O diálogo entre os planetas e suas combinações

O diálogo entre os planetas e suas combinações

Sabemos que não somos formados apenas pelo signo solar. Ninguém é apenas libriano, canceriano ou leonino. Decerto, somos um grande quebra-cabeças, com muitas peças de padrões diferentes, mas que se encaixam em uma perfeição divina.

São 12 signos, 12 casas e 10 astros, basicamente, que darão um número gigantesco de combinações e assim, nos tornamos únicos. Neste sentido, podemos dizer que os aspectos formados entre os planetas em nosso mapa natal são as forças que ditam a lógica de montagem deste quebra-cabeças.

Ou seja, estudar Astrologia e não buscar entender a natureza de cada um dos aspectos planetários é como tentar deduzir a imagem final desse jogo, sem juntar as peças.

Pois bem, sabemos que toda dinâmica astrológica é desenhada em um círculo.
São 360 graus divididos em 12 partes, sejam signos ou casas.

Ora, se os astros caminham por este círculo ininterruptamente e, cada um na sua própria velocidade, haverá sempre diferenças nas posições entre deles. Ou seja, a cada instante, cada planeta estará num ponto deste círculo.

Por exemplo, imagine um circuito de corrida em volta de um estádio esportivo. Neste circuito tem várias raias e em cada uma delas, um atleta correndo a uma velocidade diferente do outro. Terá atleta que poderá completar uma volta inteira e ainda passar por outro que ainda esteja em sua primeira volta.

Assim são os planetas caminhando pelo zodíaco.

Sendo assim, observando os movimentos planetários por anos e anos, percebeu-se que quando um planeta estava a uma determinada distância do outro, havia uma combinação de forças.

As estas distâncias, que na verdade são ângulos (estamos falando de um percurso de 360 graus) deu-se o nome de aspectos.

Assim, quando um planeta forma um ângulo específico com outro planeta, podemos dizer que eles interagem entre si, modulando sua atuação.

Nesta dinâmica, observou-se também que há aspectos que são harmônicos e outros, nem tanto.

Ou seja, há planetas que estão juntos, de braços dados e outros, distantes, que poderão estar de provocação entre si ou apenas como bons amigos.

Por isso, retomando o título deste texto, digo que os planetas conversam entre si. Seja como duas comadres que não se largam, seja como em uma boa vizinhança, ou ainda batendo boca um com o outro. Ah, e claro, também terá aqueles que falam do outro pelas costas.

Mas, o mais importante é que, olhando para a qualidade e função desta comunicação entre os planetas, vamos aprofundar o entendimento do nosso próprio funcionamento.

Nesta decodificação dos aspectos, eles podem ser divididos primeiro, de acordo com a força de atuação: aspectos maiores e aspectos menores.

Os aspectos maiores são angulações que os planetas fazem em graus que sentimos sua influência muito mais impactante. São eles: conjunção, sextil, quadratura, trígono e oposição.

Os menores e com menos força são: semisextil, semiquadratura, sesquiquadratura, quincúncio, quintil e biquintil. Destes, o quincúncio é o mais utilizado para detalhar alguma dinâmica pontual.

Como os aspectos maiores são de maior influência e mais fácil identificação, vamos a eles:

Conjunção

Ângulo de 0 a 10 graus
Geralmente planetas no mesmo signo. Formado quando os planetas estão juntos, alinhados, de braços dados. Como na analogia acima, são como duas comadres que interagem o tempo todo e pra tudo. Um influencia o outro diretamente. Dessa forma, esta combinação poderá ser favorável ou tensa, pois é uma soma de forças. É a combinação mais forte.

Exemplo: Sol em Áries em conjunção com Marte em Áries. O sol que representa a consciência, a vontade, o ego, soma forças com a energia ativa marciana. Ou seja, o Sol recebe diretamente a força de Marte que poderá ter o ímpeto para o movimento, além de mais impaciência e agressividade.

Sextil

Ângulo de 60 graus
Formado quando os planetas estão em signos que são de um elemento afim, como fogo/ ar e terra/água. É uma combinação favorável, que gera estímulo. Um alimenta o outro.

Exemplo: Sol em Touro sextil Júpiter em Câncer. Tanto Touro quanto Câncer, são signos que falam de cuidado, nutrição, apoio. Um pela via material, outro ela via emocional. Desta forma, Júpiter em Câncer traz mais confiança ao Sol taurino, estimulando a conexão emocional, a fim de gerar mais oportunidades.

