A Mitologia dos Doze Signos – Parte II
A Mitologia dos Doze Signos – Parte II
No texto anterior, falamos um pouco sobre os mitos que são usados como referência a uma melhor compreensão dos signos de Áries a Virgem.
Cada signo do zodíaco pegou o nome “emprestado” das constelações zodiacais. Então, naturalmente, a história mitológica por trás de cada uma das doze constelações também nos ajuda a entender o arquétipo de cada um dos signos.
Lembrando, mitologia é o estudo de histórias, lendas e a interpretação dos mesmos inserida em uma cultura. Geralmente, populares e com fundo religioso, traz muitas visões passadas das pessoas de geração em geração.
Cada povo tem seu conjunto de histórias, folclore, mitos. Seja ele grego (talvez o mais difundido), romano, africano, nórdico, hindu, asteca, inca, guarani. Enfim, narrativas que ajudaram na educação e desenvolvimento de cada região.
Continuando então, conheça um pouco de alguns mitos ligados aos doze signos do zodíaco:
LIBRA
PÁRIS E A MAÇÃ DOURADA
Éris, a deusa da discórdia, não foi convidada para o casamento de Peleu e Tétis e por isso, jogou uma maçã de ouro destinada a deusa mais bela. Hera, Atena e Afrodite que estavam presentes, reivindicaram a maçã e coube a Zeus decidir então, quem era a mais bela. Sabendo que as deusas eram rancorosas e vingativas, o deus dos deuses não quis se comprometer. Para decidir, chamou então Páris, filho do rei de Troia e que era conhecido pela sua beleza e justiça.
A princípio, Páris relutou. Não quis entrar em desarmonia com nenhuma das deusas. Até que cada uma delas apareceu para ele, oferecendo ganhos pela escolha. Hera, esposa de Zeus, ofereceu riqueza e os reinos da Pérsia. Já Atena, deusa da guerra e da sabedoria, ofereceu então sabedoria e vitória em todas as batalhas. E, por fim, Afrodite, a deusa do amor, ofereceu o amor de qualquer mulher que ele quisesse, além é claro, de proteção contra as outras deusas.
Assim sendo, Páris, que já havia se encantado com a beleza de Helena, escolheu Afrodite. A deusa então lhe entrega o coração de Helena e que posteriormente, vai provocar a famosa guerra de Troia, visto que ela já era casada.
Ou seja, como referência ao signo de Libra, temos o desafio da escolha. A princípio, é a tentativa de ficar em cima do muro sem desagradar ninguém. Porém, toda escolha envolve um lado e, além disso, a escolha vai traduzir valores da pessoa: riqueza, sabedoria ou amor, como no mito. Libra é um signo racional e vai precisar sempre entender o cenário para tomar uma decisão.
ESCORPIÃO
ÓRION, O DESEJO DO CAÇADOR
Filho de Poseidon, Órion era um gigante caçador e que tinha a capacidade de andar sobre as águas. Consumido pelo desejo, Órion persegue e tenta estuprar as Plêiades, protegidas da deusa Ártemis. Assim, a deusa da caça e protetora das mulheres envia um Escorpião para matar o gigante.
Ainda como castigo, Órion e Escorpião são colocados no céu, como constelações, para que o gigante passe a eternidade fugindo do animal que o matou. Nessa lógica, todas as vezes que a constelação de Órion se põe no horizonte, a de Escorpião nasce e assim, estarão sempre um perseguindo o outro.
Apenas por curiosidade, as famosas estrelas “Três Marias” que aprendemos a identificar no céu desde pequeno, fazem parte da constelação de Órion e formam o cinturão do caçador.
Quando falamos do signo de Escorpião, trazemos a energia sexual, o desejo, a persistência, e claro, a vingança, o não esquecimento. É o signo que fala de morte e renascimento.
SAGITÁRIO
QUÍRON, O GURU DOS HERÓIS
Os centauros, metade homem metade cavalo, eram conhecidos pela sua luxúria, violência e bebedeiras. Menos Quíron, que buscou no conhecimento uma forma de vencer os instintos animalescos. Sua sabedoria era tão grande, que Zeus lhe deu o dom da imortalidade.
Sábio, mestre, tinha também o dom da cura e era responsável por inspirar e treinar os grandes heróis. Jasão, Hércules, os gêmeos Pólux e Castor, entre outros, foram todos pupilos do grande centauro.
