BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS: APOIO TOTAL A HADDAD.

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BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – Brizola

Brizola tinha uma expressão para dizer da falência óbvia do cientificismo social para definir o que nos espera no futuro imediato.

Com essa finalidade, ele falava do “processo social”, explicável, depois que acontece.

Fonte para ulteriores cuidados, nem sempre úteis. Viram uma cultura política.

Parte daí a ideia de uma prática norteada por princípios ou compromissos politicos a qual poderíamos chamar de boas práticas político-eleitorais.

Um campo a rigor de desenvolvimento cultural e institucional.

Para Brizola tais práticas eram resultantes de uma identidade ideologica histórica e de uma coerência programática.

Com suas declarações e gestos nos momentos cruciais, Brizola sabia não estar representanto o todo, mas uma facção que dialogava com as demais.
Para achar tais gestos e declarações ele caminhava destemidamente entre contradições e becos aprendendo suas profundidades pelas reações que provocava e que o levavam aos espaços abertos.

BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – Brizola e o golpe de 2016

Por isso, ouvimos tanto do golpe de 2016 para cá: – Que falta faz o Brizola!

Ou seja, como a certeza de sua submissão a interesses maiores do que ele mesmo, capazes de superar seus sentimentos à flor da pele, analisariam o quadro mostrando caminhos.

Pareceria que ando longe do assunto que gostaria de pontuar nesse momento, se eu não tivesse vivido muito próximo dele naqueles dias das eleições de 1989; do caminho que percorreu para superar e se recompor da frustração da derrota, no momento em que a suspeita de fraude e as forças conservadoras tinham se juntado a Lula para tirá-lo do segundo turno.

BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – Brizola e seu retiro

Fui com mais dois companheiros buscá-lo depois de uma semana em que se retirou para descansar mentalmente e elaborar suas atitudes, passo a passo.

Os resentimentos, o interesse politico, a luta pela “hegemonia” no seu campo, e o próprio jogo eleitoral futuro podiam indicar uma apoio “crítico”.

BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – Apoio crítico é ego

Mas, não havia como fugir de suas responsabilidades de líder de uma corrente trabalhista histórica.

Como não oferecer sua força para um trabalhador em ascenção política, mesmo que tivesse optado por se manter distante dele, “queimado” como populista ou uma força do passado?
Como não se colocar próximo dele para poder contribuir para o avanço das forças progressistas?

BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – Apoio programático

Pois, Brizola, mestre das boas práticas, definiu os termos de seu apoio: um acordo programático.

No centro dele o projeto educacional para o Brasil!

Fui pessoalmente responsável por levar ao setor saúde os termos desse acordo; em plenária na ABI li uma nota com o título “Brizola com Lula pelo Brasil”!

O gesto de Brizola está na memória política do país.

Era a primeira eleição direta, ele criou a boa prática no segundo turno.

A ele devemos saber honrar.

Não caiamos nos meandros das coisas que aconteceram depois.

Como ele pensaria: o processo social é complexo, não precisamos saber do futuro para agir corretamente hoje

Novas decepções levam à novas posições.

O importante é estar junto agora para proteger nosso povo e nosso país.

Daí porque tenho a expectativa de que Ciro, em particular, venha com tudo no apoio a Haddad.

Ciro mostrou qualidades pessoais para isso.

E como não esperar esse gesto num quadro eleitoral do qual Lula foi retirado em processo absolutamente inaceitável.

Na boa prática, no entanto, Ciro deve impor condições programáticas claras e, se possível, contundentes.
Na minha visão começaria com uma declaração nacionalista e de defesa do patrimônio nacional.

Sustentar a defesa das estatais brasileiras e suas subsidiárias.

Defender a educação e a saúde públicas.

Reverter a reforma trabalhista e todas iniquidades impostas pelos golpistas que apoiaram Temer.

Defender o emprego decente para todos e assim estimular a industrialização e a economia nacional e acabar com a violência.

BOAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS – À vitória com Haddad no segundo turno!

Eduardo Costa 13/10/2018.



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Eduardo Costa

EDUARDO de Azeredo COSTA, é médico (FCM/Porto Alegre, 1966), mestre em saúde pública (ENSP/Rio de Janeiro) e Phd em Epidemiologia (LSHTM/Londres). Em 1967, foi trabalhar como médico-chefe de um posto de saúde da Fundação SESP em Boca do Acre, Amazonas, iniciando uma carreira profissional de médico, sanitarista, professor e pesquisador que se prolongou por 50 anos. Trabalhou na Erradicação da Varíola na Bahia e na Índia pela OMS. Professor titular por concurso público na ENSP/Fiocruz, foi Chefe de Departamento e coordenador de cursos e programas de pesquisa. Foi Diretor Executivo de Farmanguinhos /Fiocruz. E foi Presidente da Fundacentro/MTE (saúde e segurança do trabalho). Tem mais de 50 artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Fundador do PDT de Leonel Brizola, foi Secretário Estadual de Saúde e Secretário Eswtadual de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, além de ocupar outros cargos e conselhos cumulativamente em seus Governos. Foi ainda Presidente do IASERJ. No Governo Dilma Rousseff, foi Secretário Nacional de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, deixando o Governo voluntariamente quando foi concretizado o golpe jurídico parlamentar de 2016. A partir de então começou a trabalhar em livros e artigos de memórias políticas e sanitárias. Email: edu.costa@live.com

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