrita para gravar seus conhecimentos eles possuíram suficiente sabedoria. A ponto de influenciarem outros povos e assim marcar profundamente a literatura da época.

IV – Conhecimentos absorvidos pela Igreja Católica:

A Igreja Católica, inspirada pela Conjura, demonstrou grande sabedoria ao absorver os conhecimentos Druidas. Que diferentemente de outras culturas, não foram consideradas pagãos, bruxos terríveis, magos negros que faziam sacrifícios humanos e outras coisas cruéis.

Na realidade os primeiros cristãos que chegaram naquela região foram muito bem recebidos. Até porque a tradição céltica conta que José de Arimatéia, discípulo de Jesus, viveu entre eles. E levado até lá o Santo Graal (Taça usada por Jesus na Última Ceia), uma lenda contada de trás pra frente.

Em torno disto existem muitos relatos, contos, lendas e mitos, especialmente ligados à Corte do Rei Arthur e a Távola Redonda. São inúmeros os contos, entre eles, aqueles relativos à Corte do Rei Arthur. Onde vivera Merlin, e a meia-irmã de Arthur, Morgana, que se tornaria Merlin de Avallon.

V – A divisão do ano para os Druidas:

Para os Druidas o ano era dividido em quatro datas fixas. E em períodos de três meses. Em cujo início de cada um havia um grande festival. E não um ritual. Eram eles (os fixos):

Imbolc – celebrado em 1 de fevereiro e era associado à Senhora Brigit. A qual possuia a tradição e iniciação ao parto. O aspecto Água.

Beltane – celebrada em 1 de maio. (também chamado de Beltine, Beltain, Beal-tine, Beltan, Bel-tien e Beltein). Significa “brilho do fogo”. Este festival era inegavelmente marcado por milhares de fogueiras. O Aspecto Fogo.

Lughnasadh – (também conhecido como Lammas). E dedicado ao Deus lugh, celebrado em 1 de agosto. O aspecto Terra.

Samhain – a mais importante das quatro festas, celebrada em 1 de novembro. Hoje associada com o Hallows Day, celebrado na noite anterior ao Hallowen. O aspecto Ar.

VI – O conhecimento como libertação:

Basicamente a doutrina druida enfatizava o conhecimento como forma de libertação. Eles criaram as doutrinas sobre o mar e o céu. E acreditavam na imortalidade da alma, que chegava ao aperfeiçoamento através da mentempsicose.

Eles admitiam como certa a lei de causa e efeito. E diziam que o homem era livre para fazer tudo aquilo que quisesse fazer. Mas que com certeza cada um era responsável pelo próprio destino. De acordo, decerto, com os atos que livremente praticasse, exceto para os predestinados.

Toda ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas sem conhecimento. Mesmo sendo livre, o homem também respondia socialmente pelos seus atos. Pois para isto existia pena de morte aplicada aos criminosos, daí a origem das lendas sobre sacrifícios. O Império Romano acusava os Celtas e Druidas de bárbaros por sacrificarem os criminosos de forma sangrenta. Se esquecendo que eles também matavam. Até mesmo queimando as pessoas vivas, sem que elas houvessem cometido crimes. Mas apenas por questão de fé ou por praticarem rituais diferentes.

Vide os futuros cristãos!

 

Flavio Lins -seu novo canal no youtube https://www.youtube.com/marciamattos




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