ASTROLOGIA E REALIDADE – Parte 2
ASTROLOGIA E REALIDADE – Parte 2>> Dessa percepção da força simbólica podemos deduzir a existência de um inconsciente coletivo.
Na psicologia freudiana o símbolo é concebido como resultado de conflitos entre a censura e as pulsões reprimidas no indivíduo.
Para Jung o símbolo é concebido como resultado da necessidade de se encontrar uma harmonia entre opostos.
Contudo, é J. J. Bachofen quem nos fala de maneira exemplar a respeito do símbolo:
“O símbolo evoca a intuição; a linguagem sabe apenas explicar…
O símbolo estende as suas raízes até o fundo mais recôndito da alma; a linguagem roça, como uma brisa leve, a superfície da compreensão…
Só o símbolo consegue unir o mais diversificado no sentido de uma única impressão global…
As palavras fazem o infinito finito, os símbolos arrebatam o espírito para além dos limites do finito e mortal até o reino do ser infinito.
Eles estimulam intuições, são signos do inefável, inesgotáveis como estes…”
(Direito materno e religião primitiva – 1927).
ASTROLOGIA E REALIDADE – símbolo
O símbolo, portanto, tem a capacidade de ser portador de consciência.
Enquanto que através da experiência simbólica, do contato com o símbolo, transcendemos os limites da aparência do que julgamos real para efetivamente vivenciar a realidade em toda a sua abrangência.
No dizer de Jolande Jacobi :
“Como unificador de antagonismos, o símbolo é uma inteireza que não pode nunca se dirigir a uma única capacidade do homem, como por exemplo, ao seu raciocínio ou exclusivamente ao seu intelecto, mas sempre solicita a nossa totalidade…”
(Complexo arquétipo e símbolo)
A compreensão da linguagem simbólica integra o homem na sua totalidade.
Assim sendo, diria Fernando Pessoa em Mensagens:
“… compreensão, entendendo por esta palavra o conhecimento de outras matérias, que permitam que o símbolo seja iluminado por várias luzes, relacionado com vários outros símbolos, porque, no fundo, é tudo o mesmo”.
O símbolo é mediador, possibilita a união de pares opostos, porém complementares.
Consciente e inconsciente, masculino e feminino, dia e noite, yin e yang etc…
O símbolo é, portanto, bipolar.
O símbolo na sua manifestação plena transcende as partes que o formam.
O símbolo não pode ser criado conscientemente, ele é resultado da experiência da alma humana ao longo do tempo.
Surge inexplicavelmente em determinada época como resultado da necessidade da consciência.
ASTROLOGIA E REALIDADE – a Linguagem simbólica
A astrologia lida o tempo todo com a linguagem simbólica.
Alguns exemplos corriqueiros:
Lua; expressão da experiência materna e da primeira infância
enquanto que Sol; vida, vitalidade, poder.
Se comprendemos então a astrologia como ferramenta de uma linguagem simbólica que nos permite compreender a manifestação da realidade teremos como decompor essa realidade nas suas partes e entender através desses vetores a complexidade do tecido que é a realidade.
Decompomos esses campos em:
Mundo material manifesto
Mundo vegetativo
Mundo mental
Mundo anímico e espiritual
Se voltarmos à origem da história, veremos que a astrologia nasceu com o primeiro ser humano.
Decerto, olhar para o céu foi sua primeira experiência, deparando-se com uma natureza tão distante quanto inatingível.
O céu onipotente permanecia intocável e sempre presente.
Observar o Céu passou a ser uma atividade de rotina que mobilizava as tribos e sobretudo, deu origem às lendas e à própria cultura.
A origem dos calendários dos caçadores e agricultores primitivos surge com a observação das estações correspondentes às mudanças dos dias.
Enquanto uns são longos, outros mais curtos ou iguais.
A astrologia pressupõe que a existência se manifesta de maneira semelhante em todos os níveis, isto é, parte do princípio da unidade do todo.
O que acontece num determinado nível macrocósmico é semelhante ao que acontece num nível microcósmico.
“Tudo que é feito num determinado momento, traz consigo as qualidades daquele momento”(Jung)
“O que está em cima é como o que está em baixo e o que está em baixo é como o que está em cima”(Hermes)
Compreender o movimento e as relações dos planetas e signos nos dá acesso à compreensão do próprio ser humano na totalidade da sua existência..
ASTROLOGIA E REALIDADE – Acesso ao universo simbólico
A Astrologia se revela como uma feramente de acesso ao universo simbólico do ser humano.
Ela opera através do símbolo, e como linguagem permite um diálogo direto com o universo da psique humana trazendo à consciência o sentido e a finalidade de cada gesto e de cada escolha .
A astrologia opera através de parâmetros simbólicos…tais como elementos, planetas, aspectos , casas…sua complexidade de linguagem permite que possamos olhar para o fenômeno da realidade buscando em sua manifestação todas as variáveis dessa linguagem:
No plano material
No plano emocional
No plano mental e no
Plano espiritual.
A Astrologia, com sua linguagem simbólica nos permite chegar até a realidade de maneira sistêmica.
Penetramos no fato real em suas diversas camadas e compreendemos seus elementos subjacentes mais delicados, sua tessitura e com a ferramenta sistêmica e simbólica da astrologia podemos desvendar essa tessitura e como ela se organiza e qual a finalidade de seu dispor.
Assim operando podemos atuar de maneira complementar induzindo nossas ações e realizações em acordo ao equilíbrio desse sistema
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