Mágoa – Caçadores de Mágoas III

Mágoa – Caçadores de Mágoas III

Vênus, escolhas que geram mágoa

Em outro plano da expressão da personalidade, encontramos Vênus e as expectativas simbolizadas por esse planeta.

As escolhas, todos os tipos de escolha, afetiva ou material, são representadas por Vênus.

Quando um átomo de hidrogênio “escolhe” átomos de oxigênio para formar a água, essa escolha físico-química é regida por Vênus.

Quando um homem escolhe uma mulher para amar e uma mulher escolhe um homem para amar, também o símbolo de Vênus está presente.

Os referenciais de escolha estão contidos na psique humana, são as experiências que se acumulam na memória, são os traumas, é o critério estético e ético que se construiu durante a história da vida.

A Lua e seus significados anteriormente descritos está devidamente representada na base desses critérios, e por isso Vênus representa um degrau das qualidades simbolizadas pela Lua, uma “oitava”, um outro grau dos significados lunares, que necessariamente serão conteúdos das escolhas e da expressão de Vênus.

Se os critérios de escolha estão maculados por conteúdos da memória, e se existe mágoa nesses conteúdos, é natural que essas escolhas reflitam essa mágoa e sejam, consequentemente, fontes de maiores mágoas e ressentimento.

Existe também, nos critérios de escolha representados por esse planeta, conteúdos infantis não vividos, não elaborados

Expressões e potencialidades que nos foram arrancadas durante uma fase de nossa existência durante a qual não tínhamos defesas adequadas.

Aquilo que por acaso tenha sido um impedimento do desenvolvimento natural de critérios, junto com o desenvolvimento natural e espontâneo dessa criança interior, vai acontecer em nossas vidas através de escolhas inadequadas e geradoras de transtornos, particularmente escolhas afetivas que nos trarão infelicidade e mais frustração.

A defesa natural que nossa auto importância nos impõe ao resultado de escolhas tortas e desajustadas na vida é atribuir aos outros, aos objetos de nossa escolha, a responsabilidade pelo fracasso resultante dessas mesmas escolhas, e a forma mais comum disso acontecer é nos sentirmos traídos e magoados por aqueles que obtusamente escolhemos.

Mágoa – Caçadores de Mágoas III

A culpa tende a ser sempre do “outro”, é mais tolerável assim.

O que nos resta, diante dessa circunstância, senão vivermos carregando ressentimentos de cada contato, de cada relação que experimentamos, especialmente porque a referência, a premissa que sustentou a escolha e o principiar de cada relação é a de um olhar carregado de mágoa, carregado de dor e frustração por não ter podido nunca entrar em contato consigo mesmo, com sua verdadeira essência?

Existe a cura para essa mágoa, e essa cura consiste em escolher com o coração limpo, com o instinto e a intuição, com uma expectativa baseada na necessidade mais natural de trocar energia vital, em vez de eleger o objeto onde focalizar nossa afetividade tendo como parâmetros nossas dores e frustrações acumuladas desde a mais tenra idade, desde o momento em que abrimos mão de coisas essenciais para nos sentirmos aceitos e iguais a todo mundo.

Precisamos aprender a escolher as coisas que podemos amar com os olhos límpidos da criança que nos habita, aquela que ainda pode ser livre e natural, aquela que sabe que o importante é viver e ser inteiro, em vez de achar que o importante é ser aceito por fazer o jogo dos outros.

A criança assustada e contida escolhe apenas coisas pequenas, que não a ameacem, que não afetem em nada o complicado equilíbrio emocional que a mantém atada aos valores afetivos que lhe foram impostos como certos.

Essa criança escolhe dentro desses critérios que contrariam a natureza da existência que é sempre crescer e se expandir, causando uma insatisfação interna constante, e essa insatisfação se transforma facilmente em mágoa contra aquilo que eu mesmo escolho e que me impede de crescer, e assim se origina um círculo vicioso que mantém e alimenta o comportamento ressentido e o fracasso nos relacionamentos humanos.

Creio que isso pode ser mudado simplesmente se conectando com essa criança, esse lado essencial da gente, deixando que a criança se rebele e assuma sua condição natural, seja ela mesma, ou melhor, que seja uma bela referência do que podemos ser nós mesmos.

Basta ousar, basta correr o risco de não ser aceito por aqueles que precisam da gente condicionado e bem comportado dentro de seus critérios do que é certo ou errado e assim, estaremos caminhando para nos tornarmos pessoas livres de mágoa, pessoas sãs.




Outros artigos interessantes deste mesmo autor:

Deixe seu like e siga nossa Rede Social:
0

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *