As Dignidades e Debilidades dos Planetas
As Dignidades e Debilidades dos Planetas
Domicilio, Exílio, Exaltação e Queda
Muitas são as regras e diretrizes que definem a dinâmica de funcionamento da Astrologia. Ou seja, nada é por acaso. Nada é achismo ou intuição.
Para tudo existe um porquê.
Assim, em meio a essas regras tradicionais, temos as dignidades planetárias que irão definir o estado que cada planeta se comporta ao passar por um signo.
Ora, se tudo na natureza busca uma harmonia, é “natural” que os planetas se harmonizem de acordo com a posição astrológica.
Cada planeta tem um signo que rege e por isso, quando ele se encontra neste signo, se sente em perfeita harmonia. Neste sentido, a medida que o planeta vai se distanciando do signo de sua regência, ele vai se enfraquecendo.
Ou seja, cada planeta se sentirá maravilhoso em um determinado signo, mais ou menos em outro e se sentirá estranho num outro ainda.
Fazendo uma analogia, temos 5 situações:
1) Imagine você na sua casa. Você se sente bem, seguro, pleno. Assim, você pode se expressar em sua total liberdade. Pode ser você mesmo, sem nenhum tipo de censura.
2) Imagine você na casa do seu melhor amigos. Não é a sua casa, mas você também se sente bem lá. Isto é, sua liberdade não é 100%, mas não vê complicações nisso e seu amigo ainda o estimula.
3) Imagine você em um quarto de hotel. Não é a sua casa. É só uma passagem. Você pagou pelo quarto. Ou seja, existem algumas regras, mas enquanto você estiver lá, tudo bem.
4) Imagine você na casa de um desconhecido. Não é a sua casa e você não conhece as regras. Ou seja, você se limita e pode não se expressar, pois você não sabe como as coisas funcionam por lá.
5) E, por último, imagine-se na casa de uma pessoa que você não gosta, Não é a sua casa. Você o reconhece e por isso, não gosta dele. Dessa forma, além de não saber como se expressar, você ainda fica incomodado.
Inegavelmente, assim são os planetas caminhando pelos doze signos do zodíaco e essas dignidades planetárias, receberam denominações específicas para cada estado: domicílio, exaltação, peregrino, exílio e queda.
Assim sendo,
DOMICÍLIO
Como o próprio nome diz, o planeta se sente em casa. Dizemos que o planeta está domiciliado, quando ele passa pelo signo que rege. Desta forma, está pleno e sua força na potência máxima, entregando tudo que promete.
Exemplo: Vênus em Touro. O planeta do prazer e valorização, no signo do prazer e da segurança. Assim, pessoas com Vênus em Touro se valorizam muito mais. Até mais do que uma Vênus em Leão, por exemplo. Brinco que Vênus em Leão, se acha. Já em Touro, ela tem certeza.
Planetas domiciliados:
Sol em Leão / Lua em Câncer / Mercúrio em Gêmeos e Virgem / Vênus em Touro e Libra / Marte em Áries e Escorpião / Júpiter em Sagitário e Peixes / Saturno em Capricórnio e Aquário / Urano em Aquário / Netuno em Peixes / Plutão em Escorpião.
EXALTAÇÃO
Quando o planeta passa por um signo que não é o que rege, mas ele se sente muito bem por lá. Isso acontece, porque o planeta tem uma afinidade direta com o que aquele signo representa. Assim, o planeta fica mais estimulado do que o normal.
Exemplo: Sol em Áries. O significador do ego, da vontade e que é regente de Leão, sente-se ótimo e estimulado em Áries. Arianos têm a necessidade da visibilidade e reconhecimento.
Planetas exaltados:
Sol em Áries / Lua em Touro / Mercúrio em Aquário / Vênus em Peixes / Marte em Capricórnio / Júpiter em Câncer / Saturno em Libra.
EXÍLIO
Neste estado é quando o planeta passa pelo signo oposto ao que rege. Ou seja, ele não reconhece o que aquele signo representa. Sua função fica limitada. Assim, a função que aquele planeta representa fica comprometida por não saber se expressar. Ele perde sua força.
Exemplo: Lua em Capricórnio. O astro que rege o emocional, o vínculo, a nutrição não sabe se expressar no prático e terreno Capricórnio. Seu universo é água canceriana e não as montanhas rochosas da cabra alpinista. Por isso, pessoas com Lua em Capricórnio não sabem se expressar emocionalmente e tentam tangibilizar (tornar concreto) os sentimentos. Ou seja, é como se precisassem trocar presentes como prova do sentimento.
Planetas exilados:
Sol em Aquário / Lua em Capricórnio / Mercúrio em Sagitário e Peixes / Vênus em Escorpião e Áries / Marte em Câncer e Touro / Júpiter em Gêmeos e Virgem / Saturno em Câncer e Leão / Urano em Leão / Netuno em Virgem / Plutão em Touro.
QUEDA
De todas as dignidades, talvez essa seja a mais desafiadora. Neste estado, o planeta está num signo que além dele não entender o funcionamento, tem um proposta diferente a que ele se propõe. Ele se encontra no signo oposto em que se exalta. Assim, é como sua expressão sofresse com significado daquele signo e fosse corrompido. Ou seja, ele acaba agindo errado, como se rejeitasse aquela posição.
Exemplo: Marte em Câncer. O planeta da ação, da assertividade, da objetividade fica totalmente desconcertado no signo do mangue. Imagine um guerreiro tentando lutar no meio da lama. Assim é Marte em Câncer. Dessa forma, por não poder se expressar diretamente, fica muito reativo e passional. E acaba guardando muita emoção e estourando em quem não merece.
Planetas em queda:
Sol em Libra / Lua em Escorpião / Mercúrio em Leão / Vênus em Virgem / Marte em Câncer / Júpiter em Capricórnio / Saturno em Áries.
PEREGRINO
No mesmo sentido da palavra, o planeta está peregrino quando ele passa por um signo que não tem afinidade, mas também não tem nenhum incômodo. Isto é, apenas um planeta caminhando por aquele signo. Sua expressão não sofre nenhuma modulação, a não ser a proposta do signo em si, é claro.
Exemplo: Mercúrio em Capricórnio. O planeta do intelecto segue a cartilha capricorniana para se expressar. Sem modulações e exageros. Pessoas com este posicionamento tem uma mente cartesiana, planejadora e se expressam de forma séria e comprometida com o que é real. Ou seja, apenas seguindo o que o signo da cabra representa.
Ainda é uma polêmica sobre os signos que os planetas geracionais (Urano, Netuno e Plutão) se exaltam e têm sua queda. A regra das dignidades se origina na Tradição e os planetas transaturninos foram descobertos a pouco tempo. Dessa forma, ainda não há pesquisa quantitativa e qualitativa que possam determinar estas posições.
Tanto, que há divergências entre astrólogos. Uns dizem que Plutão se exalta em Leão, devido ao significado de poder. Já outros, dizem que é em Gêmeos, devido a frieza. A maioria busca por afinidades, como Urano exaltado em Escorpião.
Mas lembrem-se: nada na Astrologia é uma regra simples.
Digo isso, porque, para uma análise mais profunda e completa, precisamos verificar os alinhamentos que estes mesmos planetas fazem uns aos outros. Tudo está conectado.
A Vênus pode estar em Touro, mas com Saturno em Leão (em queda) fazendo quadratura. Ou seja, o planeta pode até querer viver os prazeres de forma plena, mas sofrerá com as determinações, limitações de Saturno.
Além dos posicionamentos por signo, os planetas também se modulam com o posicionamento das casas que se encontram no mapa astral. Ou seja, tem setores da carta astrológica que o planeta se sente literalmente em casa e outras não. Independentemente do signo que se encontra.
A essa dinâmica, chamamos de dignidades acidentais. Isto é, o planeta tem um estado por signo, mas sofre outra modulação acidentalmente, quando age em uma casa específica. Assim, o planeta pode estar peregrino, mas caso se encontre em determinada casa, ele é estimulado quanto às experiências daquele setor.
Se cada casa do mapa tem uma analogia com um signo, então, a dignidade acidental seguirá a mesma lógica.
Exemplo: Júpiter está domiciliado em Sagitário. A casa 9 é o setor do mapa análogo a Sagitário. Assim, quem tem Júpiter na casa 9, independentemente do signo, terá ele em domicílio acidental.
Outro exemplo, Vênus em Peixes na casa 6. Mesmo ela estando exaltada neste signo, quando se trata das relações no ambiente de trabalho, ela pode se confundir. Afinal, a casa 6 é análoga ao signo de Virgem, signo que a Vênus estaria em queda.
Enfim, o ser humano é complexo e não se resumiria a uma dinâmica simples de 12 posicionamentos.
Como dito no início, há várias regras que formam o conhecimento da Astrologia e aprender sobre elas é fundamental para se aprofundar neste autoconhecimento.
Muito didático e reflexivo. Obrigado.
No exemplo dado, se a cúspide da Casa 6 está em Peixes, o “regente” dessa Casa não seria Júpiter/Netuno? Portanto essa Vênus não estaria tão em queda…?