Os 7 Astros errantes – Marte

Os 7 Astros errantes – Marte

Na antiguidade os sábios que estudavam o céu das estrelas perceberam que alguns astros se movimentavam através do cinturão das constelações do Zodíaco, razão pela qual os chamaram de “Astros errantes”.

Estrela dos Magos – Marte

Marte

Marte é descrito como o “Planeta Vermelho”, porque o óxido de ferro predominante em sua superfície lhe dá uma aparência avermelhada. Em função dessa coloração sanguínea e não tão grande luminosidade no céu, é considerado como um planeta maléfico na Astrologia tradicional.

Astrologia

Marte tem analogia com a ação, a liderança, o tônus muscular, a potência, o esporte, o impulso, o dinamismo, o movimento, a rapidez, a velocidade, o individualismo, a vontade dominadora, a conquista, a virilidade, o conflito, as aventuras, a primavera, a afirmação ativa do eu.

Mars, Codex Schürstab, A treatise on medical astrology Nürnberg, 1472

Suas qualidades são a coragem, a audácia, a bravura, o heroísmo, a intrepidez, a ousadia, o vigor, a disciplina, a ambição, a resolução firma, a autoconfiança, a iniciativa, a combatividade, a prontidão, o pioneirismo, o entusiasmo, a vivacidade, a liberdade.

Tem que tomar cuidado com a precipitação, a impulsividade, a inquietude, a agitação, a impaciência, a irritabilidade, a agressividade, a hostilidade, a violência, a crueldade, a ferocidade, a vingança, a grosseria, a ironia, o atrevimento, a libertinagem, a intolerância.

Astronomia

Marte é o quarto planeta a partir do Sol, o segundo menor do Sistema Solar. É um planeta rochoso com uma atmosfera fina, possuindo em sua superfície tanto as crateras de impacto como na Lua quanto os vulcões, vales, desertos e calotas polares como na Terra.

Marte tem um diâmetro médio de 6792,4 quilômetros, equivalente a 53% do diâmetro da Terra. Sua massa é igual a 6,4174×1023 kg, equivalente a 11% da massa da Terra, e sua densidade é de 3,933 g/cm³, bem menor do que a terrestre, de 5,515 g/cm³.

Comparação do tamanho dos planetas telúricos da esquerda para a direita Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Está a uma distância média equivalente a uma vez e meia da distância da Terra ao Sol. Seu afélio é de 249.209.300 quilômetros e o periélio é de 206.669.000 quilômetros, numa órbita elíptica com uma pequena excentricidade orbital em torno de 0,093.

Seu período de translação ao redor do Sol é de 686,97 dias. Sua velocidade orbital média é de 24,077 km/s. Ele gira sobre seu eixo a cada 24 h 37 min 22 s, muito semelhante a rotação da Terra.

Em comparação com a Terra, a atmosfera de Marte é muito rarefeita. A maior densidade atmosférica em Marte é igual à densidade encontrada 35 km acima da superfície da Terra e a pressão de superfície média resultante é de apenas 0,6% a da de nosso planeta

De todos os planetas do Sistema Solar, Marte é o que possui as estações do ano mais parecidas com as da Terra, devido às inclinações semelhantes de eixos de rotação dos dois planetas. As durações das estações marcianas equivalem a cerca de dois anos terrestres.

Mars image from the Viking orbiters taken in 1980, showing a hemisphere of Mars centered on the large impact crater Schiaparelli

As temperaturas de superfície de Marte variam de −143°C (no inverno nas calotas polares) até máximas de 35°C (no verão equatorial). A ampla variação de temperaturas é devida à fina atmosfera, que não consegue armazenar muito calor solar.

Sua gravidade é de 3,71 m/s2. aproximadamente um terço do da força gravitacional da Terra, de 9,8 m/s².

Marte possui dois pequenos satélites conhecidos, Fobos e Deimos, que são pequenos e de formato irregular, acreditando que sejam asteroides capturados do Cinturão de Asteroides, que está localizado entre Marte e Júpiter.

