Mito e sua compreensão A psique em símbolos
Mito e sua compreensão>> Embora vivamos tentando expulsar nossos deuses e deusas interiores, assim como fazemos em relação a nossos anjos e demônios, decerto, constatamos sua inutilidade.
Invariavelmente, opamos por nos mantermos inconscientes do que estamos fazendo a nós mesmos, assim como, ao mundo em que vivemos.
Contudo, essa expulsão é uma opção ilusória; uma vez que, tanto deuses, quanto demônios, e/ou deusas, vivem em nossa psique. Invariavelmente, exercendo seus domínios sobre nossas vidas em vários planos.
Deuses, Deusas e demônios no plano individual
No nível individual, eles manifestam-se através de crises pessoais; enquanto que, no plano coletivo, também seguem atuantes através de embates de seres humanos entre si; quer agredindo uns aos outros, quanto à natureza e aos animais.
Diariamente assistimos suas atuações, pois, concorrem tanto para a ocorrência de guerras, quanto de preconceitos, quer de raça, quer de credo, quer de expressão da sexualidade, dentre tantos aspectos.
A cada dia, invariavelmente, nos deparamos tanto com mais com a violência social, como com mais revoluções, mais regimes opressivos, e tantas variantes.
Portanto, ilusão seria, imaginar que estão fora do cotidiano do ser humano.
Entendendo o mito mergulhando em nosso labirinto interior
Ademais, esse mergulho, é nossa única possibilidade de nos desvendarmos, ou seja, desvendando nosso inconsciente.
Essa se constitui, em última instância, na nossa única chance; porquanto, uma das portas de acesso ao nosso inconsciente, é revisitando esses deuses, deusas e demônios através do mito.
Tanto os mitos, quanto as lendas, nos oferecem verdades universais, uma vez que, são mapas de jornadas interiores de natureza psicológica e/ou espiritual.
São eles e seu reconhecimento, aquilo que instaura a ordem em nossa psique. São eles, portanto, que falam diretamente ao nosso inconsciente, além de serem a ponte entre o que é nosso, particular; e o que é universal, pertencente à toda a espécie humana.
Através deles, nos é permitido explorar os padrões recorrentes em nossas vidas.
Entendendo o mito
Somos portadores de imagens cerebrais herdadas e comuns a toda a humanidade. O mito é uma das maneiras como elas se expressam. Esses padrões estão em nós e sempre vivos e atuais através da nossa simples existência.
Mesmo que afirmemos não gostar de mitologia ou mesmo, não termos interesse algum em relação ao tema, ela é parte de nós mesmos, e, está sempre viva e atuante por nosso intermédio.
Os deuses e deusas estão vivos e sempre estarão enquanto houver um único ser vivo sobre a superfície do planeta.
Entendendo o mito e a palavra mito
Essa palavra se refere a um emaranhado ou uma rede de conjunto de histórias, rituais, ritos e costumes ligados entre si que informam e dão significado e senso de direção básicos à existência humana.
São padrões que não podem ser dissociados da existência humana.
Todos os mitos, sejam de que parte do mundo tenham emergido, são histórias sagradas e verdadeiras.
Eles se referem à nossa verdade interior, um modelo padrão de todas as atividades humanas significativas, e que revelam a nós mesmos tanto nossas paixões, quanto pulsões, medos, hábitos, compulsões; inclusive, desejos mais secretos, sejam esses aceitáveis ou não, pela consciência.
Todo mito é amoral, não passa pelo filtro das normas da sociedade, constituindo-se portanto, numa força bruta e incontrolável.
A força que advém dele é tão grande, que se não vivido interna e conscientemente, fatalmente se projetará em fatores externos.
Entendendo o mito enquanto arquétipos
Os arquétipos são os principais constituintes e os personagens ativos da mitologia, porquanto, eles mantém uma relação visceral entre si, e estão ligados uns aos outros como estão os nozinhos de uma tela de galinheiro, determinando então, o crescimento da consciência por uma sucessão de estágios.
Erich Neumann costumava enfatizar o fato de que em sua própria vida, o homem tem que seguir a estrada percorrida antes dele pela humanidade, estrada segundo suas palavras, em que essa mesma humanidade deixou marcas de sua jornada impressas na sequência arquetípica das imagens mitológicas.
Dessa sua afirmação conclui-se que os diversos temas mitológicos têm o papel de nos aprofundar no funcionamento psíquico do próprio homem, no nosso e no dos demais.
Em síntese, mesmo que tentemos nos isentar de aceitá-los, eles estão e vivem através de nós, seguem vivos e ativos, estejamos conscientes dessa realidade ou não.
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créditos da imagem: Michelangelo Antonioni imagem destacada via Pinterest
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