SER EVA – Arquétipo de Eva II
SER EVA – Arquétipo de Eva II>> A vivência de Eva por uma mulher dissociada de Lilith é destrutiva no nível intrapsíquico.
Isso, além de ser um fato que aponta para o não amadurecimento da mulher.
As mulheres enquanto só conseguem contato com seu lado Eva, o fazem porque vivem ilusoriamente num ¨paraíso¨ de submissão à natureza e à inconsciência.
Na maioria das vezes, é exatamente aí o lugar aonde, na verdade, gostariam de permanecer.
SER EVA e o paraíso da inconsciência
Para essas muIheres que não cumprem a exigência de tornarem-se conscientes, o animus torna-se autônomo e negativo.
Assim sendo, acaba agindo destrutivamente sobre suas vidas.
Da mesma maneira se dá no que se refere ao relacionar-se com as outras pessoas.
Muitas vezes essas mulheres Eva declaram-se felizes nessas relações com seu animus.
Entretanto, elas são quase sempre atormentadas por sintomas tanto nervosos quanto físicos.
A projeção do animus num SER EVA
Essa projeção do animus numa relação, leva à uma dependência exagerada do homem.
Tal fato se dá certamente porque ele funciona como objeto de projeção.
Trata-se de uma transferência da energia de Iibido que por não haver sido canalizada corretamente é transferida para o exterior.
Contudo, esse estado de projeção normalmente não dura muito.
Ademais, quanto mais estreita for a convivência, mais faciImente se desfaz a projeção.
Afinal, é muito grande a diferença entre a imagem e seu portador; e ele, normalmente, age de forma bem diferente do que era esperado ou do que foi projetado.
Esse contato então, torna-se positivo pois leva à diferenciação entre a imagem interna e a pessoa externa.
“Quando numa psique feminina, Lilith se encontra separada de Eva, a mulher é sexualmente fria.
Frequentemente ela se casa com um homem que ajuda a perpetuar essa divisão, relacionando-se apenas com seu lado Eva ¨
Barbara Black Koltuv, O Livro de Lilith, Cultrix, pg 30
As mulheres Eva fazem exatamente aquilo que se espera delas.
Existe enraizado dentro dessas mulheres um severo juízo patriarcal que não lhes permite viver de outra forma.
O ego como guardião da mente consciente, relega a seu inconsciente tudo que se assemelhar à rebeldia ou inconveniência.
Dessa maneira, concedendo um poder ilimitado a essa energia ora no inconsciente, e que certamente ainda servirá de açoite contra elas mesmas.
¨Para nós é como se fosse uma petulância quando opomos nossas próprias convicções incompetentes aos julgamentos do animus e do homem, que reivindicam validade universal; e muitas vezes não é pouco o que custa animar-se a uma tal igualdade espiritual aparentemente atrevida, pois aí pode-se facilmente ser mal compreendida ou julgada erradamente.
Mas sem esse ato de insurreição, ainda que se tenha que sofrer as consequências, a mulher jamais se libertará do poder do tirano¨
Ema Jung, Animus e Anima, Cultrix, pg 37
Na sociedade patriarcal a mulher foi criada de forma a valorizar o masculino, e dessa forma, sentir o feminino como inferior.
Isso, de um modo geral, leva a que as mesmas abstenham-se de ter opiniões próprias para que se imponham.
É necessário, antes de mais nada, que se conceda ao feminino o valor que lhe é devido.
SER EVA não é o caminho
Esse valor não está ligado ao feminino no sentido de piegas ou dependente, mas ao papel real do feminino e a sua aceitação.
Decerto, equiparando-o em importância ao masculino.
Sobre as Filhas de Eva não deve pesar o destino de eternas Evas.
Contudo, é preciso a aceitação e integração de seus outros ¨eus¨ que a levarão a trilhar o caminho da unidade e da individuação.
¨O arquétipo da Virgem prendeu a imaginação de artistas e escultores durante séculos e, para cada mulher, a gravidez a assinala como a pessoa escolhida para ser a portadora de um novo espírito.
Hoje, porém, ela se tornou ativa de um outro jeito.
Pois foi a Virgem, ao que parece, que inspirou o que é mais verdadeiramente feminino e corajoso no movimento de libertação das mulheres.
Assim como a Virgem Maria foi escolhida para um destino unicamente seu, no qual não havia quarto na estalagem, assim a mulher é hoje convocada a fim de realizar-se de maneiras para as quais a nossa sociedade coletiva ainda fecha as portas.
Como a Virgem foi obrigada, por vocação, a abrir mão do anonimato e da segurança confortáveis da vida familiar tradicional, carregando o seu fardo sozinha, e dando à luz o seu novo espírito nas circunstâncias as mais humildes, assim hoje, as mulheres para as quais a nova anunciação soou claramente, precisam sacrificar sua segurança e suportar a solidão e a humilhação a fim de dar realidade ao novo espírito que se mexe dentro delas.
Mas convém lembrar, que mesmo dedicada ao serviço do espírito, a Virgem nunca perdeu contato com a própria feminilidade.
Sallie Nichols, Jung e o Tarot, Cultrix, pg30
Continua no próximo artigo…
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