Um Homem chamado Jesus
Um Homem chamado Jesus
Esse mês é um período que nos conclama à reflexão. Entretanto, não importa se Jesus nasceu em Dezembro ou em Março. Tampouco as razões para a data escolhida.
O que realmente importa, são as mensagens de um homem que poderia ter-se chamado tanto Luiz, quanto Antonio ou Felipe. No entanto, se chamava Jesus.
O entendimento da vida desse homem é o ponto principal.
Primeiramente, é preciso entender que Jesus era um essênio gnóstico. Era alguém que vivia em comunidade e que por força das circunstâncias, fora dos centros urbanos.
As comunidades essenias viviam numa zona em que os impostos não lhes atingiam, assim como nas favelas espalhadas pelo Brasil.
Em segundo lugar, eles não construíam casas para se abrigar. O caminho entre Jerusalém e a Alexandria era coroado de grutas e cavernas, e nelas eles faziam suas moradias.
Esse era o ambiente de nascimento desse homem
Um homem da periferia, pobre e consciente dos absurdos fossos que separavam os seres humanos dividindo-lhes entre ricos e pobres.
Antes de tudo, Jesus era um rebelde. Rebelde por atos e por palavras. Em nada conivente com a opressão e as desigualdades dentre os homens.
Um homem negro como os demais habitantes da região, e sobretudo, pobre.
Não foi perseguido por questões religiosas, mas por sua rebeldia e sua capacidade de liderança que arrebanhava as massas.
Era um líder altamente carismático e politicamente perigoso, pois propagava suas ideias sobre desigualdade e era escutado pelas multidões. Por outro lado, jamais usou armas ou fez apologia à elas.
Provavelmente analfabeto, não deixa nenhuma herança de escritos seus. Apenas suas palavras que dialogavam com a alma aflita dos demais de seu tempo.
Um homem de esquerda, combateu toda sorte de preconceitos. Vivia em comunas aonde ninguém tinha propriedade individual. Tudo era igualmente partilhado dentre seus membros.
Também partilhada era a noção de amor, um amor que a todos acolhia independente de suas infrações aos códigos de então.
E aonde tudo se perdeu?
Tudo se perdeu exatamente quando seus contemporâneos que estavam no poder entenderam que Jesus não era mais um homem, mas uma ideia.
Uma ideia é sempre muito mais perigosa e abrangente do que um homem.
Uma ideia sobrevive ao homem.
Uns dizem que foi assassinado, como Marielle, por exemplo. Outros que se exilou na Índia com Maria de Magdala. Assim como se exilou o Dalai Lama. Talvez tenha sido preso como nosso ex presidente.
Poderia ter sido preso na crença de que assim não teria nem força nem poder. Suas ideias estariam mortas.
Quer morto, quer preso, quer exilado, o fato é que não se mata, exila ou prende uma ideia. Ela perdura.
Jesus é a prova cabal disso, e não por acaso, as religiões tentam manter seu poder sobre os fiéis usando suas palavras, embora distorcendo suas ideias.
E é nesse sentido que Jesus está vivo. Ideias não morrem. As suas já ultrapassam 2000 anos.
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