CONFIANÇA INCONDICIONAL, DECEPÇÃO E ARREPENDIMENTO

CONFIANÇA INCONDICIONAL, DECEPÇÃO E ARREPENDIMENTO

É muito difícil demarcar diferenças marcantes entre essas três experiências. Contudo, elas são inevitáveis de serem vividas na breve jornada humana.

A pessoa DECEPCIONADA pode está decepcionada, por exemplo, porque nunca imaginou que seu parceiro fosse capaz de trair o pacto de confiança jurado entre eles.

Neste caso, a DECEPÇÃO liga-se à TRAIÇÃO.

Alguém que julgávamos não ser capaz de agir de modo sorrateiro, entretanto, agiu. Com isso, QUEBROU a nossa CONFIANÇA, DECEPCIONANDO-NOS.

Muitas pessoas deixaram de acreditar em Deus porque sentiram-se abandonadas frente às injustiças da vida.

Elas se decepcionaram pois acreditando na máxima de que Deus é bom e que por ser Bom deveria evitar que coisas ruins acontecessem na sua vida.

Decerto, viram-se, de uma hora para outra, frustradas em seus desejos infantis.

Deus falhou!

Não as socorreram no momento exato em que precisavam. Não as livraram do grande mal da des-ilusão.

Por outro lado, diz-se que é possível enxergar melhor a diferença entre DECEPÇÃO e ARREPENDIMENTO, porque este último estaria relacionado exclusivamente a escolhas pessoais, que por alguma razão acabaram por levar a um resultado negativo.

É como se a pessoa apostasse numa determinada direção e fosse obrigada a reconhecer que fez a aposta errada.

Mas não há, de qualquer forma, a presença daqueles elementos necessários para fazer existir uma experiência de decepção\traição.

De algum modo a probabilidade de erro estava contido na aposta. Justamente por causa disso que a experiência subjetiva é de ARREPENDIMENTO e não DECEPÇÃO.

Na experiencia da DECEPÇÃO, assim como na experiência da TRAIÇÃO, obrigatoriamente está presente o elemento de CONFIANÇA. E um tipo particular de confiança que chamamos de CONFIANÇA INCONDICIONAL.

Inexistem decepções num contexto onde o outro é experimentado como não passível de confiança incondicional.

Parece que a DECEPÇÃO e a TRAIÇÃO apontam para poderosas projeções sobre o objeto, idealizado como incapaz de se comportar mal.

Estamos diante de um mundo completamente infantil.

A imagem do bebê no colo da mãe completamente indefeso e sujeito a qualquer vicissitude da vida é a melhor imagem para representar a confiança incondicional.



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José Raimundo Gomes

J. R.GOMES é psicólogo clínico no Rio de Janeiro. Tem consultório na Tijuca e na Barra. Contato: jrgomespsi@yahoo.com.br / WhatsApp: 21.98753.0356

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