Em uma desventura, foi ferido por uma flecha envenenada de Hércules e que nunca cicatrizou. Como era imortal, sua dor também seria. Até que trocou sua imortalidade com Prometeu, um titã e Zeus, diante de tanta generosidade, o colocou no céu como a constelação de Sagitário.
Assim, Sagitário é conhecido como o signo do conhecimento. É o mestre do zodíaco, aquele que nos contagia e nos ensina. Bem como, tem seu lado animalesco, bruto e que pode disparar patadas por aí.
CAPRICÓRNIO
A CABRA AMALTEIA
Cronos ou Saturno, o senhor do tempo que tudo consome, sabia que um de seus filhos iria destroná-lo e por isso, devorava todos que nasciam. O último, Zeus, foi dado pela sua mãe aos cuidados da cabra Amalteia, que por sua vez, entregou uma pedra enrolada em panos para que Cronos a devorasse, enganando-o.
Zeus cresce sob os cuidados da cabra, sendo ensinado sobre a responsabilidade de voltar, derrotar o pai e assumir o trono. Para tanto, seria necessário o sacrifício da cabra, pois o deus precisaria de sua pele e chifres para vencer o pai.
Dessa forma, cumprindo o plano, Zeus foi ao encontro do pai, fazendo-o vomitar os irmãos, que juntos o derrotaram. Como forma de gratidão pelo sacrifício da cabra, os deuses a colocaram no céu, formando a constelação de Capricórnio.
Ou seja, o signo da cabra representa o sacrifício para um bem maior, a responsabilidade, o planejamento e o entendimento da hierarquia. Capricórnio é o símbolo do comprometimento, da dedicação para alcançar uma meta.
AQUÁRIO
PROMETEU E A REVOLTA CONTRA OS DEUSES
Inteligente, criativo e com o dom da profecia, Prometeu era um titã que recebeu a missão de criar os homens. O fez com barro, água e dava o sopro da vida. Porém, não havia brilho nos olhos, algo que era próprio apenas dos deuses. Foi assim, que Prometeu roubou o fogo de Zeus e levou aos homens, dando-lhes mais energia e independência.
Revoltado, Zeus castigou Prometeu, acorrentando-o numa rocha. Fez com que uma águia comesse um pedaço de seu fígado todos os dias, pois o órgão iria se regenerar. Sendo imortal, esse suplício iria durar a eternidade, até que Prometeu alerta Zeus sobre um filho que ele poderia ter com Tétis e este o liberta.
Assim, quando falamos do signo de Aquário, entendemos a necessidade de pensar na humanidade, defender o coletivo e lutar contra um poder absoluto e centralizador. São rebeldes por natureza, porém visionários e criativos.
PEIXES
EROS E AFRODITE, A FUGA PARA O AMOR
Tifão era um monstro muito temido pelos deuses e certa vez, vendo Afrodite e Eros, começou a persegui-los. Instruídos pela cabra Amalteia, se jogam no mar para conseguir escapar do monstro.
Sabendo disso, Poseidon, deus dos mares, envia dois golfinhos atados por um laço de ouro para que levem mãe e filho a um local seguro, no fundo do oceano. Agradecidos, transformam os golfinhos na constelação de Peixes.
Assim, nas profundezas do mar, Afrodite e Eros podem viver sem preocupações, perseguições ou quaisquer problemas do mundo terreno.
OU seja, o signo de Peixes traz em sua representação o mundo do inconsciente (oceano). Possui um desafio natural em lidar com o mundo concreto e como saída, acaba fugindo para o mundo dos sonhos e fantasias. A fuga da realidade, dos problemas e a busca de uma vida idealizada é característico do arquétipo pisciano.
O mito não define o signo, bem como o signo não define pessoas.
São referências. Não encontramos deuses vingativos, monstros ou outros seres mitológicos no nosso dia a dia, felizmente. Mas, quando usamos como analogias, nos deparamos com várias hidras, gigantes, titãs e deuses sedutores, seja em nossa frente ou dentro da nossa própria cabeça.
Como dito anteriormente, há várias lendas e versões ligadas a cada região. Há outros mitos que se ligam à Astrologia e que vale a pena conhecer.
E assim, quanto mais referências, quanto mais conhecimento, mais repertório teremos. Seja para lidar com a vida, seja para lidar com o outro, seja para lidar com a gente mesmo.
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