Odinn, poeta, xamã e guerreiro
Odinn, poeta, xamã e guerreiro>> Sabemos que as runas são uma antiga forma de escrita.
Bem como sabemos que sua origem exata não é clara, nem definida.
Quando buscamos descobrimos que a palavra runa é proveniente do norueguês antigo “run”.
Ademais, sabemos que teve sua raiz na palavra indo-europeia “ru”.
Essa palavra é amplamente difundida entre os germânicos e escandinavos.
Inclusive, pode ser encontrada em seus vários idiomas e dialetos com pequenas variações.
Entretanto, convergindo todas para um mesmo significado: mistérios, segredos, sussurros e também identificando a pessoa que possui o conhecimento rúnico e o pratica em suas diversas formas, sendo “aquele que sussurra”.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – alfabeto mágico
As runas são letras de um alfabeto mágico e sagrado usado pelos antigos povos da Escandinávia.
Assim sendo, são imbuídas de cunho espiritual.
Portanto, tanto trazem proteção, quanto promovem aberturas de caminhos e orientam com relação ao futuro.
Mitologicamente as runas estão associadas a Odinn ou Wotan, como também é conhecido, Alfadhir, o Pai Supremo, Deus Comandante!
Odinn possuía vários nomes, títulos e apelidos.
Eventualmente, diferiam de acordo com as diversas localizações e épocas, culturas e sociedades.
Ademais, possuía características e semblantes diferentes, representando suas tríplices faces.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro
Inicialmente, era um gigante arcaico, feroz, regente das tempestades.
Ele está relacionado ao desenvolvimento do calendário e da divisão do tempo.
Por fim, com o passar do tempo foi sendo incorporado à sabedoria das runas.
A palavra Odinn é derivada do radical “Od” do escandinavo antigo e tem como significado o “espírito” ou o “vento”.
Encontramos no escandinavo antigo Wotan ou Woden, um antigo deus celeste indo-europeu, Wodenaz, que comparado ao latim “ventus” ou sânscrito “vata”, igualmente tendo o mesmo significado: o vento.
Assim sendo, podemos declarar Odinn ou Wotan como um deus do vento e da tempestade que se mesclou a deus celeste mais antigo.
Também era associado às forças elementais, ao contínuo ciclo de morte e renascimento e ao conhecimento arcano da magia.
Ele podia assumir a forma e a aparência que desejasse.
voava pelo céu e entre as dimensões em seu cavalo mágico de oito patas
Antes de mais nada, podia prever o futuro e tinha ainda o poder de ressuscitar os mortos.
Ainda mais, recolhia e conduzia as almas dos guerreiros e heróis mortos em batalhas!
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – um ato iniciático
Ao empalar-se por nove dias e nove noites e entregar-se a si mesmo num ato iniciático, Odinn buscou em seu inconsciente a expressão da consciência, dessa forma ele foi além da divisa entre a vida e a morte.
Também pagou com seu próprio olho para obter a permissão de beber da Fonte da Sabedoria guardada por Mimir.
Assim, ele pode compreender o Cosmos.
Com isso, recebeu os arquétipos rúnicos e os tornou compreensíveis para que nós pudéssemos vir a ter acesso a este conhecimento.
Aqui Odinn se tornou xamã
Finalmente, se tornou o Mestre da inspiração da sabedoria mágica.
As runas seriam um presente dos deuses a Odinn.
Em algum momento, Odinn predominou perante a imagem de Týr ou Tiwaz.
Esse era um antigo e supremo deus celeste venerado pelas tribos indo-europeias.
Posteriormente, foi aceito pelas tribos germânicas e teutônicas, como Pai Celeste e Senhor da Guerra.
Dessa forma, assimilando os seus atributos e qualidades e, consequentemente, com a tomada de expansão das sociedades nórdicas, tendo a guerra como um meio para esse alcance, a face guerreira de Odinn, brota fortemente armada.
Aqui Odinn é retratado com sua lança mágica Gungnir, seu escudo brilhante e elmo dourado.
