No Senegal, a contribuição da África à humanidade

No Senegal, a contribuição da África à humanidade

A África e a criação do ser humano

“A maior contribuição da África à humanidade é a criação do ser humano, que começa com nossos ancestrais há 7 milhões de anos”.

A História do Senegal é um domínio de estudos de história que se estende desde as origens primitivas até os dias atuais.

Diversos restos pré-históricos comprovam que a ocupação humana do atual território do Senegal remonta a mais de 350.000 anos atrás.[1]

O historiador árabe al-Bekri já se referia no ano de 1068 ao reino de Tekrour. Reinado situado no atual território do Senegal, e cuja fundação dataria do início da era cristã.[2]

Após o estabelecimento de relações com o norte da África, no século X, a população do reino converteu-se ao islamismo.[3]

A costa senegalesa foi um dos territórios da África Negra colonizados pelos europeus.[4]

A ilha de Gorée, em frente a Dakar, foi durante séculos um dos mais importantes centros de tráfico de escravos da África.[5]

Ali se estabeleceram primeiro os portugueses, que haviam dobrado o cabo Verde em 1444.[6]

Depois os holandeses.[6] Finalmente os franceses, que em 1638 fundaram um entreposto comercial na foz do rio Senegal.[7]

Ao longo dos séculos XVII e XVIII os colonizadores europeus exportaram escravos, goma arábica, ouro e marfim do Senegal.

Uma feitoria francesa estabelecida na foz do rio transformou-se portanto na cidade de Saint Louis.[9]

Entre 1693 a 1814, tanto a França quanto o Reino Unido se alternaram no controle do litoral senegalês.

Dominação:

Depois de sofrer uma ocupação britânica, em 1816,[4] Saint Louis e a ilha de Gorée, que haviam sido atribuídas à França pelo Tratado de Paris, de 1814, voltaram efetivamente ao domínio francês no ano seguinte.[10]

Na época de Napoleão III os franceses penetraram no interior do território.

Isso se deu sob o comando de Louis-Léon Faidherbe, que o ocupou efetivamente.

Concomitantemente, transformou em ponta-de-lança da colonização francesa na África negra.[4]

No fim do século XIX, o Senegal passou a integrar a África Ocidental Francesa. Parte dos habitantes urbanos do país obteve a cidadania francesa.[11]

Em 1946 a medida foi estendida a todos senegaleses. Assimsendo, o país tornou-se território ultramarino da França.[12]

Em 1958, a antiga colônia tornou-se uma república autônoma.

Contudo, no ano seguinte, sob o patrocínio da metrópole, se uniu ao Sudão Francês(depois Mali) para formar a Federação do Mali.

O Mali se tornou independente em junho de 1960.
[13]

Em agosto do mesmo ano, o Senegal rompeu seu vínculo com a federação. Declarou-se independente e elegeu como presidente Léopold Sédar Senghor.[9]

Se liga: Apesar de já ter sido ocupado por tribos antigas, por grupos tribais convertidos ao islamismo e também por portugueses, a colonização do território que hoje corresponde ao Senegal ocorreu a partir do século XVII pela França.

O país, aliás, foi a única das colônias francesas a ter os seus cidadãos reconhecidos como cidadãos da França. Fato que ocorreu logo após a Revolução Francesa em conjunto com a abolição da escravatura.

Em 1960, o país, enfim, conseguiu a sua independência após a realização de lutas separatistas que ocorriam desde o século XIX.
Tempos Modernos:

O primeiro Festival Internacional de Arte Negra foi realizado em Dakar no ano de 1966.

No início da década de 1970, a economia do Senegal foi fortemente prejudicada pela seca na parte oriental do país.

Em 1978, Senghor foi reeleito presidente para mais um período de cinco anos, mas renunciou em 1981, sendo sucedido por Abdou Diouf.

Em 1982, Senegal e Gâmbia projectaram uma confederação chamada Senegâmbia, para estreitar os laços económicos e unir as suas forças armadas e a segurança pública.

Político moderado e intelectual de grande prestígio, tido internacionalmente como um dos maiores poetas da África,[4]

governou o país por vinte anos, até 1981, quando renunciou por idade, favor de seu primeiro-ministro, Abdou Diouf.[4]

No mesmo ano, um golpe de estado na vizinha Gâmbia motivou a intervenção de tropas senegalesas, e em 1º de fevereiro de 1982 foi constituída a Confederação da Senegâmbia,[14] acordo entre os dois países em questões militares, econômicas e de política exterior, sem prejuízo de suas próprias soberanias e respectivas instituições internas.[4]

Vitorioso nas eleições presidenciais de fevereiro de 1983, Diouf aumentou seus poderes, abolindo o cargo de primeiro ministro.[4]

Nos últimos anos da década de 1980, manifestações separatistas de Casamance tumultuaram a situação do país.[4]

Diouf foi reeleito em 1988 e 1993, em meio a acusações de fraude, mas os resultados dos pleitos foram confirmados pela justiça.[4]

Nas eleições presidenciais de 2000, Abdoulaye Wade, do Partido Democrático Senegalês (PDS), derrouta Diouf e é eleito presidente.

Desde 1982, o Movimento das Forças Democráticas de Casamance (MFDC) luta pela independência da região de Casamance, ao sul de Gâmbia.

Apesar de acordos de cessar-fogo em 2000 e 2001, os combates prosseguem.[15]

Em 2001, uma nova constituição é aprovada.

Em 2004, o governo chega a um acordo com os separatistas de Casamance, mas uma facção rebelde continua lutando.

Em 2005, a Espanha aceita receber imigrantes legais do Senegal, para conter fluxo migratório ilegal às ilhas Canárias, arquipélago espanhol na costa africana.[15]

Nas eleições presidenciais de 2007, Wade é reeleito com 55,9% dos votos.

No mesmo ano, a coalização liderada pelo PDS conquista 131 das 150 cadeiras da Assembleia Nacional, sob boicote da oposição.

Cheiki Hadjibou Soumaré torna-se primeiro-ministro.

Em outubro de 2008, a ONU destina 15 milhões de dólares para 36 mil produtores de amendoim.[15]

Nas eleições locais de 2009, o partido governista sofre grande derrota da oposição, o que leva o primeiro-ministro Soumaré a renunciar em abril.

No mês seguinte, Souleymane Ndéné Ndiaye assume o cargo.

Em setembro, recrudesce a violência em Casamance, perto da Guiné-Bissau.

Separatistas matam seis soldados e um civil, enquanto os militares bombardeiam uma base rebelde.

Centenas de pessoas fogem da área de conflito.

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
Pesquisadora-Historiadora – ativista do movimento negro
Fonte: Econômica & V Encontro de Pós-graduação em História Econômica Arquivado do Sérgio Eduardo Sakall «História da República do Senegal». Girafamania-Arquivado do original



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Claudia vitalino

UNEGRO-União de Negras e Negros Pela Igualdade -Pesquisadora-historiadora CEVENB RJ- Comissão estadual da Verdade da Escravidão Negra do Estado do Rio de Janeiro Comissão Estadual Pequena Africa. Email: claudiamzvittalino@hotmail.com / vitalinoclaudia59@gmail.com

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