Signos Astrológicos – Uma viagem de 360 graus – Leão
Signos Astrológicos – Uma viagem de 360 graus – Leão
Chegamos finalmente em Leão, segundo signo fixo e segundo signo de fogo.
Antes de chegarmos Leão, viajamos por outro signo fixo: Touro. Da mesma maneira, viajamos por outro signo de fogo, o signo de Áries.
É contudo em Leão, que o palco está sendo montado. O palco da vida

Certamente, Leão já nasce se preparando para subir os degraus desse palco. Desde cedo aprende a sacudir sua juba, assim como marcar sua presença.
É teimoso? sim, como todos os demais signos fixos. Leão costuma ter suas opiniões formadas e é difícil demovê-los delas.
Vaidoso? também. E sobretudo, se esforça em marcar sua presença e deixar a marca de suas digitais em tudo que toca.
Desde cedo tem apreço por sua popularidade tanto quanto pelo reconhecimento de sua individualidade e seus méritos.
Em analogia com a casa 5 do mapa astrológico, é um signo de criatividade e criador. Entretanto, isso não se constitui numa maneira de ser egoica, Leão sabe lamber suas crias. Sejam elas materiais ou seus filhos.

Afinal, cada ato criativo, é um filho gerado.
Como os demais signos e tudo o mais na vida, um leonino que vive sua sombra, pode sim,se transformar em alguém egóico e até mesmo egoísta.
Já se afastando de Câncer, o signo que lhe antecede, não costuma ser preso ao passado. Sua questão é o momento presente e como lidar de forma criativa com o enfrentamento da vida.
Seu regente é o Sol, e Leão rege tanto o coração quanto o sistema circulatório.
Muitas vezes dramático por ter consciência de que é uma personalidade individual. Leão entende que é preciso ter consciência de si mesmo.
Intuitivo, como costumam ser os signos de fogo, sabe que tem um espaço a conquistar no mundo.
Sempre tive convivência próxima com leoninos, e é fácil identificar que embora um signo de fogo, é mais capaz do que qualquer outro do seu elemento, de manter um relacionamento estável. É o mais afetuoso dos signos de fogo.
Signos Astrológicos – Uma viagem de 360 graus – Leão – Sua lenda
A astróloga Liz Greene descreve Leão através da lenda de Parcifal tecendo analogias via a psicologia de Jung. Um querido leonino. Vamos à ela.
¨ Um dos mitos que ajuda a lançar alguma luz sobre o signo de Leão regido pelo Sol, é a lenda medieval de Parcifal. Embora reconheçamos a figura de Sir Parcifal nas histórias do Santo Graal, a figura de Parcifal é bem mais antiga, e suas raízes se encontram na mitologia céltica e germânica pré-cristã. Se tivéssemos que atribuir um signo solar a Parcifal, este seria o signo de Leão. Como vimos, a figura de herói é querida ao coração de Leão, uma vez que é um signo preocupado com a expressão do potencial individual único.
Nosso herói mítico, como tantos outros heróis, é órfão de pai quando a história se inicia e vive num bosque com a mãe. Ele ignora suas origens, pois a mãe faz de tudo para que ele não as descubra. Ela tem medo de que ele a deixe e saia pelo mundo. Assim, Parcifal cresce inocente no conforto de seu ninho na floresta.
Um dia, uma tropa de cavaleiros passa pelo bosque e Parsifal os vê e conversa com eles. Decide que se tornará um cavaleiro. A mãe, evidentemente, tem ataques histéricos, pois acha que ele irá abandoná-la. Ela tenta impedi-lo, mas ele está decidido a buscar seu futuro, a descobrir o que poderá vir a ser. A nobreza e a fidalguia dos cavaleiros inflamaram sua fantasia e imaginação. Fabrica para si mesmo uma armadura muito mal feita de galhos e folhas, e sai pelo mundo.
Curiosamente, Leão muitas vezes é órfão de pai ou tem um relacionamento difícil com o pai. É como se o mais profundo significado que marca este signo exija uma espécie de procura do verdadeiro Pai, de um eu interior ou de um âmago espiritual.
E o apelo para deixar tudo o que é conhecido e confortável a fim de atingir um futuro perigoso mas brilhante, também é característico de Leão. Algumas vezes ele tem que se rebelar contra a autoridade ou as instâncias sociais para começar essa busca. Não importa onde você o encontre, o leonino está procurando se tornar maior, melhor e mais poderoso. Existe sempre algo acenando para ele, algo mais atraente que o lugar em que se encontra.
