Sinastria Cármica IV, Jung e Planetas Transpessoais
Sinastria Cármica IV, Jung e Planetas Transpessoais
Plutão inegavelmente, é o planeta que nos pede uma transformação mais profunda em nossas vidas.
Planetas são arquétipos, deuses, e portanto amorais como quaisquer outros deuses o são. Eles não se preocupam com as regras criadas pelo homem para o bom convívio em sociedade.
Vale a pena portanto, nos reportarmos ao mito de Plutão.
Zeus (Júpiter), estava determinado a destronar seu pai Cronos ( Saturno), mas não teria como efetuar essa batalha sem ajuda.
Para tanto, precisou da ajuda tanto dos Cíclopes, quanto de alguns Gigantes, além de seus irmãos Hades (Plutão) e Poseidon (Netuno).
A ajuda de seus irmãos foi decisiva para que ganhasse a batalha, e portanto, ficou decidido que o mundo seria dividido entre os três.
O Céu caberia a Zeus, os mares a Poseidon e o mundo inferior ou interior, a Hades
Plutão(Hades) portanto, jamais aparecia sobre a superfície da Terra. Vivia em seu reino nas entranhas dela.
Contudo, Plutão decide fazer uma incursão à superfície e se depara com sua sobrinha Koré/Perséfone, filha de sua irmã Deméter com seu irmão Zeus, colhendo narcisos.
Esse mundo interior que lhe coube era conhecido como Inferno. No entanto, era na realidade, um reformatório, um local de transformações e ninguém dali escapava como havia entrado.
Portanto, muito diferente da noção de Inferno como algo eterno.
Esse papel era exercido pelo Tártaro, aonde os castigos e as penas eram impostas por toda a eternidade.
Pois bem, Plutão sequestra sua sobrinha tanto para seu reino quanto para ser sua consorte.
Perséfone até então era uma jovem inconsciente e tutelada integralmente assim como protegida, por sua mãe Deméter.
Devemos ressaltar também, que era preciso seu aceite para viver no Hades. Primeiramente, ela teria que voluntariamente comer algo para que pertencesse aquele mundo.
O ato de comer em termos junguianos, aponta para a assimilação de aspectos inconscientes. Perséfone come uma romã logo ao chegar ao Hades, ela opta por pertencer a esse reino. Ela se sente pertencente a ele.
Consciente ou inconscientemente, ela clama por essa transformação.
Sem dúvida, em termos humanos, as ações tanto de Plutão quanto de Perséfone são amorais. Pelas leis humanas é um caso de incesto. Entretanto, isso não existe para nosso inconsciente.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e nosso inconsciente é portanto, amoral.
Mesmo em sonhos podemos constatar essa amoralidade. Em sonhos, o nosso censor porteiro da mente consciente e das regras criadas para a organização da sociedade, nosso ego, está no mínimo, distraído.
Por ocasião dos trânsitos de Plutão, é bastante comum nos depararmos com esse padrão arquetípico simbolicamente representado através de pessoas humanas e reais.
Nesse momento, passamos a ser arrastados ¨pelo destino¨ a encenarmos a vida dos deuses como se estivéssemos possuídos por eles. E não estaríamos? Façamos uma reflexão.
Esse tema é muito extenso e seguirá em outros artigos.
Vamos aguardar?
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