CGJung o Homem do Lago Claudia Araujo

CGJung O Homem do Lago>> Jung era um leonino nascido em Keissweil,  às margens do lago Constanza aos 26 de Julho de 1875.

Seguuramente, veio a se constituir, tanto num dos maiores psiquiatras, quanto psicólogos, sociólogos, antropólogos e, principalmente, estudiosos da alma humana.

Era um tipo introvertido intuitivo, e apesar de todos os seus atributos, entrou para a história muito mal compreendido, sendo inclusive, tachado de não científico, assim como, de místico e esotérico.

Acima de tudo, entender os rumos das buscas de CGJung não era para qualquer um

Com efeito, CGJung era um homem à frente de seu tempo, e da mesma forma, um homem capaz de levar suas buscas até às últimas consequências. Primeiramente, por ter sido capaz de ter conseguido perceber que o grande questionamento humano passaria, preponderantemente, pela busca do significado. Em outras palavras, a busca de um sentido para a vida.

CGJung fala sobre si mesmo

Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou. Essa sua frase, inegavelmente, descreve seu grande respeito tanto pela vida interior, quanto pela subjetiva. Ademais, era, efetivamente, um buscador das questões humanas mais profundas, enquanto que, sua sensibilidade lhe fazia trilhar caminhos que outros pesquisadores não ousariam com receio de macularem suas reputações.

Muito da origem desse homem, e também, de suas percepções, nos é revelada, quando afirma em seu livro Memórias, sonhos e Reflexões que

Tenho o forte sentimento de estar sob a influência de coisas e problemas que foram deixados incompletos e sem respostas por meus pais, avós, e meus outros antepassados

Com efeito, pelo lado materno, CGJung era neto de Samuel Preiswerk, pastor estudioso da parapsicologia. Só para exemplificar, na linhagem paterna, seu avô era um católico de origem alemã que converteu-se ao protestantismo no apogeu do romantismo alemão.

Contudo, por questões políticas, o avô que também era médico, teve que se exilar na Basiléia, onde, seja como for, veio a tornar-se tanto um grande mestre da franco-maçonaria suíça, quanto reitor da Universidade da Basiléia.

Da mesma forma, diz-se desse avô, que fora filho ilegítimo de Goeth.

CGJung era filho de um pastor protestante e de uma sensitiva

Não obstante, seu pai era um pastor protestante sempre em crise a respeito de sua fé, enquanto que, sua mãe era uma sensitiva.

Assim sendo, esse ambiente familiar muito contribuiu para suas opções profissionais, tanto que, em 1902, já psiquiatra, veio a defender a tese “contribuições para a psicologia e a patologia dos assim chamados fenômenos ocultos”. Com essa finalidade, investigou várias mensagens recebidas por uma médium local, que era sua prima.

Ainda em 1902, CGJung tornou-se o segundo assistente em Bugholzli, um manicômio cantonal e clínica psiquiátrica da Universidade de Zurique, onde trabalhava com Eugen Bleuler. Nesse ínterim, foi à Paris com o intuito de fazer um curso de férias com Pierre Janet.

Em seguida, já no ano seguinte, CGung e Bleuler dão prosseguimento à uma série de experiências que denominavam “associações”, nas quais, a linguagem aparece como a via régia de acesso aos complexos do inconsciente.

Assim, nasce o teste de associação de palavras que caracteriza definitivamente a psicologia junguiana.

Portanto, em 1905, aos 30 anos, assume a cátedra de professor de psiquiatria na Universidade de Zurique. Como consequência, sua clientela particular aumentou, o que lhe permitiu fazer grandes descobertas na área.

Dentre essas descobertas, a importância da história pessoal do paciente, e ainda, a natureza simbólica das representações neuróticas e oníricas; assim como, a hipótese de cadeias de imagens que remetem a “núcleos” psíquicos – os futuros complexos.

Primeiros contatos entre Freud e CGJung

Posteriormente, em 1906, estudando a obra de Freud, Jung decide enviar ao neurologista austríaco seus estudos sobre o diagnóstico da associação. Por conseguinte, no ano seguinte encontram-se em Viena, e desse encontro resulta uma fascinação mútua. Passaram a corresponder-se semanalmente, e Freud então declara Jung seu mais próximo colaborador e herdeiro.

Com o tempo, entretanto, passaram a prevalecer as divergências entre os dois. Jung não aceitava incondicionalmente a teoria freudiana de que os conflitos psíquicos sempre envolveriam algum trauma de natureza sexual. Freud, por outro lado, não aceitava o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais, pois não os considerava com validade científica.

Em 1912, Jung quando convidado para dar um ciclo de conferências em Nova York, critica a teoria freudiana da sexualidade por considerá-la demasiado reducionista.

O Homem do Lago e o desejo de retorno à matrix

Nessa conferência, ele propõe que os desejos incestuosos do filho em relação à mãe são mais espirituais do que biológicos, e ainda, que refletem um desejo de retorno à matrix para que possa renascer. Como resultado, inaugura por conseguinte, um período de desenvolvimento espiritual do filho.

Esses posicionamentos de Jung quanto à questão do incesto não são perdoados por Freud, e assim, cada vez mais os dois caminham para uma separação. O livro Metamorfoses e Símbolos da Libido, hoje denominado de Símbolos da Transformação, veio selar essa ruptura.

O próprio Jung, mais tarde, expressou-se sobre o assunto:

Quando ainda estava escrevendo Metamorfoses e Símbolos da Libido, perto do fim, sabia de antemão que o capítulo “O Sacrifício” me custaria a amizade de Freud. Nele expus minha própria concepção de incesto, da metamorfose decisiva, do conceito de libido e de outras ideias que representavam minha separação de Freud…
Durante dois meses não consegui escrever, de tal forma me sentia atormentado por esse conflito. Deveria calar meu modo de pensar ou arriscar nossa amizade? Finalmente, decidi escrever. Isto custou-me a amizade de Freud.

Em 1913, por ocasião do Congresso de Munique, o movimento psicanalítico se fraciona. Jung minimiza o valor dos mecanismos da censura e da repressão e apóia através da mitologia, a teoria do inconsciente coletivo. Sua ênfase no interesse pelo estudo comparado das religiões e pelos problemas filosóficos e espirituais, não encontraram a menor aceitação por parte de Freud.

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