E assim Parcifal começa sua aventura. Depois de muitas vicissitudes, ainda na floresta, Parcifal tem uma visão em que se encontra num misterioso castelo muito brilhante, rodeado de incenso, ouro e estranhas figuras. Um velho rei doente, com uma ferida na virilha, celebra um estranho ritual em que o sangue envenenado é retirado com a ponta de uma lança. Há também uma linda e enigmática mulher que trazendo uma travessa na qual se encontra uma espada e um objeto que veio a ser conhecido nas lendas cristãs como o Santo Graal – a taça em que Cristo bebeu na Última Ceia. Na história original, o Graal – ou Sangraal – não é uma taça, mas sim uma pedra – a Pedra Filosofal da alquimia, o símbolo do Eu Eterno. Parcifal assiste pasmado a esse drama, mas não diz nada. Sua mãe lhe ensinara a nunca fazer perguntas à estranhos, e aquela gente era mais estranha do que qualquer estranho. Assim, permaneceu silencioso durante toda a cerimônia. No final, uma voz enfurecida lhe diz aos gritos que ele cometeu um terrível erro e pôs tudo a perder, pois o ponto principal é que ele deveria fazer a mágica pergunta que iria restaurar a saúde do velho rei doente e dar a ele, Parcifal, a filha do Graal como esposa e o castelo do Graal como herança. A pergunta era: O que significa isso?
Quando Parcifal desperta dessa sua visão, está na floresta, sozinho e com frio. Compreende que tem sido cego e ignorante, e decide que irá procurar o castelo do Graal. A segunda parte da lenda trata do processo de seu lento amadurecimento. Finalmente, após vinte anos de muita luta e sofrimento, já homem feito e verdadeiramente herói, redescobre o castelo. Desta vez ele se lembra de fazer a pergunta e descobre que ele é o verdadeiro filho do rei do Graal, tornando-se o novo rei e o guardião da Pedra da Vida.
Se desconsiderarmos a posterior ornamentação que o cristianismo colocou nessa lenda, verificaremos que se trata do modelo de vida de Leão, pois a busca de Leão é a busca do Eu: Quem sou eu? O que significa a minha vida? O que é que me faz diferente dos outros? Trata-se de uma busca profunda e introvertida. Muitos leoninos não se dão conta de que esse é o seu caminho, mas seguem por ele assim mesmo. O Leão ostentador descrito tradicionalmente, ou é muito jovem e ainda não despertou, ou é um Leão velho que perdeu o castelo do Graal e não tem coragem de tentar novamente. Procura, assim, sua identidade numa platéia. Mas Leão não é realmente o “showman” do zodíaco. Esse papel deve ser dado à Sagitário, cujo regente, o libertino Júpiter, é mais representativo do teatro amador. O caminho de Leão está dentro dele mesmo, embora os frutos de sua criativa pesquisa muitas vezes sejam produtos vistos e aclamados pelo mundo todo. O processo criativo nada tem a ver com o público. Ele ocorre entre o leonino e ele mesmo, aquele algo que ele cria dentro de si. A descoberta de que um Outro, um Algo dentro dele, é capaz de oferecer idéias e imagens criativas através de seu próprio espírito e de suas mãos, é a descoberta mais importante de Leão. Este é o caminho que leva ao Castelo do Graal. O leonino que tiver bastante coragem para seguir por essa trilha, pode chegar a seu próprio centro. A psicologia de Carl Jung é uma excelente expressão dessa procura do Eu. Jung chama o processo de Individuação, o processo pelo qual o homem se torna ele mesmo. É uma jornada de toda uma vida. O tema central do Eu, a essência interna da personalidade é o ponto mais alto da psicologia junguiana. Não é coincidência que Jung fosse leonino.
Por essa razão também, Leão é egocêntrico. Ele tem uma espécie de consciência permanente de si mesmo, é uma espécie de observador que está sempre observando-se a observar-se a si mesmo, que nunca permite que ele esteja inteiramente consciente daquilo que o rodeia, a não ser em relação à si mesmo. É quase impossível para Leão se desprender de si mesmo. E por que deveria fazê-lo? Toda a sua jornada se resume em descobrir quem é esse observador. Como Allan Watts nos diz::
“Era uma vez um homem que disse: “Embora
Eu ache que eu sei que sei
Eu gostaria de poder ver
O eu que me conhece
Quando eu sei que eu sei que sei”.
A tendência de Leão de se centrar apenas em si mesmo, pode ser irritante para os outros signos, mas é preciso tomá-la pelo que ela é: uma poderosa compulsão em direção ao auto-reconhecimento. O próprio leonino tem de reconhecer isso, senão pode cometer o erro de achar que esse pequeno “eu” é o objeto de toda essa energia e tornar-se realmente insuportável. Pode ficar todo inchado e achar que ele é a coisa mais maravilhosa do mundo, o filho escolhido por Deus, a quem o mundo inteiro deve obediência. Mas se o leonino chega a compreender que o Outro não é ele, mas sua fonte, então ele consegue realmente alcançar a visão de outros, não pelo que faz, mas pelo que é – o verdadeiro herói que encontrou a meta de sua jornada. ”
Os Astros e o Amor, pg. 137/140
Até Virgem, nossa próxima parada.
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