O mito da criação do mundo é matriarcal
O mito da criação do mundo é matriarcal>>
Se queres prever o futuro, estuda o passado.
Confúcio
O mito da criação do mundo é matriarcal. Todos surgimos do útero da Mãe Cósmica, geradora e nutridora biológica da vida.
Nossas ancestrais ao escolherem a maternagem, a proximidade ao fogo, primaram pela conservação da vida, como pela preservação de seu corpo físico para a continuidade da espécie. Em tempos nômades, no cuidado da prole e de si, o vínculo de amor. Quando a base econômica dos grupos humanos passou a ser o pastoreio, e a colheita da terra , riqueza , o corpo feminino assume papel de geração para o trabalho e para guerra, sob controle do homem, senhor da terra. Domínio, poder e riqueza determinavam a maternagem.
No Medievo, o corpo feminino reduzido à função procriadora, dissociada da experiência do prazer, é sacralizado. A “mulher mãe” será entronada na Modernidade como “rainha do lar” : boa mãe, fiel, subserviente, modesta. Parte da mobília mental do homem e filhos, maternagem a serviço da prosperidade da família.
Com a revolução industrial e a reintegração da mulher como elemento atuante na teia social, muitas mulheres passaram a viver o conflito entre realizarem suas aspirações genuínas como pessoas e as expectativas sociais tradicionalmente depositadas nelas. Com a queda do pedestal, caminhamos para um modelo de maternidade que esteja à altura de uma nova ordem social.
Maternagem é cuidar, dedicar-se por amor, a cada ser da Criação. Vivenciar o arquétipo da Grande Mãe é essencial para que sejamos íntegros em Vida em suas vicissitudes, avançando para um coletivo de o melhor estar de um seja o de todos.
Denise Espiúca Monteiro – Médica homeopata, pediatra, Mestre em Saúde Coletiva. Autora dos livros “Primeiros Laços – Maternidade, Maternagem e Homeopatia”, e “O que você vai ser quando crescer? Abordagem Homeopática da Infância”, pela Editora H.P. Comunicação.
crédito de imagem destacada: Karina Moreira via pinterest
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