Eles têm um diâmetro de 22.2 km e 12.6 km respectivamente. Fobos está a uma distância de Marte igual a 9 377 quilômetros e orbita o planeta a cada 7.66 horas. Deimos está a uma distância de 23 460 quilômetros e orbita Marte a cada 30.35 horas.

Fobos completamente iluminado parece ter um tamanho três vezes menor que a Lua cheia vista da Terra. Deimos mais parece uma estrela brilhante para um observador de Marte, apenas um pouco maior que Vênus visto da Terra. Ambos os satélites sempre mostram a mesma face para o planeta.

Imagens de Phobos e Deimos em escala, obtidas pela Mars Reconnaissance Orbiter em 23 de março de 2008 e 21 de fevereiro de 2009, respectivamente.

Marte pode ser facilmente visto da Terra a olho nu, assim como a sua coloração avermelhada. Sua magnitude aparente atinge -3,0 e é superada apenas por Júpiter, Vênus, Lua e Sol.

A existência de Marte como um objeto errante no céu noturno foi registrada por astrônomos do Egito Antigo e, em 1534 a.C., sendo que eles já estavam familiarizados com o movimento retrógrado do planeta.

Os astrônomos babilônios sabiam que Marte fazia 37 períodos sinódicos, ou 42 circuitos do zodíaco, a cada 79 anos. No século IV a.C, Aristóteles observou que Marte desaparecia por trás da Lua durante uma ocultação, indicando que o planeta estava mais distante.

Marte foi assim denominado em homenagem ao deus romano da guerra. Seu símbolo, um círculo com uma seta apontando para o lado superior direito, também é usado como símbolo do sexo masculino.

Em 1610, Marte foi visto por Galileu Galilei, que foi o primeiro a observá-lo através de um telescópio. Durante o século XVII, Tycho Brahe mediu a paralaxe diurna de Marte, que Johannes Kepler usou para fazer um cálculo preliminar da distância do planeta.

Uma oposição periélica de Marte ocorreu em 5 de setembro de 1877, quando o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli usou um telescópio de 22 cm em Milão para produzir o primeiro mapa detalhado do planeta vermelho.

Em 28 de novembro de 1964 a nave americana Mariner 4 passou a 9.920 km de Marte e fotografou 22 vezes a superfície marciana.

Desde então, dezenas de naves espaciais não tripuladas, como sondas orbitais e rovers, foram enviadas para Marte pela União Soviética, Estados Unidos, Europa e Índia para estudar a superfície, o clima e a geologia do planeta.

Marte está sendo explorado por oito espaçonaves atualmente: seis em órbita e duas na superfície. Entre as espaçonaves desativadas que estão na superfície marciana estão a sonda Spirit, que permaneceu ativo de 2004 a 2010, e várias outras sondas e rovers.

Fotografia do pôr-do-sol marciano pelo robô Spirit na cratera Gusev.

Mitologia

Ares é o deus grego da Guerra, filho de Zeus e Hera. Seu grande prazer era a batalha, a violência pela violência, o combate corpo a corpo. De enorme porte físico, usava sempre uma armadura junto com a espada, o escudo e a lança.

Com seu temperamento impulsivo e violento, indispunha-se com os demais deuses do Olimpo. Havia a suspeita de que Hera tivera este filho de maneira autônoma, sem a intercorrência do pai Zeus, em retaliação a este ter gerado sua filha Palas Atena dentro de sua cabeça.

Seu pai Zeus o considerava um fanfarrão, um deus furioso, naturalmente mau e inconstante, que não despertava nenhuma simpatia entre os olímpicos. Dizia-lhe que tinha o espírito intratável de sua mãe e não amava senão a discórdia e os combates.

Sua irmã Palas Atena, a deusa da razão e da justiça, a grande estrategista, que só ia para o combate mediante um motivo justo, sempre venceu seu irmão em combate. Por cauda pela sua impetuosidade e agressividade cega é que Ares deixou de vencer muitas lutas.

