Dar a Luz é dar-se à Luz
Dar a Luz é dar-se à Luz>> “É preciso dar atenção a esta pele, nutri-la. Com amor, não com cremes. Ser lavados, embalados, acariciados, pegos, massageados constitui para os bebês, alimentos tão indispensáveis, senão mais, do que vitaminas, sais minerais e proteínas. Se for privada disso tudo e do cheiro, do calor e da voz que ela conhece bem, mesmo cheia de leite, a criança vai-se deixar morrer de fome.” Leboyer
Dar a Luz é dar-se à Luz – a maternidade
De todas as forças que impulsionam a evolução humana, a maternidade é primordial. Gestação e parturição são indissociáveis da “mulher-mãe”. Entretanto, se gestar e parir são ações biológicas femininas, o impulso para maternar, alcunhado amor materno, é expressão do desejo humano de conservar, nutrir e promover vida, independentemente da maternidade biológica e de questões de gênero.
Criar um espaço relacional de aceitação e confiança mútuas é fundamental para o bom desenvolvimento psíquico da grande família humana, o que nos torna responsáveis uns pelos outros. Precisamos ampliar a noção de maternidade.
Aceitação, proteção, nutrição – “pessoas maternais” farão tudo isto por escolha. Colocar o valor e o cuidado da vida como objetivo primeiro de nossas ações, é resgatar a escolha original das mães ancestrais, ser unidade primordial da criação. Dar a luz é ser mãe? Ser maternal?
Se o ventre feminino é o berço da humanidade, a maternagem o seio das relações humanas. Do fisiológico corporal ao filosófico relacional, a maternagem enquanto escolha, é um desejo de servir. Um sim ao amor pelo que nos é semelhante, uma decisão.
Gerar, gestar, parir é maternidade. Maternidade é instinto, de procriação. Acolher, amparar, zelar, nutrir é maternagem. É aprendizado. É cuidar, dedicar-se por amor. Maternagem é pró-Criação.
Dra Denise Espiúca Monteiro, mãe, médica pediatra e homeopata, mestre em Saúde Coletiva. Autora do livro: Primeiros Laços – Maternidade, Maternagem e Homeopatia. Editora H.P. Comunicação, RJ/2014
