NANÁ, A MATRIARCA
NANÁ, A MATRIARCA
Mãe austera que conhece as surpresas da vida assim como os mistérios da morte.
Sobretudo, Matriarca que não se ilude, não teme a dor, porquanto já viveu para vencê-la.
É decerto a mulher sábia que olha as coisas com a distância dos anos. Sabe o começo, porém, também conhece o final.
Naná rege tanto os pântanos de água salgada quanto as águas paradas.
É portanto a dona da lama. Certamente a que dá origem à vida e dá forma à morte.
Velha Senhora, Nàná é ave noturna que voa acima das árvores, impondo respeito por onde passa, aonde pousa.
Ela é a sabedoria doída de quem muito viveu. É a certeza amena, de quem conhece a força do tempo.
Da água faz seu elemento.
Do ìbírí, seu instrumento. Útero, berço da vida.
O início da jornada, que a mãe paciente, prepara para aqueles que virão.
No fim do destino, lá está ela, Nàná, para novamente amparar, acolher, preparar para uma nova etapa.
Existiu antes do ferro. Dele não faz utensílio. Naná tem seu próprio jeito, tem suas manias.
Em Okuni, no Dassa Zumé, há milhares de anos, inicia seu culto. Mas a força da matriarca ganha outras terras. Ganha força com os iorubas. Ganha filhos, no Brasil.
Para que a vida permaneça, a Grande Mãe sempre deve saudada: “Sàlúgbá!”(Venha em nosso auxílio!). Salve Nàná, a poderosa Mãe Ancestral!
Rio, 08/3/16
Márcio de Jagun
(Série “ORIXÁS” – CASA DE OXUMARÊ)
Bom dia.
Conheci o site hoje, por acaso. Os temas me interessam. Como nada é por acaso, agradeço as forças que me trouxeram à essas leituras.
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Parabéns! Gostei muito. 🙌🏾
Que bom que tenha gostado do site. Nossa intenção é cada vez mais, trazer conteúdos de interesse do público em geral. Abraço, Claudia Araujo