O Tarô Mitológico

O Tarô Mitológico

Seria impossível escrever sobre o Tarô Mitológico e não pensar em minha própria história como taróloga. 

Eu havia ganhado de uma amiga um antigo tarô, daqueles clássicos, onde o “três de espadas” traz o desenho de três espadas. Assim como é o do Tarô de Marselha, por exemplo. Desta forma, eu olhava para as cartas e embora me despertassem o interesse, nada me diziam. 

Em uma bela noite, sem muitas explicações, minha mãe me presenteou com um tarô. Na caixa estava escrito: O Tarô Mitológico. Eu sentei no chão, estendi um lenço, embaralhei as cartas e utilizando um dos métodos do livro, comecei a interpretar. Certamente, que foi só o início, nos anos seguintes estudei minuciosamente cada um dos arcanos. 

Esta história começa em 1989 e ocorre exatamente como as criadoras do Tarô Mitológico , gostariam que acontecesse. 

Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, respectivamente, criadora e co-criadora do Tarô Mitológico, tiveram a inspiração de desenvolver um tarô que fosse acessível às pessoas comuns. 

Antes da criação do Tarô Mitológico, dois tarôs famosos foram concebidos por dois membros da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), Aleister Crowley (Thoth Tarot)  e Arthur Edward Waite (Tarot Smith-Waite).

 A Golden Dawn foi uma ordem hermética secreta, responsável por grande decodificação de material esotérico e místico. Certamente, tarôs desenvolvidos por membros da ordem, membros de alta hierarquia, diga-se de passagem, carregavam em si segredos e mistérios, reservados aos entendidos. 

A ideia de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene, foi justamente trazer o tarô para o cotidiano, para as questões internas que, naturalmente se refletem na vida prática das pessoas. 

Juliete Sharman-Burke é psicoterapeuta e Liz Greene é psicóloga, ambas estudiosas dos mitos e de Jung. As teorias junguianas sobre mitos, arquétipos, sincronicidade, etc. estão na essência da concepção do Tarô Mitológico. 

Arquétipos

A palavra “arquétipo” vem Latim archetypun, “original”, do Grego arkhetypon, “modelo, padrão”, literalmente “primeiro a ser feito em determinado molde”, “formado por arkhé”, “inicial, original, primeiro”, mais typos, “batida, punção, marca impressa”. Ou seja, um “modelo original”.  

O arquétipo pode ser utilizado como elemento ou base conceitual para compreender e explorar todos os tipos de experiências nas quais a função criativa da imaginação esteja presente. 

Segundo Jung, o inconsciente é formado por uma parte pessoal, que se refere às experiências pessoais do indivíduo e uma parte impessoal, formada por arquétipos, denominada, inconsciente coletivo.  

O inconsciente coletivo, parece se constituir de fundamentos mitológicos ou imagens primordiais. Efetivamente,  razão pela qual os mitos, são seus reais representantes. De fato, a mitologia como um todo poderia ser tomada como uma espécie de projeção do inconsciente coletivo. 

Portanto, existem vários arquétipos na mente humana, relacionados a situações típicas da existência: nascimento, morte, casamento, doenças, viagens, luta pela sobrevivência, etc. Estas experiências arquetípicas, são encontradas nos Arcanos do Tarô.

A Mitologia Grega

A cultura grega influenciou de maneira determinante a cultura ocidental. Quase toda a nossa estrutura política e educacional vem dos gregos. 

Certamente, quando falamos em mitologia, logo pensamos na mitologia grega. Desta forma, os mitos e símbolos gregos, povoam nosso inconsciente  de forma determinante. 

Em síntese, as criadoras do Tarô Mitológico, desejavam desenvolver um baralho que fosse acessível, porém profundo e significativo. Com certeza,  conseguiram o intento, utilizando os mitos e personagens da mitologia grega para descrever os arcanos. 

O Tarô

O Tarô é formado por 78 Arcanos, sendo que destes 78,  22 são Arcanos Maiores e 56 são Arcanos Menores. 

No Tarô Mitológico, os 22 Arcanos Maiores, são representados por deuses ou titãs. 

Dos Arcanos Menores, 16 Arcanos são as Figuras da Corte, representadas por semideuses. As 40 restantes, são formadas 4 sequências de ás a 10, que contam um mito para cada naipe ou elemento. 

Todos estes mitos, pretendemos explorar em detalhes na coluna, que se inicia com este artigo. 

Deixo vocês com as palavras de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene:

“ As figuras mitológicas nos colocam em contato com o universo do inconsciente, profundo e sem fronteiras, que é a maneira encontrada pela psicologia atual para descrever aquilo que – em tempos menos científicos e muito menos racionais – era tido como a relação do homem com o divino”

 




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Gislaine Carvalho Rodrigues

Gislaine Carvalho Rodrigues, estudou Pedagogia e Filosofia, é eterna estudiosa do Tarot, da Astrologia, Terapia Floral e dos bálsamos e mistérios da Mãe Terra. Trabalha com Tarot, Astrologia e Terapia Floral, há 25 anos. É sintonizadora e criadora das essências do “Círculo Sagrado - Essências Florais da Terra”. Email: contato@floraiscirculosagrado.com.br Whats app - (19) 9 9457 7108 Facebook: Gislaine Carvalho Rodrigues Instagran: gi_c_r

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