MORTE INICIÁTICA – SÍNDROME DO PÂNICO VII
MORTE INICIÁTICA
Lembremos que o sindromado por PÃ tem a convicção pavorosa de morte súbita sem que contudo, esta jamais se concretize.
Na realidade, o que lhe ameaça é a morte iniciática, portanto, a morte simbólica.
Notemos também a presença curiosa de um paradoxo: tanto exausto quanto deprimido, a vítima de PÃ deseja morrer.
Porém, não é justo a morte que o indivíduo em pânico tenta evitar?
Não é em função disso que se mantém trancado dentro do quarto e completamente resistente a sair dele?
O que se precisa observar com acuidade é esse paradoxo.
Ele não vai à rua porque pode morrer de um ataque cardíaco. Entretanto,se ele quer morrer, argumentamos cheios de lógica, porque não aproveita o suposto ataque letal do coração para resolver de uma vez por todas o problema?
Como pode desejar aquilo de que tem medo e no entanto foge?
Tentemos responder a esse paradoxo.
A menos que o sindromado por PÃ embaralhe em sua mente as diferentes mortes possíveis ao longo da jornada da vida a morte.
Outrossim, o que ele teme morrer não pode ser confundido com a morte física.
Devemos avançar um pouco mais nesta reflexão:
A morte física muitas vezes lhe parece menos dolorida do que a morte proposta pelo sintoma de morte no interior do ataque de pânico.
É exatamente aqui no entanto, que o paradoxo das mortes física e iniciática se resolvem, porquanto, a própria busca da morte física é uma tentativa psicótica de evitar a morte iniciática do indivíduo.
A morte física o libertaria em definitivo daquilo que sobretudo mais teme.
Essa tão temida morte, nada mais é do que a morte iniciática, qual seja, a transformação profunda de seus valores essenciais.
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