Jardim Zen – A Beleza Natural
Jardim Zen – A Beleza Natural
Um monge jovem era o responsável pelo jardim de um famoso templo zen no Japão. Ele tinha conseguido o trabalho porque amava as flores, arbustos e árvores. Próximo ao templo havia outro pequeno santuário, onde vivia apenas um velho mestre Zen.
Um dia, quando o monge estava esperando a visita de importantes convidados, ele deu uma atenção extra ao cuidado do jardim. Ele tirou as ervas daninhas, podou os arbustos, cardou o musgo, e gastou muito tempo meticulosamente passando o ancinho e cuidadosamente tirando as coloridas folhas secas de outono.
Enquanto ele trabalhava, o velho mestre observava com interesse de cima do muro que separava os templos.
Quando terminou, satisfeito consigo mesmo, o monge afastou-se um pouco para admirar seu trabalho. “Não está lindo?”, ele perguntou ao velho monge, sentindo-se muito contente.
“Sim, com toda certeza,” replicou o ancião, “mas está faltando algo crucial. Me ajude a pular este muro e eu irei acertar as coisas para você.”
Após certa hesitação, o monge levantou o velho por sobre o muro e pousou-o suavemente em seu lado. Vagarosamente, o mestre caminhou para a árvore mais próxima ao centro do jardim, segurou seu tronco e o sacudiu com força.
Folhas douradas e alaranjadas desceram suavemente à brisa, e caíram por sobre todo o jardim.
“Pronto!” disse o velho monge, feliz. “Agora você pode me levar de volta!”
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Comentário: Permita que a virtude da sinceridade adorne com beleza suas ações. Não torne artificial aquilo que faz parte da vida. Siga o caminho sem forçar sua direção, use a sensibilidade no lugar da razão.
Se sua mente fluir no ritmo de seu coração, seus atos terão a naturalidade da própria existência.
Eis o sentido da arte no zen: delicadeza ao exprimir a energia da vida, e habilidade para permitir que os seus gestos se manifestem sem resistências ou rigidez.
Não entre em conflitos, e seu mundo será como um belo jardim desenhado pela maravilhosa passagem do tempo, admiravelmente pintado com as cores da simplicidade.
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A beleza da sinceridade, muito bom! Valores de luz!