Princípios básicos das Constelações Familiares

Princípios básicos das Constelações Familiares>> A proposta de trabalho de Bert Hellinger nos revela que toda informação circula entre o observador e o observado.

Entretanto, isso se dá dentro do campo que ele denomina “alma da família”.

Decerto, é um processo fenomenológico que entrelaça observador, assim como o observado, no aqui e agora da experiência.

Sobretudo,  é no próprio momento de interação entre as partes, que revela-se a informação que circula no sistema.

Assim sendo, é possível nesse caso, estarmos próximos ao conceito de campos mórficos de Rupert Sheldrake – (biólogo, Inglaterra) que preconiza:

“Além da herança genética, ocorre uma transmissão de informações também através de campos mórficos.
Nesses campos existe uma espécie de memória coletiva da espécie ou do grupo a que se pertence.
Essa memória coletiva é enriquecida por meio de cada indivíduo e cada indivíduo está ligado a essa memória coletiva. Sheldrake (1996)”.

Da mesma maneira, entendendo o indivíduo como ele mesmo sendo um sistema complexo, ao se inserir num sistema maior, é delimitado por esse sistema.

Portanto, ao pertencer à uma família com sua complexidade que envolve regras e estratégias, este indivíduo se encontra delimitado por essa família.

Assim sendo, qualquer tentativa de alteração individual de comportamento será percebida pelo contexto maior ao qual pertence.

Ademais, ao tentar reformar sua vida dentro de uma família, após um processo tradicional de alteração de consciência, o indivíduo não poderá ser “novo”.

Em outros termos, a família insistirá em que ele continue sendo o “antigo”.

A noção de sistemas envoltos em si mesmos, indica que cada indivíduo faz parte de várias ordens de organização.

Somente compreendendo essa relação sistêmica entre as partes é que se pode deduzir que processos decisivos de mudança só podem ocorrer na medida em que todo o sistema se proponha a mudar simultaneamente.

Hellinger entende que a “alma individual” se encontra imersa na “alma da família”.

A alma da família por sua vez, encontra-se imersa em “almas maiores” tais como:

a raça,
a cultura,
a própria humanidade,
assim como o cosmos.

Esse conceito de “alma” nos aproxima de certa maneira do conceito de Jung sobre a existência do inconsciente coletivo.

Princípios básicos das Constelações Familiares e a Astrologia como sistema

A Astrologia como o saber vasto assim como perene da consciência humana, nos revela também que estamos imersos em sistemas muito mais amplos que nossa vontade.

Nosso pretenso Livre-Arbítrio é pequeno diante das forças internas de natureza psíquica ou externas ao nosso querer.

O momento do nosso nascimento revela um jogo de planetas posicionados de tal forma e magnitude, tecendo tramas com as quais viveremos para sempre.

Cabe-nos entender, e talvez, conseguir evoluir em consciência para as escolhas e caminhos através desta tessitura da vida que se revela como enigma na nossa mandala do nascimento.

Princípios básicos das Constelações Familiares – Sistemas que se sobrepõem

O saber de Bert Hellinger e sua prática contribuem para compreendermos nossas heranças reveladas nos padrões astrológicos que se repetem dentro de famílias.

A visão de que pertencemos à sistemas sobrepostos nos instiga a percorrermos nosso mapa de nascimento, olhando para os “fractais” ali presentes, sistemas sobrepostos… Lua, Sol, etc.

Cada planeta e cada casa como um campo próprio tanto de inúmeras possibilidade como de revelações.

Quando refletimos sobre os dizeres de Bert Hellinger em relação ao sistema familiar, como um campo que nos delimita na nossa capacidade de transformação, me recordo do saudoso e querido Valdenir Benedetti, que nos alertava para antes de uma consulta, compreender qual era o “nível de exigência” do cliente.

Isto era outra forma de refletir em que sistema se encontrava aquela pessoa, quais os limites que existiam para compreender e assimilar a experiência de uma consulta astrológica.

Princípios básicos das Constelações Familiares – A consulta astrológica é um fenômeno

Sim, a consulta astrológica não é meramente técnica e discursiva.

Ela é fenomenológica, porquanto, ela é o resultado de uma dinâmica no espaço e no tempo entre quem lê e quem recebe.

O inesperado acontece neste campo que se cria no momento em que se revela a mandala do nascimento.

Este inesperado contém todas as possibilidades de compreensão, assim como de transformação, ou mesmo negação.

Portanto uma sessão de Astrologia é um rito de passagem tanto para quem recebe como para quem propicia.




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Maurice Jacoel

Estudou e se formou em Filosofia pela USP. Dedicou-se por um tempo à fotografia documental. Começou seus estudos de Astrologia, em 1980, na então Escola Júpiter, em São Paulo, e também participou do Curso de Extensão Universitária em Astrologia, da UNESP, ministrado pelo Professor Raul Martinez. Em 1984, começou a trabalhar exclusivamente como astrólogo profissional, através de consultas, assessoria e ensino. Foi criador de um espaço diferenciado de ensino para a astrologia de 1987 a 1992; em São Paulo, chamado Centro de Estudos Girassol. Atuou como professor de Astrologia nas escolas Regulus, Girassol, Delphos, AstroBrasil durante os anos de 1987 a 1998; na cidade de São Paulo; e também em Brasília, inclusive no CENTRE – Centro de Ensino e Treinamento Especializado em Brasília. Atualmente Coordena o Curso de Formação em Astrologia Transpessoal na Unipaz - DF. Foi fundador do SINABRA - Sindicato dos Astrólogos de Brasília, e presidente da CNA, Central Nacional de Astrologia. Formou-se em “Constelações Sistêmicas Familiares e Empresariais”, através do IAG de Munique, Alemanha, e do IBSS de Goiânia. É também professor nos cursos de formação em Constelação Sistêmica Fenomenológica nas cidades de Goiânia, São Paulo, Fortaleza: IBSS - Instituto Brasileiro de Soluções Sistêmicas de Goiânia; CESP - Centro Sistêmico de Psicologia - Fortaleza; CEFATEF- Centro de Formação e Estudos Terapêuticos da Família - SP. Publicações: “A identidade simbólica de Brasília” na coletânea "Brasil Corpo e Alma"- Editora Triom de São Paulo; UNESP - FEPAF, na coletânea "Nas Asas do Efeito Borboleta" artigo: "Constelações Familiares e as Ordens do Amor - Novos Paradigmas"; “A Astrologia na Tradição Hebraica” - CBA nº 18, publicação da Escola GAIA de Astrologia – SP. SKYPE: mauricejacoel / maurice.astroel@gmail.com

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