O DEUS DE JUNG

O DEUS DE JUNG

FACE A FACE COM DEUS

“QUANDO CRIANÇA, o SENHOR acreditava em DEUS?” Perguntou-lhe o repórter inesperadamente.

Sem hesitar, Jung respondeu imediatamente. “Claro que sim. Todos nós acreditávamos…”

No mesmo FÔLEGO Freemann insiste na PERGUNTA, contudo, com o CUIDADO de atualizá-la.

“E hoje, o senhor continua acreditando em Deus?”

Decerto, por essa ele não esperava.

As imagens do FILME “Face to Face with Carl Jung”, exibem de forma ABSOLUTAMENTE CLARA tanto seu EMBARAÇO quanto a surpresa de que foi tomado diante da EXTRAORDINÁRIA INVESTIDA do REPÓRTER.

Aquela pergunta se dúvida, não era prevista.

DESAFIADO pela surpreendente presença de espírito de Freemann, Jung OFERECEU ao MUNDO uma das mais PROFUNDAS RESPOSTAS sobre a VERDADEIRA NATUREZA da EXPERIÊNCIA de DEUS.

Ele disse: “Não, eu NÃO PRECISO ACREDITAR. EU SEI.”

A entrevista, exibida em toda a Europa caiu como uma bomba sobre as cabeças tanto de católicos, como protestantes e judeus.

A repercussão do “EU SEI” OBRIGOU JUNG a responder uma INFINIDADE de CARTAS que lhe CHEGAVAM do MUNDO inteiro.

Concomitantemente, PUBLICAVA pelos SEMANÁRIOS pequenos ARTIGOS que tentavam ELUCIDAR sua MISTERIOSA RESPOSTA.

No The Listener, portanto, ele dizia que DEUS era PARA ele uma FORÇA INCONTROLÁVEL.

Sobretudo, um DESÍGNIO que REVOLVIA IMPIEDOSAMENTE um ESTADO de VIDA para OUTRO.

Uma AVASSALADORA TORRENTE em DIREÇÃO da VIDA e da MORTE.

Tudo o que não era PASSÍVEL de CONTROLE, que ARREBATAVA a alma rumo ao DESCONHECIDO.

Similarmente, TUDO que PRODUZIA um terrível SENTIMENTO de estar sendo ARRASTADO por uma INCESSANTE ENERGIA onde a VONTADE CONSCIENTE não mais poderia COMANDAR.

Onde quer que algo se ESTABELEÇA impondo-se COMO DEFINITIVO, aí está o DEUS VIVO para Carl JUNG.

1)Não por acaso, o livro mais volumoso da extensa obra de Carl Jung intitula-se “PSICOLOGIA da RELIGIÃO OCIDENTAL e ORIENTAL”, volume X.

A tradução do ALEMÃO para o PORTUGUÊS é do excelente e saudoso amigo Dom MATEUS RAMALHO ROCHA O.S.B.

2)Um pouco mais complexo é o livro “Aion: Estudos sobre o Simbolismo do Si-Mesmo”. O foco central é o ARQUÉTIPO CRISTO. Este é entendido como SÍMBOLO do SELF.

3)

Para JUNG o SELF é o CENTRO REGULADOR da PSIQUE, de lá tudo emana e para lá tudo converge.

“Papai nunca deixou claro se o self era a imagem de Deus ou se Deus era uma projeção do self”, disse-me Franz Jung, em entrevista à mim publicada na REVISTA DE CULTURA VOZES.

4)Em AION, Jung critica a doutrina PATRÍSTICA do Summum Bonnum. isto é, que Deus é todo o BEM e que o MAL é apenas a AUSÊNCIA do BEM.

Jung nunca duvidou da existência do mal como entidade autônoma.

Para ele, Deus é uma ANTINOMIA. Nele as COINCIDÊNCIAS dos OPOSTOS estão VIVAS.

5)Em muitos outros textos JUNG defenderá a ideia de SIMETRIA entre DEUS e o INCONSCIENTE.

6) No livro Mysterium Coniunctionis chama atenção para a UNIÃO dos OPOSTOS realizada com SUCESSO pela ALQUIMIA.

A SOMBRA ou o MAL não eram reprimidos nessa experiência herética mas TRANSFORMADOS.

A LÁPIS PHILOSPHORUM, isto é, a PEDRA FILOSOFAL era o RESULTADO destas TRANSFORMAÇÕES.

Portanto, AQUELE BRILHO LUMINOSO derivava do NIGREDO, da PRIMA MATÉRIA.




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José Raimundo Gomes

J. R.GOMES é psicólogo clínico no Rio de Janeiro. Tem consultório na Tijuca e na Barra. Contato: jrgomespsi@yahoo.com.br / WhatsApp: 21.98753.0356

Um comentário em “O DEUS DE JUNG

  • maio 31, 2019 em 2:01 pm
    Permalink

    “Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem”

    Resposta

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