Vida de um herói brasileiro Zumbi

Vida de um herói brasileiro Zumbi>>

líder da resistência negra do Quilombo dos Palmares

Antes de mais nada, vale explicar que o Quilombo dos Palmares, localizado na Capitania de Pernambuco, atual região de União de Palmares, Alagoas , era uma comunidade.

Em outras palavras, um reino formado por escravizados negros.

Além disso, após torturas realizadas pelos bandeirantes, revelou-se o esconderijo de Zumbi.

De fato, havia escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras.

Decerto esse território, ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal .

Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.

Vida de um herói brasileiro Zumbi – cronologia de sua morte

A cronologia da morte de Zumbi dos Palmares começa mesmo antes de seu nascimento.

Em 1600, escravos negros foragidos dos engenhos de açúcar de Pernambuco fundam, na Serra da Barriga (CE), o Quilombo dos Palmares – 30 mil passam a morar na região.

Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade

Contudo, foi entregue ao padre jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco.

Assim sendo, aprendeu tanto a língua portuguesa, quanto o latim, álgebra e a religião católica.
Ademais, chegou a ajudar o padre na celebração da missa.

Porém, aos 15 anos de idade, fugiu de Porto Calvo para viver no quilombo dos Palmares.

Na comunidade, deixou de ser Francisco para ser chamado de Zumbi.

Conquanto significa aquele que estava morto e reviveu, no dialeto da tribo imbagala de Angola

Vida de um herói brasileiro Zumbi – História

Os primeiros registros históricos encontrados que referem-se a Zumbi datam de 1673.

Seu nome aparece nos relatos portugueses sobre uma expedição derrotada pelos quilombolas.

Em 1675, o quilombo onde ele vivia foi atacado por soldados portugueses e foi quando Zumbi ajudou na defesa, destacando-se como um grande guerreiro.

Posteriormente, passados três anos desse ataque, no ano de 1678, Ganga-Zumba, líder, na época, do quilombo, foi chamado para negociar com Pedro de Almeida.

Sobretudo, Pedro de Almeida era o governador da Capitania de Pernambuco.

A negociação consistia na proposta de que os negros do Quilombo de Palmares estariam livres, somente diante da submissão à Coroa Portuguesa.

O líder aceita, mas Zumbi vai contra, pois acreditava que a luta era algo maior, não apenas pela liberdade dos negros daquele quilombo, mas todos os negros.

Vida de um herói brasileiro Zumbi – Um grande líder polemico

Se liga: Assim, Zumbi gerou uma guerra civil no quilombo, derrotando Ganga-Zumba e tornando-se líder do Quilombo dos Palmares.

Em seu Quilombo, que ficou famoso, criou leis próprias – algumas bastante rígidas – que fizeram com que crescesse o mito em torno do Quilombo dos Palmares.

Comparado com o ano de 1630 – em que havia cerca de 3 mil pessoas no quilombo – sua população cresceu, contando com uma população de mais de 20 mil refugiados em 1678.

Para Zumbi não se trata só de viver livre, mas libertar os que ainda eram escravos. Recebeu apoio de vários mocambos

Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga-Zumba:

“Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[…]”

De acordo com José Murilo de Carvalho, em “Cidadania no Brasil” (pág 48), “os quilombos mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista.

No próprio quilombo dos Palmares havia escravos.

Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade”.

Vida de um herói brasileiro Zumbi – Mais de sua história

Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram Zumbi a categoria de chefe:

“Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo”
Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:

“Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo.”

Vida de um herói brasileiro Zumbi – líder do Quilombo dos Palmares

Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo.

Durante seu “governo” a comunidade cresce e se fortalece, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses.

O líder Zumbi mostra grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.

O bandeirante Domingos Jorge Velho organiza, no ano de 1694, um grande ataque ao Quilombo dos Palmares.

Após uma intensa batalha, Macaco, a sede do quilombo, é totalmente destruída.

