A Reforma Íntima e a Eclosão Mediúnica
A Reforma Íntima e a Eclosão Mediúnica
Segundo Allan Kardec, no O Livro dos Médiuns, a mediunidade não deve ser explorada antes que venha a desabrochar. Deve-se esperar que ela brote e, a partir de então, é possível dar o devido uso para ela.
E como se dá essa eclosão mediúnica?
O desenvolvimento ocorre por meio da reforma íntima. É diante da disposição para o autoenfrentamento que ocorre o movimento extrafísico de amparadores para que você seja preparado para o trabalho.
O caminho só se inicia quando nós nos dispomos a caminhar. E, só se torna sólido com muito estudo, disciplina e assistencialidade.
O que você quer dizer com autoenfrentamento?
Todos nós temos defeitos e precisamos aprender a lidar com eles. A princípio, é necessário realizar um acolhimento e o entendimento de que eles também nos compõem. Na sequência, é imprescindível a ressignificação dos mesmos. É indispensável realizar uma alteração no nosso quadro de traços falhos. Ao diminuir nossos aspectos negativos, a lista de qualidades do que nos compõe aumenta.
O sentimento de culpa precisa ser deixado de lado. E no lugar, devemos nos responsabilizar por nossas escolhas e ações. O passado não pode ser alterado, contudo, precisamos aprender a lidar com o que fizemos. E, com o que foi feito de nós. Principalmente na infância, essa fase precisa ser olhada com muito cuidado e compaixão. Pois, a vivência que hoje é normatizada, provavelmente deixou marcas extremamente profundas as quais você desconhece.
Por qual motivo o autoenfrentamento possui tamanha importância no desenvolvimento mediúnico?
Certa vez, ouvi um relato de Haroldo Dutra Dias, ele dizia que durante os trabalhos mediúnicos na casa espírita a qual fazia parte, foi chamado de inquisidor por um espírito. Como você, caro leitor, lidaria com tal acusação?
Há pessoas que dominam de forma extremamente primária seu lado emocional e estão longe de fazerem uso do racionalismo. Há aqueles que atiram no trânsito devido uma ultrapassagem que sofreram. Há quem se descontrole por muito pouco.
Se imagine na seguinte situação, o amparador extrafísico coloca uma pessoa completamente descontrolada na sua psicosfera. Ela grita, chora, faz acusações sobre o seu comportamento, as dores que ela sente passam a repercutir no seu corpo físico. E, como você reagiria diante dessa situação? Você vai se descontrolar e gritar também?
Aos meus olhos, a mediunidade de certa forma, torna a pessoa um médico. Mas não aquele com um consultório físico que marcamos hora para ir. Não, às vezes um auxílio acaba sendo feito durante uma aula, andando na rua ou num almoço em família. Assim, sem hora e lugar marcados. Um espírito vem até você e é preciso demonstrar equilíbrio, tanto para ele quanto para os encarnados ao seu redor. Para tal, é necessário autoconhecimento, maturidade, equilíbrio, confiança na equipe extrafísica e disposição para ajudar.
Existe uma outra tendência ou objetivo para a mediunidade que não seja o assistencialismo?
Qual a finalidade em desenvolver ou em desencadear fenômenos parapsíquicos/mediúnicos se não para auxiliar quem necessita de ajuda? Que outro objetivo a mediunidade poderia ter? Diversão, exibicionismo? O que tem de assistencial, evolutivo e sadio neste comportamento?
Ter o fenômeno em si, de nada adianta se você não souber qual finalidade dar para ele.
O autoenfrentamento é “paga” pequena diante do ganho evolutivo pessoal que podemos ter. E, de todo o auxílio que podemos praticar.
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