Sombra – suas manhas e artimanhas I

Sombra – suas manhas e artimanhas I

Em primeiro lugar, ninguém se conhece por completo. Esse pleno conhecimento é uma busca incessante e geralmente inglória.

Nos surpreendemos com os demais; entretanto, talvez nós sejamos a nossa maior surpresa para nós mesmos.

Passamos uma vida brincando de gato e rato com nossa sombra.

Em segundo lugar, ela é tão mais poderosa quanto não queiramos admitir que TODOS temos sombra, NÓS mesmos incluídos.

Ter sombra não é algo por si tão mal, é apenas desconhecer o mais profundo dentro de nós mesmos. Aquela parte mais recôndita em nós que negligenciamos e nunca demos voz, e a tal ponto, que nos é desconhecida.

Por vezes, algo muito tolo, mas outras vezes, algo substancial para nossas vidas.

Talvez você ao ler isso, se pergunte: e qual seria a razão de fazermos isso?

Podem ser inúmeras, e muitas delas podem ter sido alimentadas enquanto sombra na nossa mais tenra infância. Inclusive nossas grandes aptidões.

Qualidades decerto também podem ser parte de nossas sombras.

Não é raro vermos pessoas com fantásticos dons para música, desenho, artes em geral, e que por pressão familiar foram abandonando seus talentos, ou nem souberam que eles de fato existiam.

Essas aptidões foram a tal ponto amordaçadas que ficaram escondidas num cantinho dentro de nós mesmos, acanhadas e escondidas.

Muitas crianças ao serem pegas pela família desenhando em momentos nos quais a família considerava deveriam estar estudando, foram a tal ponto, quer repreendidas quer castigadas, que essa aptidão ficou encolhida. Até que , enfim,  foi conscientemente esquecida.

Só que conscientes ou não delas, elas seguiram lá dentro buscando espaço para um dia terem oportunidade de se manifestar.

Da mesma maneira que esses aspectos da nossa personalidade se tornaram parte de nossa sombra, várias outras razões, analogamente, contribuíram para isso.

Muitas vezes razões de ordem ¨moral¨ por não caberem no que nossas famílias consideravam adequados, ou até mesmo, a religião ao qual pertenciam.

Só que esses ¨pedaços nossos¨ não foram amputados. Outrossim, continuam lá, presos na escuridão aterrorizante de nossos medos e nossos alertas de sua não aceitação.

Embora existam outros que foram ¨rebaixados¨ à categoria de sombra em nossas infâncias, muitos outros foram sofrendo efeito similar ao longo de nossas vidas.

De uma maneira em geral, ansiávamos ou ainda ansiamos pela aprovação dos demais que nos são caros ou que admiramos, e adotamos uma máscara para que possamos ser incluídos no padrão que lhes era (é) aceitável.

À essa máscara dá-se o nome de persona, ela está e é usada por nós, entretanto, não nos representa de fato.

Quanto à nossa sombra, inegavelmente faz parte de nós. E por fazer parte de nós, aceita ou não, com toda a certeza vai buscar fazer parte da nossa consciência.

Essa integração vai ser feita por bem ou por mal. Tanto nos auxiliando quanto nos derrubando, ela cobrará seu espaço na consciência. A opção é nossa.  Iluminar nossos obscuros espaços internos é a melhor saída.

Seguiremos com o tema num próximo artigo.

Sombra – suas manhas e artimanhas II

http://www.grupomeiodoceu.com/internas/2019/06/25/sombra-suas-manhas-e-artimanhas-ii/

 




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Claudia Araujo

Aquário com Gêmeos, sou muitas e uma só. Por amar criar com as mãos, sou designer de biojóias e mantenho o site terrabrasillis.com, assim como pinto aquarelas e outras ¨manualidades¨. Por não me entender sem a busca do mundo interno do outro, sou astróloga com 4 anos e meio de formação em psicologia analítica sob a supervisão de José Raimundo Gomes no CBPJ – ISER e já mantive por anos o site Meio do Céu. Nessa nova etapa mantenho o site grupomeiodoceu.com. Dou consultas astrológicas e promovo grupos de estudo de Jung e Astrologia, presenciais e online. São várias vidas vividas numa única existência, mas minha verdadeira história começa aos 36 anos, e o que vivi antes ou minha formação acadêmica anterior, já nem lembro, foi de outra Claudia que se encerrou em 1988. Só sei que uso cotidianamente aquilo em que me tornei, e busco sempre não passar de raspão pelo mapa astrológico do outro. Mergulhar é preciso, e ajudar o outro a se transformar, algo imprescindível. Só o verdadeiro autoconhecimento pode gerar transformação. Não existe mágica, e essa autotransformação não ocorre via profissional, mas apenas através do real interesse do cliente em buscar reconhecer como se manifesta em sua vida cotidiana e qual seu potencial para a transformação. Todos somos mais do que aquilo que vivenciamos. A busca deve passar sempre pelo reconhecimento daquele eu desconhecido que em nós mesmos habita. A Astrologia é um facilitador nessa busca porque nela estão contidos tanto nossos aspectos luz quanto sombra. Ela resolve nossos problemas? A resposta é não. Ela apenas orienta no sentido do reconhecimento de nossa totalidade. A busca é do cliente. A leitura é do astrólogo, mas só o cliente poderá encontrar o caminho de sua totalidade e crescimento responsável. websites : www.terrabrasillis.com e www.grupomeiodoceu.com Fale com Claudia direto no Whatsapp

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