O Combate de Marte e Minerva, Jacques-Louis David, 1771

A única deusa no Olimpo que tinha boa relação com Ares era Afrodite e ambos tiveram um caso extraconjugal, porque ela era casada com Hefesto, mas aqui devemos comentar sobre Alectrion, um jovem que fazia parte do séquito do Senhor da Guerra.

Ele foi colocado como sentinela que deveria avisar quando o Sol iria nascer para que Ares e Afrodite terminassem seu conluio amoroso, mas o jovem adormeceu e o deus Hélio viu o casal adultero, avisando imediatamente o marido traído, que tomou suas providencias.

Hefesto criou uma rede de fios finos e inquebráveis e aprisionou o casal no seu leito, chamando em seguida todos os deuses para testemunhar o ato. Como castigo, Alectrion foi transformado em um galo, para cantar todos os dias antes do Astro Rei surgir.

Ares e Afrodite tiveram dois filhos, Phobos, o temor e Deimos, o pavor, que sempre acompanhavam o pai em suas aventuras. Tiveram também uma filha, Harmonia, que se casou com Cadmo, o fundador da cidade de Tebas.

Além de seus dois filhos, o séquito de Ares tinha outros componentes. Eris, a deusa da discórdia, aquela que jogou a maçã dourada no banquete do casamento de Peleu e Tetis para a mais bela das deusas, o que foi o estopim da guerra de Tróia, era uma delas.

As Keres, espíritos femininos da fatalidade e da morte violenta, também conhecidas como as Devastadoras. Eram filhas de Nix, a noite e irmãs de Thânato, a morte pacífica. Estavam sempre de negro, aladas, garras aduncas e apareciam nas batalhas nos momentos de grande violência.

Ênio era uma antiga deusa da guerra, conhecida como a Devastadora, amante das carnificinas, representada sempre coberta de sangue. Para os romanos transforma-se em Belona, a deusa da guerra, aquela que incitava os guerreiros a combater.  Ela é representada usando uma espada, um elmo e armada com uma lança e uma tocha.

Bellona tend ses rênes à Mars, Louis Jean François Lagrenée, 1766

Ares não era muito cultuado em Atenas, o centro cultural grego, mas era bastante respeitado em Esparta, cidade onde o ensinamento militar acompanhava os jovens desde a tenra infância.

Ele gostava muito de passar temporadas na Trácia, ao norte da Grécia, lugar de gente selvagem, de criadores de cavalos e de soldados mercenários. Depois de ser surpreendido com Afrodite, foi ali que ele se refugiou.

Ares teve um filho com Chryse, filha de Almus, que se chamou Flégias. Este por sua vez teve dois filhos, a jovem Coronis e Ixion. Coronis se tornou amante do deus Apolo, que a engravidou, sendo que ele colocou um corvo para vigiá-la, porém Ischys, filho de Elatus deitou-se com ela.

Zeus matou Ischys com um raio, e Apolo matou Corônis, mas retirou seu filho Asclépio do seu ventre, levando-o para ser criado pelo centauro Quíron, que o educou na caça e nas artes da cura. O castigo para o corvo foi ser transformado de branco para preto.

Asclépio adquiriu imensa habilidade na arte da cura. Fundou o santuário de Epidauro, um dos mais importantes monumentos arquitetônicos gregos do século IV a.C., possuía mais de 160 aposentos e podia ser comparado a um grande hospital.

Nos seus santuários havia um templo, uma fonte para purificação e o “abaton”, um local para dormir. Se considerava a cura um processo que envolvia a transformação do corpo e do espírito. À noite o paciente tinha a revelação do deus em sonhos, a “enkoimesis”.

O deus poderia aparecer e curar diretamente, ou dava instruções sobre um tratamento específico, o que às vezes acontecia ao longo de vários dias em sonhos diferentes. O sonho era então relatado aos sacerdotes, que interpretavam ou complementavam as instruções.