O lobo e o corvo presentes
E aqui encontramos Odinn, o condutor das almas!
Odinn, poeta, xamã e guerreiro
Padroeiro e antepassado de Reis, nobres e guerreiros.
Somente os mais valorosos e valentes guerreiros seriam os escolhidos, para após a morte na Terra, serem conduzidos pelas Valquírias ao Valhalla para comporem com o seu exército, o Einherjar.
Além disso, como xamã, a missão de Odinn é conduzir e recolher as almas que encontrar em suas peregrinações.
Esta visão pode ter sido distorcida pelo cristianismo.
Aqui sua aparência é representada como um homem alto com uma capa longa e um chapéu com abas largas e caída sobre o olho que lhe falta.
Doravante, revelando apenas o olho azul resplandecente, está acompanhado por um corvo e por um lobo, às vezes pelos dois corvos, Huginn e Muninn.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – desenvolvimento da história
Com efeito, podemos considerar que houve um desenvolvimento na trajetória de Odinn.
Ocorreu uma busca e um desempenho para dar um salto em sua evolução e assim, elevou-se ao deus Odinn, como defensor da Inspiração e da Sabedoria.
Aqui se apresenta como um sábio idoso, com longos cabelos cacheados e grisalhos, com um manto azul, com capuz, cobrindo parcialmente o rosto, portando um cajado de abrunheiro.
Da mesma forma, passa a ser desenhado com runas, pronunciando versos tocando as almas, ora inspirando, ora exortando, sempre com lindas e sábias palavras.
Aqui Odinn, se apresenta como o Realizador de desejos!
Odinn é, portanto, um Deus Pai, Senhor Todo Poderoso!
E aqui é representado sentado em seu trono rodeado de seus objetos mágicos e animais acompanhantes.
Tais como, Huginn e Muninn, os corvos, Geri e Freki, os lobos, Sleipnir, o cavalo, Gungnir, a lança de três lâminas, Brimir, sua espada, seu Elmo dourado e Escudo branco, e Draupnir, o anel.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – um personagem histórico
Podemos presumir que Odin tenha sido uma pessoa notável, de grande personalidade e, segundo alguns historiadores é muito provável afirmar que Odinn tenha sido um personagem histórico.
Possivelmente era um líder tribal asiático Aesir, que saiu em busca de conquistas, emigrou pela Europa Central e instalou-se no extremo Norte Setentrional.
Em seu percurso foi conquistando territórios e deixando seus filhos como governantes e futuros reis e instituindo-se finalmente na Suécia.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – nome mágico
Adotou o nome mágico de Odinn, estabeleceu e governou criando leis.
Com essa finalidade, era assistido por doze anciãos, cada sábio representando um dos doze signos zodiacais.
Conquanto, estes o aconselhavam e o auxiliavam como administradores e sacerdotes.
Odinn desenvolveu uma religião baseada nos arquétipos rúnicos que supriu a religião primitiva da Era do Bronze.
Após sua morte, Odinn, foi deificado.
Odinn, poeta, xamã e guerreiro – lendas e mitos
Sabemos que lendas e mitos podem basear-se em fatos e pessoas reais, que se destacaram, transformaram a vida de muitas pessoas de forma impactante e construtiva e devido a isso, foram associadas aos deuses.
Talvez este seja o caso de Odinn.
Enquano xamã pré-histórico atuaria com comando, sendo respeitado e temido.
A priori o principal arquétipo de Odinn é o xamã.
Outro aspecto importante a destacar sobre Odinn, é sua correlação com Mercúrio, mas isto deixarei para o próximo artigo, onde também veremos a influência dos planetas nas runas.
Muitas histórias se podem contar a respeito de Odin e podemos contá-las posteriormente!
Nos dias atuais a força representada por Odinn é a de nos conduzir, revelando e orientando em nossa jornada de autoconhecimento e evolução, a fim de nos tornarmos seres mais capazes, fortes pela nobreza de nosso caráter e agradecendo, celebrando a vida com amor e gratidão!
Hail Odinn! Sail Odinn!
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