Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III
Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III
Jung recomendava aos analistas junguianos que procurassem colegas para discutir sonhos.
Ele próprio, portanto, contava os sonhos que tinha aos seus discípulos.
Não havia uma real preocupação se diriam ou não alguma tolice, porém, cada palavra dita possuia uma função amplificadora para sua interpretação
Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III – método amplificador
A relação de Jung com os sonhos, em nenhum momento era redutiva.
Outrossim, ele percebia que através de sua simbólica poderia chegar a temas sobre os quais nem havia cogitado.
Desa forma, uma porta aberta em seu inconsciente servia para abrir inúmeras outras que assim sucessivamente iam escancarando a mensagem onírica.
Portanto, ele tinha a exata noção de que os sonhos não revelam o que já conhecemos em nós; entretanto, possuem a função de revelar aquilo que está em nós, e que faz parte de nossas vidas, mas que não costumamos enxergar
Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III – a difícil arte
Interpretar os próprios sonhos é muito difícil, embora, a última palavra numa análise de sonhos seja sempre a do próprio sonhador.
Só ele vai saber em que medida a análise feita lhe tocou ou ativou algum complexo.
Os complexos são simplesmente os motores da psique. São como diferentes núcleos, que impulsionam e vitalizam a psique, e não há como ignorar quando eles foram ¨tocados¨.
É relativamente fácil perceber quando um complexo foi tocado quando de um momento para outro e sem explicação lógica, mudamos nossos humores
Quando estamos tristes e deprimidos e sem entendermos a razão, nos animamos e nos mostramos cheios de vitalidade.
Por outro lado, também podemos observar o mesmo fenômeno quando aparentemente nada aconteceu e subitamente de alegres e eufóricos somos que esvaziados de todo o ânimo ( daquilo que nos animava)
Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III – quando os complexos são tocados em sonhos
Inúmeras vezes em nossas vidas, nos deparamos com o fato de não termos tido um pesadelo, mas acordarmos com desânimo e falta de confiança na vida, assim como em nós mesmos, e para o qual não temos explicação.
O contrário também ocorre. Inúmeras vezes vamos dormir desanimados e sem entendermos a razão, acordamos eufóricos e desejosos de fazer a vida acontecer.
Seguro que algo ocorreu durante nossa vida onírica. Algo sonhado ¨tocou¨ em algum complexo inconsciente.
É necessário que entendamos que nossa vida onírica é tão vida quanto nossa vida vígil.
A diferença consiste no fato de que em sonhos, vivemos realidades psicológicas, enquanto que durante nossa vida vígil vivemos uma realidade física e material.
Entretanto, ambas realidades. Tão reais uma quanto a outra.
Isso não quer significar que esses complexos ¨tocados ¨ em sonhos também não o sejam durante nossa vida vígil; entretanto, a tendência é considerá-los flutuações normais de humor.
Os Sonhos e sua linguagem negligenciada III – a roda de sonhos
A interação que se dá nesse estudo conjunto dos sonhos, abre portas para a compreensão e rememoração de sonhos que os demais possam ter tido e que estavam como que perdidos no inconsciente.
Nossa consciência é como um HD, tem um limite de memória, e conforme vamos entrando em contato com novos conteúdos, os mais antigos caem no mar do inconsciente.
Não obstante, todo esse material é resgatável, e muito dele equivale à uma verdadeira revelação para cada um de nós.
Tanto analisados, quanto apreendidos e assimilados, são caminhos de liberdade individual.
Não podemos passar a vida fugindo de nós mesmos e nada existe fora de nós que não esteja dentro.
Continua no próximo artigo
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