ÈṢÙ O CONTROVERSO…
ÈṢÙ O CONTROVERSO…
Quando sentimos em nós o caos, sentimos ÈṢÙ O CONTROVERSO.
Quando somos tomados pelo turbilhão de emoções, Èṣù está presente.
Entretanto, o que decidimos fazer desses sentimentos, não é Èṣù quem resolve. Somos nós… a opção é nossa.
Èṣù representa o que há de mais visceral no Ser Humano:
– tanto a energia sexual, quanto a comunicação, assim como a ambição.
Nem por isso Èṣù deve ser confundido com o Diabo, por conseguinte, nem mesmo com Satanás. Decerto, ele não representa o opositor ao Criador.
ÈṢÙ O CONTROVERSO -nem bom nem mau
Èṣù não é bom e nem mau: é a própria ambiguidade humana. Compreender isso nos liberta, pois passamos a entender que a culpa por nossos tropeços muitas vezes resulta de nossas próprias ações e não de entes malignos.
No Candomblé Èṣù é cultuado como o dono dos caminhos, o procriador, o realizador, o revolucionário, o interlocutor das divindades, o dono do mercado, o portador das oferendas aos deuses. É o irmão primogênito de Ògún e Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, filho de Ọ̀ṣàlá e Yemọja, originário da cidade yorùbá de Ìgbẹ̀tì. Denominado também como Bara (“Aquele que está escondido no corpo”).
Sua saudação resume a personalidade e a energia desse Òrìṣà: Làròyé! (“Ele é a controvérsia!”). Salve a capacidade realizadora do Ser Humano! Salve o poder de reconstrução! Salve o Dono dos Caminhos! Làròyé Èṣù!
Márcio de Jagun
Babalorixá, professor universitário, autor do livro Orí – a Cabeça como Divindade
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