SOBRE DÁDIVA E SOBERBA
SOBRE DÁDIVA E SOBERBA
1.A DÁDIVA se assemelha à SOBERBA.
2.A diferença essencial é que na DÁDIVA há descontração, brincadeira, sedução boa, riso.
Portanto, Na DÁDIVA o saber é jovial, além de eternamente transformável. Assim sendo, o resultado final dos encontros é invariavelmente tanto bom, quanto feliz.
Na dádiva, A equação “EU-TU”, TRANSFORMA-SE EM NÓS, onde todos aprendem enquanto simultaneamente todos ensinam…
3.A DÁDIVA é irrigada pela PULSÃO de VIDA. Ela está aliada ao prazer de sentir-se Vivo.
De tal maneira que A DÁDIVA impressiona sem fazer esforço algum.
Ela é espontânea e sente-se bem pouco compromissada com as aparências.
Como recebeu de graça o que transmite e tem plena consciência dessa gratuidade, a DÁDIVA não fala a partir de um inflado “ego”, mas é ela mesma esse grande Self, esse “maior-do-que-eu-que-me-habita”, e que faz de mim um “meio” (psicopompo) para expressar livremente a sua grandeza humilde.
4.A SOBERBA também impressiona.
Entretanto, logo descobrimos a sua rigidez, tanto quanto a sua inflexibilidade.
A SOBERBA decerto é infiltrada pela PULSÃO DE MORTE.
Sem dúvida, o conhecimento que exibe é onisciente.
Por outro lado, o saber onisciente é um saber sem reflexão.
Em síntese, é um saber que não passa pelo forno alquímico da consciência porquanto é um saber que não quer sofrer.
5.Pode o pão que nos alimenta recusar-se ao forno?
Se isto fizer, será tão somente massa bruta, matéria prima.
Esse PÃO DADIVOSO, esse PÃO DA VIDA, oferece-se livremente ao cozer, ao calor, ao suor, e faz isso porque sabe da impermanência de tudo. Da mesma forma, sabe da mutabilidade de todas as coisas que existem.
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