Ọ̀ṢỌ́Ọ̀SÌ O ASTUTO

Ọ̀ṢỌ́Ọ̀SÌ O ASTUTO

A sagacidade, a coragem, a vontade de prover aqueles que ama. Sinta isso e estará sentindo a fibra do caçador Ọ̀ṣọ́ọ̀sì.

Ọ̀ṣọ́ọ̀sì o astuto, atento, perceptivo. Dança furtivamente para frente e para trás, como quem engana a caça. Afinal, ser mais ágil do que um animal selvagem em seu próprio habitat é uma arte. Por isso Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é um artista.

Ọ̀ṣọ́ọ̀sì, o caçador (ọdẹ), é aquele que vai em busca do alimento para prover seu clã. Gosta do desafio, aprecia ainda mais o reconhecimento por seus feitos.

Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é preciso, certeiro, vislumbra de longe as coisas. Contorna as situações e os perigos, com a habilidade do caçador que deve atingir o alvo com uma flexa só.

Ọ̀ṣọ́ọ̀sì é caçador, mas não é destruidor. Caça, abate, vence, mas não destrói. Sabe que não pode extinguir sua presa, pois senão lhe faltará alimento. E Ọ̀ṣọ́ọ̀sì aprecia a fartura. A prosperidade lhe pertence.

Em torno da mesa farta, Ọ̀ṣọ́ọ̀sì agrega os seus. Ele une, diverte, alegra, pois ele trás felicidade.

Conhece as matas, reconhece os cheiros, enxerga com precisão, ouve o que lhe interessa, caça do seu jeito (e de mais ninguém). Este é Ọ̀ṣọ́ọ̀sì. O líder da etnia dos arò, primeiro rei e fundador da cidade yorùbá de Kétu.

Salve o caçador que nos provê! Salve o Òrìṣà da fartura, que põe comida em nossa mesa e agrega a família! Arò lè! (“O poderoso dos arò!”).
Márcio de Jagun
Babalorixá, professor universitário, autor do livro Orí – a Cabeça como Divindade

 

crédito de imagem destacada http://guardiaoguerreiro.blogspot.com/2016/03/oriki-osoosi.html




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Marcio Righetti

Márcio de Jagun, Babalorixá, professor de cultura e idioma ioruba na Uerj e na Uff, escritor e advogado. tel.: 99851-6304 (cel/wz) e-mail: ori@ori.net.br Facebook: Márcio de Jagun blog.ori.net.br

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