Quadratura

Ângulo de 90 graus
Formado pelos signos de mesmo ritmo (cardinal, fixo e mutável), é um aspecto tenso. Sua função é provocar, agitar, movimentar. Imagine você no seu canto e uma pessoa ao seu lado te cutucando. Somos obrigados a olhar para origem da provocação para tentar resolver este conflito.

Exemplo: Vênus em Libra em quadratura com Marte em Capricórnio. Libra e Capricórnio são signos cardinais, ou seja, de movimento, impulso. Mas, para a Vênus viver o prazer nos relacionamentos será preciso olhar para as exigências que Marte na cabra chama a atenção, como segurança, realizações e estabilidade.

Trígono

Ângulo de 120 graus
Formado entre signos diferente e do mesmo elemento (fogo, terra, ar e água) é a combinação mais harmoniosa e todas. Dois planetas que somam forças positivas para crescer, desenvolver, aproveitar. Tudo de maravilhoso. Porém, nos passa tanta sensação de perfeição que até esquecemos de agir. Afinal, felizmente ou infelizmente, estamos acostumados a nos mexer apenas quando há tensão.

Exemplo: Marte em Leão em trígono com Júpiter em Sagitário. Ambos, signos de fogo. Marte, como ação em prol da vontade majestosa leonina, tem a plena confiança do Júpiter em Sagitário e que tudo vai dar certo no final. Ora, se tudo está determinado, para que se esforçar? Ou seja, o trígono traz muita confiança e sorte (ótimo!), mas se não atentarmos, acabamos não agindo.

Oposição

Ângulo de 180 graus.
Como o próprio nome diz, é quando os planetas estão em signos opostos. Signos opostos são signos complementares. O que falta em um, está no outro e vice-versa. Este aspecto é tenso, porém podemos sentí-lo de forma inconsciente. Na quadratura, o outro estava ao nosso lado nos provocando. Na oposição, é como se estive sempre nas nossas costas e assim, não sabemos quem nos provoca.

A proposta da oposição é uma chamada ao despertar, olhando para nós mesmos. É a necessidade de olharmos nossa sombra. Dessa forma, o caminho será sempre integrar o entendimento dos planetas que estão em oposição. Geralmente, até que tenhamos essa consciência, vivemos os extremos. Cada hora em uma ponta. Mas, como já dizia Buda, “o melhor caminho, é o caminho do meio.”

Exemplo: Sol em Gêmeos em oposição a Saturno em Sagitário. Gêmeos e Sagitário fazem parte do eixo do conhecimento. O Sol em Gêmeos quer conhecer de tudo um pouco e Saturno em Sagitário, cobra para especializar-se em alguma coisa. A integração aqui, é o Sol em Gêmeos focar em um caminho, mas sem perder a curiosidade e versatilidade que poderá fazer a especialização de uma forma diferente.

Além de ligar um planeta ao outro, todos estes aspectos quando analisados em um mapa natal, também conectam os assuntos das casas que estes astros se encontram.

Ou seja, o Sol na casa 2 em trígono com Júpiter na casa 10, cria uma ligação harmoniosa e favorável entre os ganhos financeiros e a carreira profissional, por exemplo.

É claro, que em uma análise mais profunda, ainda temos que levar em consideração a qualidade do planeta e da casa que se encontra. Mas, a proposta aqui é mostrar que um planeta ligado ao outro, dinamiza e cria oportunidades para nosso crescimento pessoal.

Aspectos harmônicos (sextil e trígono) são, sem dúvida, favoráveis. Aspectos desarmônicos (quadratura e oposição) são provocativos. E claro, a conjunção, já é estimulante por si só, porque poderá favorecer ou provocar situações.

De qualquer forma, um mapa natal com vários aspectos harmônicos não é garantia de vida fácil e podemos ficar estagnados. Como também, um mapa com muitos aspectos desarmônicos, não é sinal de uma vida difícil, pelo contrário, toda tensão é um grande potencial escondido.

Ou seja, os aspectos nos ajudam a desenvolver ainda mais nossas potencialidades e a transformar as questões mais difíceis.

Uma coisa é certa: tudo vai depender do nosso autoconhecimento para que possamos usar, da melhor maneira possível, cada uma destas combinações.




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Glau Ribeiro

Publicitário, Redator e Astrólogo. Apaixonado por comportamento humano, buscou na tradicional arte da astrologia uma forma de compreender o ser humano e ajudá-lo em seu desenvolvimento. Formado pela Gaia Escola de Astrologia, em São Paulo, atua há mais de 10 anos com atendimentos pessoais e corporativos, palestras e orientações. Contatos Whatsapp: (11) 98486-1764 Instagram: @glaubert E-mail: glau.ribeiro@uol.com.br

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