As Amazonas I

As Amazonas I>> Povos constituídos por seres do sexo feminino.

Portanto, povos que excluíam o elemento masculino.

De acordo com as mais antigas tradições, existiram em toda parte.

Edouard Meyer afirma que até hoje ainda não se conseguiu descobrir a origem desta lenda multiforme. Assim como não se descobriu qual o seu significado inicial.

Desta forma, ignora-se igualmente a razão em virtude da qual ela se radicou mais numa região ou noutra.

Não temos a pretensão de projetar nesta obra a luz sobre este assunto.

Assim sendo, nos limitaremos a estudar determinados pontos, procurando sobretudo, esclarecer as razões que teriam dado origem a estas tradições.

As Amazonas I – o mito na Grécia

A versão mais antiga e mais célebre do mito provém da Grécia pré-homérica. A Ilíada faz três vezes menção às amazonas.

Na sua mocidade, Príamo e Belerofonte teriam lutado contra elas.

A poesia pós-homérica apresenta Pentesileia, rainha das amazonas, acorrendo em socorro dos troianos após a morte de Heitor.

De resto, Homero só dá indicações confusas e vagas acerca destes povos constituídos por mulheres guerreiras.

Por consequência, é muito provável que na sua época o mito já estivesse em pleno declínio.

Todavia, são numerosos os textos gregos que aludiram ao assunto e que o embelezaram de mil maneiras diferentes.

Com efeito, as amazonas aparecem nas lendas de Hércules, de Teseu e de Aquiles.

Por sua vez, a Lenda dos Argonautas situa as amazonas na ilha de Lemnos.

A tradição afirma que muitas cidades da Ásia menor foram fundadas pelas amazonas, tais como Éfeso, Esmirna, Mitilene, Pitane, Sinope, Mirina, etc.

A maioria é constituída por efabulações que foram acrescentadas posteriormente à lenda original.

Todavia, observemos que, ao referirem-se às amazonas, os Gregos pensavam sempre na Ásia Menor e em certas ilhas do mar Egeu.

Sem dúvida, foi nesta região que a lenda teve o seu berço ou, mais precisamente, na região banhada pelo rio Termodonte.

Trata-se dum curso de água de pequena extensão, que vai desaguar no mar Negro.

Foi ali que Ésquilo, Heródoto e Estrabão situam o país das Amazonas.

Posteriormente a afirmação é confirmada por Diodoro e Pausânias.

As Amazonas I – o mito na Grécia

A verdade é que os Gregos chegaram muito cedo àquelas regiões e , como é natural, não encontraram quaisquer amazonas.

Então, pretendeu-se – Heródoto em primeiro lugar – que elas tinham emigrado das margens do Termodonte.

Outra versão é de que tinham sido expulsas, tendo fundado uma nova pátria no norte.

Essa pátria seria na Cítia, não muito longe do atual mar de Azove.
Estrabão precisa que as amazonas abandonaram o Termodonte para se dirigirem até ao Norte do Cáucaso.

Contudo, é evidente que se trata apenas duma variante da tradição trazida por Heródoto.

Em contrapartida, Diodoro reproduz outra muito mais recente.

Relata que as amazonas teriam vindo duma ilha situada no lago dos Tritões, Isto é, na Pequena Síria.

A partir dali, teriam empreendido vastas expedições guerreiras, tanto em direção a leste como para oeste, acabando finalmente por se estabelecer na Ásia Menor.

As Amazonas I – o mito Idade Média

Os escritores da Idade Média retornaram as antigas narrações, cujas veracidade foi para eles um dogma durante muito tempo.

Orósio fala do Termodonte como pátria das amazonas.

Confundindo aliás, as proezas daquelas mulheres guerreiras, com as invasões dos Cimérios.

Paul Diacre fala dos combates entre as amazonas e os Lombardos.

Um século depois, Alfredo o Grande, deu o nome de “Magdaland” a um país povoado por mulheres.

Situado algures no Norte da Europa, segundo se dizia.

O árabe Ibn Yacub partiu em 972 das margens do Adriático e atravessou toda a Europa Central até ao Báltico ; permaneceu durante algum tempo na corte imperial, sem dúvida como intérprete.

É ele também quem refere a existência duma “cidade de mulheres”, algures no Nordeste.

Nas palavras de Ibn Yacub

“De fato, esta cidade existe. Foi o próprio Huto (Otão o Grande), imperador de Roma, quem me falou nela”.

A tese segundo a qual Yacub teria simplesmente compreendido mal o nome de Magdeburgo é sedutora, mas não se pode tomar a sério, pois o nosso viajante árabe conhecia Magdeburgo por ele próprio lá ter estado, mencionado-a por outro lado, nos seus escritos com o nome de Magdifund.

A crônica de Adam de Bremen, do século XI, assinala igualmente um país das amazonas no Nordeste da Europa.

Segundo esta crõnica, existem no mar Báltico várias ilhas povoadas por selvagens bárbaros.

Diz ainda, que os marinheiros se desviam com receio.

Nestas ilhas encontra-se igualmente uma terra feminarum, onde habitam as amazonas.

Alguns autores pretendem que a ingestão duma certa espécie de água é suficiente para as tornar grávidas.

Outros, pelo contrário, afirmam que para este fim elas se servem de comerciantes de passagem.

Em outras palavras, prisioneiros que conservam em seu poder

As crianças que elas dão à luz, quando do sexo masculino, têm cabeça de cão, mas as raparigas são extremamente belas”.

Flávio Lins é instrutor de Magia Druida-Templária, Diretor da Magus Magnus Magister
e Consultor em Runas – Seu novo canal no youtube https://www.youtube.com/marciamattos



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