Divisões de um signo em diferentes partes – Vargas
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Divisões de um signo em diferentes partes – Vargas – Os vinte e três Vargas
Um dos elementos mais interessantes da astrologia indiana, jyotiṣa, são as divisões de um signo em diferentes partes – Vargas
Vargas,
No total, há vinte e três tipos de Vargas que vão desde divisões simples de um signo em duas partes de 15º (horā) cada.
Porém, existem divisões minuciosas com trezentas partes (ardha-nāḍiāṁśa).
Desses vinte e três tipos, encontramos nos clássicos uma ênfase especial sendo dada ao navāṁśa, a horā, drekkāṇa, saptāṁśa, dvādaśāṁśa, triṁśāṁśa e ao ṣaṣṭyāṁśa, divisões de nove, duas, três, sete, doze, cinco e sessenta partes, respectivamente.
Divisões de um signo em diferentes partes – Vargas – Para os clássicos
Dentre os autores clássicos, Varāhamihira (séc. VI), por exemplo, fez uso de um sistema de seis Vargas.
Enquanto Kalyāna (séc. VIII) adotou um sistema de sete Vargas.
Mantreśvara e Vaidyanātha (ambos do séc. XV), por outro lado, optaram por um sistema de dez Vargas, enquanto Veṅkateśa (séc. XVII) escolheu um sistema de dezesseis Vargas.
Divisões de um signo em diferentes partes – Vargas – Sobre a função dos Vargas
Nos dias atuais um grande equívoco tem levado os astrólogos a utilizarem os vargas como ‘mapas divisionais.
Isso é, por observar as divisões dos signos ocupadas pelos planetas, eles constroem outros mapas virtuais, contendo tudo aquilo que o mapa natal possui.
Enfim: casas, conjunções, aspectos, etc.
No entanto, um estudo minucioso dos clássicos nos mostra que os Vargas jamais foram utilizados dessa forma.
Na verdade, eles sempre foram utilizados como divisões de um signo, similares aos termos, dodecatemorias e monomorias da astrologia helenística.
Divisões de um signo em diferentes partes – Vargas Quanto ao propósito dessas divisões
elas basicamente ajudam a interpretar com mais detalhe e precisão uma natividade
Por exemplo, para determinar a carreira de um indivíduo, além de notarmos as influência sobre a casa dez e seu senhor, é recomendado nos clássicos que consultemos também o navāṁśa ocupado pelo senhor da dez.
Vamos supor que um indivíduo cujo lagna (asc.) é peixes e a casa dez, sagitário, possui Júpiter em libra na oito, mas em um navāṁśa de Mercúrio, o qual está situado na casa quatro em gêmeos.
Nesse caso, o indivíduo poderia vir a atuar em uma área profissional que demandasse muitas pesquisas, as quais ele realizaria em casa ou em seu escritório pessoal.
Isso diferiria de um indivíduo cuja os posicionamentos seriam idênticos a esses, mas com Júpiter a ocupar o navāṁśa de touro, com Vênus situada na cinco sob influência da Lua, o que poderia indicar um autor de romances, por exemplo.
Vargas,
Contribuições de força
Outra utilidade dos vargas é nos ajudar a determinar a força de um planeta.
Há três métodos que levam esse fator em conta: saptavargaja-bala, viṁśopaka e vaiśeṣikāṁśa.
Todas essas técnicas tomam os vargas como extensões de força para a posição natal de um planeta.
Com isso, podemos acabar nos deparando com casos onde um planeta aparentemente fraco no mapa natal torna-se forte, devido aos vargas que ocupa corresponderem as suas próprias regências.
Ou mesmo casos onde um planeta aparentemente forte converte-se em um planeta fraco, devido também aos vargas ocupados pelo mesmo.
Conclusão
Como disse Kalyāna em sua Sārāvalī (03.12), sem os vargas não se pode prever apropriadamente os frutos de um horóscopo.
Não é possível dar sequer um passo à frente na astrologia, sem um conhecimento dos Vargas, pois são eles que nos ajudam a diferenciar os resultados das configurações de um mapa e outro, mesmo em casos onde esses são praticamente idênticos, devido ao nascimento em horários similares, como ocorre por exemplo no caso de gêmeos.