Estatua de Asklepios em Epidauros

Íxion foi rei dos Lápitas, um povo que habitava a Tessália. Tendo-se apaixonado por Clia, filha de Eioneu, prometeu-lhe seus cavalos em troca da mão de sua filha. Depois do casamento Íxion não cumpriu a promessa e o sogro resolveu tomar os cavalos a força.

Isto gerou um clima de inimizade entre ambos e Ixion resolveu castigar Eioneu, trancando-o em um aposento onde havia uma pilha de toras de madeira que foi acesa pelo genro. Ao ouvir os gritos desesperados do pai de sua esposa ele se arrepende, mas já era tarde demais.

Depois disto, o remorso fez com que Íxion enlouquecesse, e sua loucura o fez errar pelo mundo como mendigo. Zeus, em um rasgo de benevolência, se apiedou dele, restituiu sua sanidade e o convidou a participar de um banquete no Olimpo.

Tendo-se embriagado pelo néctar, Íxion passou a assediar a esposa de seu anfitrião, a própria Hera, que ao perceber as intenções do hoséde alertou seu esposo. Zeus, que deveria estar de excepcional bom humor, ao invés de irritar-se, achou divertida a situação.

Para testar o caráter de seu hóspede ele forjou um simulacro de sua própria esposa usando uma nuvem e deixou-a a sós com Íxion, que a possuiu. Desse conúbio nasceu a raça dos Centauros, metade homens, metade cavalos.

Finda a festa, Íxion se despediu e retornou a Terra. Ao chegar, contou para os primeiros mortais que encontrou que havia possuído a esposa do próprio Zeus. Este se irritou profundamente e o fulminou com um raio, lançando-o ao Tártaro, local do Hades onde ficam os piores criminosos.

Lá ele fica preso a uma roda ao lado de enormes labaredas e condenado a girar nela por toda a eternidade. Assim se revelaram as personalidades dos filhos de Flégias, netos de Ares, uma mulher adúltera e um assassino, que receberam o devido castigo.

Ixion in Tartarus on the wheel, Bernard Picart, 1731

Em Roma, Ares se torna Marte, e foi melhor cultuado por uma sociedade belicosa que dominou grande parte do mundo por séculos. A origem de todo este glamour é Rhea Sílvia, a lendária mãe de Rômulo e Remo, fundadores de Roma.

Ela era filha de Numitor, rei de Alba Longa e descendente de Enéas.  Seu tio Amúlio usurpou o trono e a obrigou a servir como vestal, assim a obrigava a permanecer casta, impedindo-a de ter filhos que quisessem reconquistar o poder.

Entretanto após ser sequestrada e violentada pelo deus Marte, Rhea Silvia deu à luz dois filhos gêmeos, Rômulo e Remo. Quando Amulio se inteirou disto, ordenou que ela fosse enterrada viva e que matassem os gêmeos.

O bondoso servo ao que se lhe tinha ordenado a tarefa deixou os gêmeos no rio Tíber, mas não os assassinou. O deus do rio Tíber encontrou aos gémeos e deixou-os ao cuidado de uma loba, Luperca, para que fossem amamentados.

Ele também resgatou Rhea Silvia e casou-se com ela. Depois que os gêmeos cresceram, eles foram a Roma e derrotaram a seu tio Amulio, restabelecendo o trono de Alba Longa a seu avô Numitor.

Marte e Rhea Silvia, Pieter Paul Rubens, 1617-20

Simbologia

Dia da semana: Terça-feira.

Metal: Ferro (Ferrum), símbolo Fe.

Cor: Vermelho.

Nota musical: Dó.

Pecado capital: Ira.

Virtude: Coragem.

Arquétipo junguiano: o Guerreiro.

Anão da Branca de Neve: Atchim.

Ares Canope, Villa Adriana, Tivoli, Itália

Douglas Marnei







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