Ferido, Zumbi consegue fugir, porém é traído por um antigo companheiro e entregue as tropas do bandeirante.

Aos 40 anos de idade, foi degolado em 20 de novembro de 1695.

Vida de um herói brasileiro Zumbi – Rompimento e revolta

Durante 14 anos, entre 1680 e 1694, Zumbi liderou a República dos Palmares retaliando e afastando os ataques das tropas portuguesas.

Porém, em 1694, com apoio da artilharia, os portugueses derrotaram Zumbi e destruíram a República dos Palmares.

Entre os revoltados com a proclamação de paz, ele foi agraciado com o cargo de Grande Chefe dentre os rebeldes.

Anos mais tarde, após inúmeros conflitos tensos, foi baleado, em 1694

A tropa do bandeirante Domingos Jorge Velho quase conseguiu a captura de Zumbi, que conseguiu fugir.

Em 1695 reaparece, junto a outros 2000 palmarinos (originados de Palmares), atacando povoados da capitania de Pernambuco.

O objetivo era saquear armas e munições do local.

O líder negro ainda conseguiu viver durante um ano, até ser denunciado por um antigo companheiro.

Após torturas realizadas pelos bandeirantes, ele revela o esconderijo de Zumbi que foi localizado pelos portugueses, preso e degolado em 20 de novembro de 1695.

Na Serra Dois Irmãos, esconderijo dos rebeldes, Soares aparece junto a um grupo de paulistas.

Os rebeldes refugiados no local foram atacados e mortos.

Vida de um herói brasileiro Zumbi – sua trágica morte

O corpo de Zumbi dos Palmares foi levado para Porto Calvo.

Sua cabeça, então, foi decepada, enviada para a capital Recife e, por ordem do governador, pendurada em um poste.

A exposição permaneceria até a decomposição total da cabeça de Zumbi

Em 20 de novembro de 1695, morria no Brasil o símbolo maior da luta contra a escravidão, o Zumbi dos Palmares.

Este homem ficou conhecido como sendo a liderança mais importante na luta pela liberdade dos escravos que viviam no Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga no estado de Alagoas.

O Quilombo recebia muito escravos, tendo um período que chegou a ter por cerca de 20 mil pessoas.
A maioria sendo os negros, mas também existindo índios e brancos que lutavam pela mesma causa.

Zumbi lutou até a morte contra a escravidão, que só viria em 1888, com a abolição oficial da escravatura no Brasil, a caminho dos 200 anos após sua morte Zumbi vive!

Importância de Zumbi para a História do Brasil

Zumbi é considerado um dos grandes líderes de nossa história.

Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e pratica da cultura africana no Brasil Colonial.

O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.

Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra.

Atualmente, o dia 20 de novembro é celebrado como Dia da Consciência Negra.

O dia tem um significado especial para os negros brasileiros que reverenciam Zumbi como o herói que lutou pela liberdade e como um símbolo de liberdade.

A data também consta do calendário de santos da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

Um afro abraço.
Claudia Vitalino
UNEGRO-União de Negras e Negros Pela Igualdade -Pesquisadora-historiadora
CEVENB RJ- Comissão estadual da Verdade da Escravidão Negra do Estado do Rio de Janeiro
Comissão Estadual Pequena África.

Fonte: Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 – ISBN 8574196274, 9788574196275 Landmann, Jorge. Tróia Negra. Mandarim, 1998 – ISBN Cornwell, Bernard. O Último Reino. Record, 2006 – ISBN




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Claudia vitalino

UNEGRO-União de Negras e Negros Pela Igualdade -Pesquisadora-historiadora CEVENB RJ- Comissão estadual da Verdade da Escravidão Negra do Estado do Rio de Janeiro Comissão Estadual Pequena Africa. Email: claudiamzvittalino@hotmail.com / vitalinoclaudia59@gmail.com

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